João Anatalino

A Procura da Melhor Resposta

Textos

CRENÇA- O MOTOR DO SUCESSO
VOCÊ ACREDITA NISSO?
João Anatalino

" Caminho a pé, sentado sobre o dorso de um boi." (ditado zen)
    
     Os livros sagrados de todas as religiões do mundo, sejam elas metafísicas como o Budismo, o Taoísmo e o Bramanismo, ou reveladas como o Cristianismo, o Judaísmo e o Islamismo, são baseadas em pressupostos fundamentados em visões, audições e sensibilidades de pessoas que viveram experiências psíquicas extraordinárias, que as levaram a modelar as crenças que deram origem a essas religiões.
Isso nos leva a pensar que toda crença é mais produto de uma sensibilidade particular do que de fatos, propriamente ditos. Mas são elas que modelam o nosso comportamento, por que constituem os fundamentos que dão per – missão para as ações que realizamos na vida.
     É isso mesmo. Toda crença embute um conceito de missão do qual geralmente não conseguimos escapar. Por isso é que se costuma dizer: o que você pensa (ou acredita) que é, isso você é. Você faz o que sua crença manda você fazer. E é verdade. Quando acreditamos que as pessoas não irão nos aceitar, que elas não gostam de nós, que as idéias e habilidades dos outros são maiores e melhores do que as nossas, que o dinheiro pode comprar tudo, que ele é mais importante que a atividade interpessoal  expressa no amor e na amizade, enfim, quando acreditamos em qualquer coisa, boa ou ruim, o que estamos fazendo é simplesmente um julgamento de valor baseado em algo que vimos, ouvimos ou sentimos.
    Tudo bem, essa é a nossa verdade e ninguém pode dizer que estamos errados. Só tem uma coisa aí com a qual precisamos tomar certo cuidado: é a incrível defici-ência dos órgãos sensoriais que captam as informações contidas nos fatos e os transmitem ao nosso cérebro. Você sabia, por exemplo, que os nossos ouvidos não conseguem captar ondas sonoras abaixo de 20 ou acima de 20.000 ciclos? Que nossos olhos só conseguem “ver” fenômenos luminosos entre 380 e 680 milimicron? Assim, ondas sonoras ou luminosas formadas abaixo ou acima desses limites não são captadas por nossos ouvi-dos nem detectados pelos nossos olhos. Um cão ouve melhor do que nós e uma águia consegue ver bem mais longe. Com as sensibilidades também estamos submeti-dos a muitas limitações. A intensidade das sensações varia em pontos diferentes da pele, da mesma forma que de indivíduo para indivíduo. Isso nos leva a outra indagação: será que tudo que vemos, ouvimos e sentimos é isso mesmo que a nossa mente nos faz pensar que seja?
    Raul Seixas, em um dos seus primeiros sucessos, la-mentava se sentir ridículo, humano, limitado, por usar só dez por cento da sua cabeça animal. De certo ele ouviu isso de alguém, como de certo você também já ouviu. Quem disse isso? Como ele chegou a essa constatação? De certo foi alguém que acreditava nesse pressuposto. E se acreditava, essa era a potencialidade cerebral que estava utilizando no momento em que descobriu essa “verdade”. Agora uma pergunta: como alguém que só usa dez por cento da sua potencialidade cerebral pode assentar verdade tão absoluta?
    Ora, não é o ser humano que é ridículo, limitado, in-competente, mas sim as crenças que ele assume. O cére-bro não é uma máquina ajustada para trabalhar com esta ou aquela potência, mas sim de acordo com os “programas” que são colocados nele. Crenças são programas que alguém, ou você mesmo, enfiou no seu cérebro. E esses “programas” não são definitivos nem absolutos. Se você acredita que não sabe falar em público, essa crença poderá ser derrubada no dia em que você tiver sucesso fazendo um belo discurso perante um grupo; se você acredita que nunca conseguirá amar de verdade, essa crença será desmentida no dia em que você viver um grande amor. Enfim, nada é definitivo, nada é absoluto, a não ser, talvez, Deus…
     Desafiar as próprias crenças é o primeiro passo para desarmar o disjuntor das nossas limitações. Aquele dis-juntor que liga uma luz na sua mente e aciona aquela voz que diz: você não pode fazer isso, você não é capaz de fazer aquilo…. Afinal, só você pode escolher no que quer ou não quer acreditar. Pense nisso da próxima vez que alguém ( seja lá quem for) quiser lhe impor alguma verdade. Ouça com muito respeito, mas antes de deixar que ela vire um “programa” para a sua mente, faça três perguntinhas básicas para você mesmo: 1) Quem está dizendo isso? 2) Quais são os fundamentos desse pressu-posto? 3) Que bem me fará se eu acreditar nisso? Por fim, lembre-se de uma coisa: só há dois acontecimentos sobre os quais você não tem nenhum controle: seu nascimento e sua morte. E isso é só por que você ainda, ou já não mais, estava lá quando esse fato aconteceu…..













João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 08/05/2009
Alterado em 17/08/2009


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