João Anatalino

A Procura da Melhor Resposta

Textos

CONTROLE DE QUALIDADE
CONTROLE DE QUALIDADE

     Quando ainda muito jovem trabalhei em algumas fábricas como operário de produção. Operei tornos, furadeiras, fresas e outros tipos de engenhocas que faziam peças para máquinas de costura, teares, radiadores etc. A cada duas ou três horas, um indivíduo passava pela minha máquina e ficava medindo com um calibre as peças que eu fabricava. Era o inspetor de qualidade. Esta passa, esta não passa, esta passa, esta não passa... Quando começava a aparecer uma quantidade considerável de peças refugadas era hora de parar a máquina e ver o que estava errado nela.
      Bom seria se pudéssemos fazer um controle de qualidade assim com os produtos da nossa mente. Dizer, isso passa, isso não passa; isso passa, isso não passa... Mas tal controle não é possível, até por que o cérebro não é uma máquina que possa ser programada dessa forma.
    Não obstante, já que não podemos ter um controlador de qualidade dos nossos produtos mentais, há algumas providências que podemos tomar para dar uma ajustadinha na nossa máquina mental, de forma a fazê-la produzir pensamentos ( e pensamentos geram sentimentos e comportamentos) de melhor qualidade. Essas providências podem ser resumidas nos seguintes pressupostos:  1 ) descubra o que funciona para você e aperfeiçoe essa função até o limite máximo da excelência; 2) descubra o que não funciona com você e vá mudando o jeito de fazer, até conseguir o resultado.
     É simples. Tudo se resume em descobrir no que você é realmente bom. Todo mundo é muito bom em alguma coisa. Isso é o que chamamos de dom. Todo mundo tem um. Qualquer coisa que você saiba fazer muito bem serve de parâmetro. Costurar, cozinhar, jogar bola, falar em público, cuidar de pessoas, dar conselhos, contar piadas, escrever poesia, desenhar, calcular, jardinar, advogar, atuar num palco, construir casas, fabricar móveis, etc. Aperfeiçoe sempre e sempre a sua habilidade até conseguir fazer uma diferença entre o que você faz e os outros que exercem a mesma habilidade fazem. Nesse delta, nesse diferencial, está o segredo do sucesso.
     É claro que não basta ter uma única habilidade, aperfeiçoada ao máximo da excelência, para fazer uma diferença verdadeira e duradoura. Quem geralmente sabe fazer uma coisa muito bem feita não consegue saber valer essa sua habilidade para ganhar mercado. Então ele precisa aprender a vendê-la bem. Isso é aprendizado. E todas as coisas que não sabemos podem ser aprendidas até o limite máximo da perfeição necessária. Note bem. Falamos da perfeição necessária, o que quer dizer que você não precisa trabalhar aqui com um ideal inatingível que está no plano dos conceitos e não no território das realidades palpáveis. Aqui, perfeição quer dizer atingir um objetivo. Ou seja, perfeição existe sim e pode ser atingida.
    E isso é perfeitamente possível. O que não deu certo desta vez? Mude a variável e tente de novo. Não atingiu ainda o resultado? Mude outra vez o jeito de fazer. Vá mudando até conseguir o resultado desejado. Essa é uma boa receita para o sucesso: o que já faz muito bem, você aperfeiçoa; o que ainda não sabe, aprende a fazer até chegar num resultado que lhe sirva.
    Mais do que isso é utopia de perfeccionista. E para esses, o resultado é quase sempre culpa, estresse, mau humor, desconsolo, náusea de viver;
    Por que para eles, nunca nada que façam estará verdadeiramente bom.
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 08/05/2009
Alterado em 17/08/2009


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