João Anatalino

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SODOMA E GOMORRA- OS DEUSES ASTRONAUTAS

DOCUMENTÁRIO HISTORY CHANEL
LIVRO : ERAM OS DEUSES ASTRONAUTAS? ERICK VON DANIKEN- CIA DAS LETRAS- SÃO PAULO- 1966

SODOMA, GOMORRA E OS DEUSES ASTRONAUTAS

A versão bíblica

Em Gênesis 19, temos a curiosa história de Ló e suas filhas, e a destruição de duas cidades, chamadas Sodoma e Gomorra, que existiam nas proximidades do Mar Morto nos tempos em que os israelitas vieram de Ur dos caldeus para habitar na Palestina.
Ló era sobrinho de Abraão, o patriarca hebreu que tirou os hebreus da Caldéia e os levou para a Palestina. Abraão e Ló possuíam, cada um, um grande rebanho de cabras e ovelhas. Eram ambos chefes de famílias numerosas, por isso, junto com eles vieram os pastores e suas famílias. Era muita gente para conviver nas pobres terras da Palestina, e então os dois clãs acabaram brigando. Mas Abraão e Ló eram parentes e para que o conflito não ficasse mais sério, os dois clãs se separaram. “Escolhe uma direção”, disse Abraão para Ló. “Se escolheres a direita, eu irei para a esquerda”. E assim Abraão foi para um lado e Ló para outro. Ló acabou se fixando em Sodoma e Gomorra, cidades gêmeas que ficavam nas margens do Mar Morto, e que vivia da exploração do sal, produto muito abundante naquela localidade e que que tinha bom mercado na região, enquanto Abraão continuou procurando terras mais propicias para os seus rebanhos.
Mas os cidadãos de Sodoma e Gomorra eram pessoas de comportamento muito licencioso. Principalmente nas questões sexuais, parece que ali tudo era válido. Homossexualismo, prostituição, felonia, incesto, pedofilia, depravação e todo tipo de promiscuidade, eram comuns naquelas cidades, pelo que se depreende da narração bíblica. Tanto que essa licenciosidade irritou de tal modo o Senhor que Ele resolveu varrer da face da terra as duas promiscuas cidades.
Mas antes de fazê-lo, o Senhor mandou dois anjos visita-las. Em lá chegando, passaram em frente á casa de Ló, que imediatamente reconheceu os seus status de cristuras angélicas e lhes ofereceu a hospitalidade de sua casa. “ Meus senhores, entrai, peço-vos, em casa de vosso servo, e passai nela a noite, e lavai os vossos pés; e de madrugada vos levantareis e ireis vosso caminho”, disse ele, e os anjos, depois de alguma cerimônia, resolveram aceitar.
Mas os dois querubins deviam ser muito bonitos, como aliás, são todos os habitantes das regiões celestiais. Pois tão logo os tarados sodomitas e gomorritas os viram, partiram para cima deles com a intenção de abusar deles. “E chamaram a Ló, e disseram-lhe: Onde estão os homens que a ti vieram nesta noite? Traze-os fora a nós, para que os conheçamos.”, disseram eles. Conhecer, na linguagem bíblica, quer dizer fazer sexo com a pessoa.
Mas Ló, que era o hospedeiro deles, não podia consentir numa barbaridade dessas. Então ofereceu as próprias filhas aos tarados sodomistas e gomorristas, para que eles deixassem os anjos em paz. E disse: “Meus irmãos, rogo-vos que não lhes façais mal; Eis aqui, duas filhas tenho, que ainda não conheceram homens; fora vo-las trarei, e fareis delas como bom for aos vossos olhos; somente nada façais a estes homens, porque por isso vieram à sombra do meu telhado.”
Mas os caras eram tarados mesmo e não estavam a fim de mulher. Queriam mesmo eram os rapazes. É lógico que o Senhor não ia deixar barato um negócio desses e fez todo mundo ficar cego naquela hora, de tal modo que Lo pode pegar os anjos e escapar. Foi dai então, que o Senhor decidiu de vez que tinha que acabar com aquele antro de promiscuidade e perdição que eram as cidades gêmeas de Sodoma e Gomorra.

Sodoma e Gomorra- História

Historicamente, as cidades de Sodoma e Gomorra (do hebraico סְדוֹם Sodom e עֲמוֹרָה Amorah ) são duas das cinco cidades-estado que existiam no Vale de Sidim, no Mar Salgado ou Mar Morto. As outras três eram Admá, Zebolim e Bela (também é chamada de Zoahr).
O Vale de Sidim ( também chamado de Vale dos Campos") é descrito nos antigos textos como um lugar paradisíaco. Os arqueólogos encontraram evidências de uma avançada cultura agrícola no local. Por volta de 2000 a C. uma florescente civilização, de raça cananéia, habitou aquela região. Em hebraico a região é chamada de Kikkár que significa "bacia", o que indica que em outros tempos, era bem diferente a geografia do local, a qual deve ter sido profundamente modificada em razão de algum cataclismo geológico, provavelmente um forte abalo sísmico.
Registros históricos indicam que as cidades do Vale de Sidim eram tributárias dos Elamitas, povo semita que no segundo milênio antes de Cristo era dominante na Palestina. Há registros da invasão elamita na Baixa Mesopotâmia, por volta de 1950 a.C., destruindo a cidade de Ur, onde habitava o patriarca Abraão, o que pode ter motivado a imigração de sua família para a Palestina. Sabe-se também que os elamitas exerceram uma considerável influência na Mesopotâmia nessa época. O rei Quedorlaomer, do Elão, é citado em um documento mesopotâmeo, liderando uma expedição elamita para punir os rebeldes da cidade de Ur. Esses cuneiformes dizem que uma força militar formada pelos exércitos dos reis de Sinear, Elasar, Elão e Goim, reinos palestinos, ocupa e destrói essa cidade e outras povoações na Mesopotâmea e depois invade a região da Transjordania, do Negebe e o Vale de Sidim. Na Biblia essa guerra é descrita como a guerra dos quatro reis contra cinco, ou seja a guerra contra os reis de Edon, e Abraão lutou ao lado dos opositores dos edonitas.
Muitas teorias têm sido levantadas para explicar a curiosa história bíblica de Lo e a destruição de Sodoma e Gomorra. A mais provável é que elas tenham sido destruídas em razão de uma erupção vulcânica, a qual teria soterrado todas as cidades da região e modificado a paisagem do local, que hoje faz parte do deserto. Os geólogos canadenses Grahan Harris e Anthony Berardow, descobriram que essa região, e toda a parte oriental do Mar Morto, foi o epicentro de um grande terremoto, que teria ocorrido há aproximadamente 4.000 anos atrás ( cerca de 2000 anos a C) o que corresponde ao período citado na Bíblia como sendo a época da destruição dessas cidades. Segundo estes cientistas, o terremoto teria feito desaparecer todas as construções do local e provocado a sua invasão pelas águas do mar. Assim, os restos de Sodoma e Gomorra estariam submersos nas águas do Mar Morto.

Eram os deuses astronautas?

Há outras teorias. Uma delas é a curiosa (e bizarra) teoria levantada pelo jornalista suíço Érick Von Daniken nos imaginativos livros que escreveu na década de sessenta e setenta. Ele sustenta que os deuses antigos eram todos exploradores extraterrestres que aportaram na terra nos antigos tempos em missões de reconhecimento. Foram tomados por deuses pelos nossos ignorantes e crédulos antepassados. Isso explicaria as estranhas visões dos profetas bíblicos e dos cronistas hindus, com seus “vimanas” (veículos coadores), e outros milagres inexplicáveis á luz da moderna ciência. Na opinião desse autor, Sodoma e Gomorra foram destruídas por um uma bomba nuclear detonada pelos astronautas divinizados, numa experiência de purificação racial, semelhante á que os nazistas tentaram fazer com os judeus. Dai o fato de a mulher de Lo, ao olhar para trás, se transformar numa estátua de sal. Não foi em sal que ela se transformou, evidentemente, mas hoje se sabe o que acontece a quem presencia a detonação de um artefato nuclear sem a devida proteção. Fossiliza na hora. De qualquer modo, as múmias encontradas em Pompéia explicam melhor o que a Bíblia quis dizer quando informou que a mulher de Ló se transformou em estátua de sal. As cinzas vulcânicas, ao sepultar um organismo, parece mesmo convertê-lo em alguma coisa parecida com uma estátua de sal.
Se foi Jeová, o Deus hebreu, ou um deus-astronauta quem destruiu as promíscuas cidades gêmeas dos cananeus, é impossível comprovar hoje. Não existem mais, hoje em dia, profetas que falem com Ele face a face, como Moisés, Elias ou Eliseu. Nem se encontrou, nas escavações feitas no local, sinais de radiação que suportem a teoria de Daniken.

As filhas de Lo

O que releva, nesse caso, é a questão moral. Nem ao menos dez pessoas justas foram encontradas nessas cidades, ao que parece. Pois o Senhor prometera a Abrão que pouparia as cidades se lá se encontrassem pelo menos dez indivíduos que não fossem assim tão promíscuos e imorais. E se Ele liquidou com tudo é porque não encontrou os tais dez. Mas o que é certo nessa história é que o costume dessas cidades era contaminador. O que é bom a gente sofre para aprender, o que ruim a gente aprende logo. Pois tão logo Lo achou um lugar para ficar a salvo da destruição que grassava no Vale do Sidim, eis que suas belas e fogosas filhas deram um porre nele e o fizeram deitar-se com elas. Bêbado como estava, o velho patriarca não percebeu que estava traçando as próprias filhas. E ao que parece não se importou muito com isso, pois não fez nada (pelo menos a Bíblia não registra) quando soube que acabara sendo pai de seus próprios netos. Afinal, o incesto não devia ser um crime tão grave assim, pois era comum na antiguidade essa prática, principalmente entre as famílias reais, onde pais e filhas, irmãos e irmãs, filhos e mães (veja-se a lenda de Édipo), se juntavam descaradamente para gerar os herdeiros.
A história de Sodoma e Gomorra, Lo e suas filhas é emblemática, mas o que ressalta nela é o caráter claramente político-ideológico que os antigos cronistas ― os rabinos que escreveram a Bíblia― quiseram dar a ela. Esse caráter está na informação de que os filhos incestuosos de Lo deram origem aos moabitas edonitas, os mais ferrenhos inimigos de Israel nos primeiros tempos de luta e ocupação das terras palestinas. E também na pecha lançada aos amonitas e cananeus de que eram todos imorais, promíscuos e depravados, indignos mesmo de viver sobre a face da terra. É próprio de quem vence escrever a história. No caso, a história de Sodoma e Gomorra não foi escrita por quem venceu, mas sim por quem sabia escrever e tinha consciência da História. Os palestinos daqueles tem-pos sabiam escrever, mas jamais tiveram consciência de povo e nação. Ainda agora não tem, por isso continuam sem pátria. E até hoje essa luta continua na Palestina. (Os palestinos são os descendentes dos moabitas, amonitas, cananeus e outros povos que disputaram com os israelitas o controle das terras palestinas).
Isso quer dizer que a história de Sodoma e Gomorra continua acontecendo na Palestina. Mas agora não há mais necessidade de um vulcão ou de um abalo sísmico para destruir e enterrar cidades. Israel tem bombas atômicas da mesma forma que o Irã e outras nações árabes. Talvez a hipótese de Daniken não fosse, afinal, tão bizarra assim. Quem sabe ele não errou apenas no tempo?









João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 13/10/2010
Alterado em 13/10/2010


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