FILIPÃO, DILMA E O SOFÁ DA SALA
O melhor remédio para se curar uma ressaca é muita água e uma boa noite de sono. Dizem que café também é bom. Pena que neste momento estejamos pobres nesses itens. O sudeste está passando pela maior seca dos últimos tempos. Temos que ficar bebendo a água do volume morto, que nada mais é do que o lodo que fica que no fundo das represas. Quer dizer que estamos raspando mesmo o fundo da panela nesse quesito, que é melhor do que dizer que estamos quase bebendo o lixo que nós enterramos no leito delas. Quanto á noite de sono, na verdade, esta não é a hora de dormir. Aliás, a hora é de acordar. Este gigante pela própria natureza está dormindo em berço esplêndido há muito tempo. Embalado pelas cantigas de ninar que os políticos cantam na época das eleições. E as eleições vêm aí de novo. Sai Felipão, Parreira e Murtosa( ele parece irmão do Sarney) do horário nobre, entram Dilma, Aécio e Eduardo. De quebra entra também o Levy Fidélis (que aliás, também se parece com o Murtosa). E a cantilena será mesma. E quanto ao café, bem... Já perdemos faz muito tempo a condição de maior produtor mundial da rubiácea. Também, isso não tem a menor importância. Nenhum país passou, até hoje, para o primeiro mundo, exportando comodities... E enquanto formos exportadores de comodities e jogadores de futebol, sempre estaremos perdendo, pois como já diziam os discípulos de Adam Smith no século XVIII, a riqueza das nações está no comércio de produtos em que as vantagens comparativas são as mais favoráveis possíveis. E com isso a Inglaterra trocava o trabalho de 10 ingleses que trabalhavam 10 horas para produzir 1000 metros de tecido, pelo trabalho de 100 portugueses que trabalhavam 100 horas para produzir uma tonelada de bacalhau e 1000 litros de vinho...
Coincidência ou não, o Filipão treinou as seleções do Brasil e de Portugal. Ganhou prestigio no Brasil graças á vitória de 2002.Mas em 2002, a seleção tinha Ronaldo, Ronaldinho, Rivaldo, Roberto Carlos, o goleiro Marcos, Cafu, etc. Não era o exército Brancaleone de um soldado só, como nesta Copa. Em Portugal Filipão não ganhou nada. Perdeu até a final da Eurocopa, jogada em Portugal, para a Grécia. A poderosa seleção da Grécia. Depois foi para a Inglaterra treinar o Chelsea. Não ficou nem três meses. Os ingleses, que só compram produtos que têm vantagem comparativa para eles logo se livraram dele. Mas em Portugal, como no Brasil, Filipão ainda tem mercado.
A seleção brasileira, segundo o Filipão, não ia perder para ninguém. Salvo para a sua própria arrogância. Aliás, a Dilma e o Filipão devem ter estudado na mesma escola. A vaca está indo para o brejo, mas eles não têm culpa nenhuma. Fizeram tudo certo. Os culpados são os outros. No caso do Filipão, foram os alemães que souberam aproveitar um momento de descontrole do time brasileiro. Para a Dilma, o Pibinho ridículo, a inflação galopante, a corrupção virulenta que infectou todas as instituições do país depois que o seu partido assumiu o poder (ela sempre existiu, mas não era tão epidêmica como agora), é culpa da situação internacional. Não tem nada a ver com a política “bolivariana” do seu governo.
Coisa estranha. Os ídolos do Lula e da Dilma são o Fidel Castro e o Hugo Chaves. Eles também são cultuados por Evo Morales da Bolívia, Cristina Kischner ,da Argentina, e é claro, Nicolás Maduro, o caudilhão da Venezuela. Todos países em franca bancarrota. E a Colômbia é hoje o país que mais cresce na América Latina.
Resta um consolo. A Argentina talvez ganhe a Copa. Os argentinos como nós, são extremamente passionais. As pessoas, quando estão apaixonadas não enxergam nada. São como o cara da piada, que chegou em casa e encontrou a mulher transando com o melhor amigo dele no sofá. Ficou tão irado que tomou uma decisão estrema: trocou logo o sofá. Se nossos “Hermanos” ganharem a Copa eles vão se achar os melhores do mundo e vão esquecer que ha muito eles já estão bebendo o "volume morto" e a merda que a Cristina e os peronistas fizeram do seu país, que já foi um dos melhores lugares do mundo para se viver, também será esquecida.
As eleições no Brasil estão chegando. Claro que precisamos trocar o sofá, pois não vai dar para esquecer o que foi visto. Não dá para continuar a ver a Dilma e o Felipão sem pensar na vergonha que passamos com o Mensalão, com a Petrobrás, com o resultado desta Copa. Mas não é só isso que precisamos fazer. Trocar só o sofá não vai eliminar o “chifre” que essa gente está botando em nós há tanto tempo.
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 13/07/2014
Alterado em 13/07/2014
