João Anatalino

A Procura da Melhor Resposta

Textos


ONDE A CONSCIÊNCIA NÃO TEM VEZ

 
A Petrobrás comemora a volta de 157.000 milhões de reais roubados por um de seus diretores. Palmas para a Policia Federal e o Ministério Público que conseguiram essa vitória graças á delação premiada e á atuação eficiente do Juiz (com letra maiúscula) Sérgio Moro.
Aos pilantras que roubaram a Petrobrás e o povo brasileiro, desejamos duas coisas: aqueles que estão confessando os seus crimes e devolvendo o produto do seu roubo que se dê o benefício do arrependimento eficaz. Isso faz parte até da justiça de Deus. Aos impenitentes, que esperam que suas culpas sejam esquecidas e fiquem impunes, o devido castigo.
Deus perdoa o pecador que se arrepende. Portanto, não tem nada de imoral nem de irregular na chamada delação premiada, como alguns juristas vêm apregoando por aí. Nem concordamos que a prisão preventiva desses larápios tenha o caráter de coação ilegal.  Aliás, essa tese é defendida pelos advogados desses larápios e só foi aceita pelos juízes do Supremo Tribunal porque ambos têm motivações claramente pessoais nesse caso. Os advogados porque estão envolvidos na defesa dos réus, e os juízes do Supremo por que há implicações politicas desagradáveis para eles, já que o desdobrar das investigações podem conduzir os seus padrinhos á uma situação indefensável.
Tanto uns como outros estão esquecendo que o direito, puro e simples, não significa necessariamente justiça. Nem sempre o direito é instrumento de justiça. O direito é sempre resultado de quem legisla; e quem legisla é sempre quem vence, seja pela força, seja persuadindo legalmente através da propaganda política. Os advogados estão defendendo corruptos endinheirados que enriqueceram saqueando os cofres públicos; farão tudo o que a sua competência permitir para que esses pilantras escapem do castigo e se mudem para paraísos fiscais para gastar a grana que eles tiraram de um povo miserável que morre nas filas dos hospitais, que não consegue vaga nas escolas, que não tem transporte público nem segurança porque o dinheiro dos nossos impostos, ao invés de financiar serviços essenciais para a população vai parar no bolso desses pilantras. Esses juristas talvez não se importem com o fato de que seus honorários serão pagos com dinheiro sujo e dessa forma são tão ladrões quanto os seus clientes. São, na verdade, cúmplices. Se eles têm consciência, só seus travesseiros sabem. Mas a conta bancária sempre fala mais alto do que as consciências. O sistema jurídico brasileiro se tornou uma fronteira igual á daquele filme do Joel Coen “Onde os fracos não têm vez”. É um território onde a consciência não tem vez.
É verdade que todo acusado tem direito á uma boa defesa. Mas quando um advogado sabe que seu cliente é culpado, seria de bom alvitre que ele o aconselhasse á uma confissão para que o processo não se arrastasse, não se complicasse, não incentivasse a impunidade. Aliás, a impunidade existente no nosso país é, em grande parte, culpa da falta de ética dos nossos juristas que parecem mais lenhadores do que profissionais do direito. Porque suas canetas são verdadeiros machados que trabalham mais para separar o direito da justiça do que integrar os dois conceitos em uma fórmula que permita a paz social.
A paz social no Brasil está comprometida pela impunidade. Ninguém acredita mais nas instituições do país, e o judiciário é uma dessas colunas mestras que deveriam sustentar essa paz, mas está sendo solapada aos poucos por esse sistema ineficiente que premia a chicana, o recurso protelatório, o sofisma e a esperteza do advogado em detrimento da verdadeira justiça.
A corrupção na Petrobrás já está suficientemente comprovada. Ninguém se proporia a devolver dinheiro que ganhou honestamente. E o balanço da Petrobrás também já confirmou, com todas as letras, a gatunagem que essa gente praticou contra a empresa e o povo brasileiro. Aos que mostraram arrependimento eficaz e estão devolvendo a grana que roubaram que se dê a absolvição que a lei e o coração do povo entenderem que merecem. Mas aos que esperam ficar impunes, apesar de todas as provas que se acumularam contra eles só resta desejar que apodreçam na prisão. E que Deus dê aos seus conselheiros e defensores a devida recompensa.

 
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 11/05/2015
Alterado em 11/05/2015


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