João Anatalino

A Procura da Melhor Resposta

Textos


DILMA- O BODE DO SACRIFÍCIO

 
Vós não entendeis nada! Nem considerais que vos convém que morra um só homem pelo povo, e que não pereça toda a nação”-  João: 11;49
 
A fórmula é a mesma. A história se repete sempre em um grau mais alto (ou mais baixo) da espiral. Quando os fariseus e saduceus, os políticos do Sinédrio judaico (o Congresso judeu do tempo de Jesus), estavam discutindo se deviam ou não mandar prender e matar Jesus, um deles, de nome Caifás, que era o líder do Sinédrio naquele ano, disse aos seus colegas que era conveniente que um homem fosse sacrificado pelo povo para que toda a nação fosse salva (e o emprego deles também). Ele estava falando de Jesus, cuja pregação colocava em perigo o débil equilíbrio político da época. Então o lupino sumo-sacerdote sugeriu que se entregasse aos abutres o seu suposto Messias, antes que os romanos, que eram os principais mandatários do país, se emputecessem de vez e passassem no fio da espada todo o povo judeu.  Aliás, sacrificar uma vida pelo povo era um costume milenar dos judeus, que todos os anos, na Páscoa, sacrificavam bodes, carneiros e ovelhas para pagar os pecados do povo.
O tempo passou, muitas coisas mudaram, mas algumas continuam iguais. Pelo menos aqui no Brasil. Aliás, os judeus, que têm umas teses muito estranhas sobre reencarnação, talvez tenham razão. Reencarnação existe mesmo. Pois os membros do velho Sinédrio judeu, que mandaram crucificar Jesus, parece que reencarnaram todos nos políticos que compõem o atual Congresso Nacional. Até o espírito do asqueroso Caifás parece que incorporou no Eduardo Cunha. E o Anás, que era sogro do Caifás, no Renan. E eles querem, por que querem, crucificar a Dilma de qualquer maneira.
Não que ela não mereça. Ela não é Jesus Cristo. Na verdade, ela está mais para Judas Iscariotes do que para Jesus. Ela vendeu o povo brasileiro por um novo mandato. E agora está pagando o preço da mentira, da omissão, da irresponsabilidade e da incompetência com que governou nos primeiros quatro anos e dos engodos que armou para ganhar os outros quatro.
No caso dela talvez o nosso Caifás, o Cunha, esteja certo. É conveniente, não que um homem morra pelo povo, mas que uma presidenta seja apeada do cargo para que o povo seja salvo dessa verdadeira catástrofe que está se anunciando pelos próximos três anos. Dilma não tem mais condição para governar. Perdeu toda a credibilidade, todo o apoio, e está mais para João Batista do que para Jesus: pregando no deserto. Se as coisas continuarem desse jeito, a vaca, que já está no brejo, não será salva sem se puxada por um trator da Caterpillar. Se alguém tem que ser o bode do sacrifício, que seja ela.
Mas não é o Cunha que tem de presidir esse ritual. Por amor de Deus, ele não. Aliás, se existe hoje um sujeito mais nocivo que a própria Dilma, é esse tal de Cunha. Ele está boicotando, por conta de seus próprios sentimentos e interesses, toda e qualquer iniciativa que alguém possa tomar para resolver os problemas do país. Assim, antes da Dilma é mais conveniente ainda que o país se livre desse indivíduo mesquinho, rancoroso e mau caráter que está presidindo a Câmara dos deputados. E que junto com ele vá o seu amigo Renan, cuja capivara faz inveja a qualquer chefão do PCC.
No tempo de Jesus a crise política deu no que deu. O povo pegou em armas, trucidou a metade dos fariseus e saduceus do Sinédrio e os romanos, para impor a ordem, simplesmente mataram uma boa parte da população da Judeia e depois dispersaram o que sobrou dos judeus pelo resto do mundo. É o que acontece quando não se tem líderes honestos, competentes e comprometidos com o destino do país. Infelizmente estamos vivendo um momento desses. Mais que tudo, o que precisamos agora é de gente com juízo para nos guiar para fora desse brejo. Vamos sacrifícar o bode, mas antes disso é preciso botar para fora esses fariseus do Sinédrio, digo Congresso Nacional.

 
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 06/08/2015
Alterado em 07/08/2015


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