João Anatalino

A Procura da Melhor Resposta

Textos


Em os "Intocáveis", filme de Quentin Tarantino, o agente da Receita Federal dos Estados Unidos, Eliott  Ness( Kevin Kostner) arma um plano para pegar o bandidão mafioso Al Capone ( Robert de Niro).
Capone, um dos mais notórios bandidos americanos de todos os tempos, era um criminoso da pior espécie. Matava, roubava, contrabandeava, corrompia políticos, juízes e policiais e mandava no crime na cidade de Chicago nos difíceis anos da Lei Seca e da Grande Depressão.
Com o dinheiro do crime ele comprava todo mundo: de policiais a juízes, passando por políticos, jornalistas e outras autoridades. Era o verdadeiro manda-chuva da Chicago dos anos vinte. Por isso ninguém conseguia pegá-lo  e ele passeava, altaneiro, pelos salões da alta sociedade da cidade, como se fosse um importante cidadão de bem.
O agente da Receita, Eliott Ness, só conseguiu pegá-lo porque o bandidão sonegou imposto de renda. Os Estados Unidos têm isso de bom. O sistema judiciário americano não pode ser considerado o mais justo do mundo. Semelhante ao brasileiro, ele sempre contempla quem tem mais dinheiro ou mais poder. Engana-se quem pensa que rico, nos Estados Unidos, não tem privilégios. As coisas lá não são muito diferentes do Brasil. Só pobre e negro é que pegam cana brava por qualquer delito. Rico não.
A diferença é que lá, sonegar impostos é um crime que poucos juízes se propõem a relaxar. Passar a perna no fisco é mais grave do que matar ou roubar. Quem é pego nessa fraude vai mesmo para a cadeia sem choro nem vela, além de pagar o que deve com as multas de praxe.
Os intocáveis do filme eram os agentes do tesouro comandados por Eliott Ness, mas quem se julgava intocável mesmo era Al Capone.

Longe de mim querer comparar o Senador Delcidio Amaral( ou o Lula) com o inefável chefão do crime de Chicago. Mas que a trapalhada que o senador armou para evitar que o pilantra do Cerveró o  dedurasse na Lava a Jato lembra em muito as armações do Capone para escapar da justiça americana, isso lembra. Até os Juízes do Supremo notaram a semelhança.

Capone só foi pego porque o seu contador foi preso pelos agentes do tesouro e fez um acordo de delação premiada. Não podendo soltar o contador nem levá-lo para fora do país, como o  inefável senador petista pretendia fazer com o “Zóinho” Cerveró, Capone se propôs a comprar os membros do júri que ia julgá-lo por sonegação de impostos. (Imaginem se essa moda pegasse no Brasil. Não ia ter lugar na cadeia para tanta gente.) Para azar dele, entretanto, Ness descobriu que o júri havia sido subornado e conseguiu fazer com que o juiz  suspendesse a seção e convocou um novo corpo de jurados. Mas o ardiloso agente federal só conseguiu isso porque incluiu (indevidamente, diga-se de passagem) o nome do juiz na lista dos subornados. O juiz, mesmo inocente, por vias das dúvidas, concordou com o adiamento do julgamento e com a troca dos jurados. Mais ou menos como aconteceu aqui. Os Juízes do Supremo só ficaram putos porque o senador meteu o nome deles na trapalhada.
Só assim Al Capone acabou sendo condenado e pegou onze anos de cadeia. Morreu na prisão, vitimado por um enfarto. Ele, que se julgava o verdadeiro Intocável, terminou seus dias na mais completa obscuridade.

          
Que o PT se assemelha á uma quadrilha de mafiosos, isso já está mais do que evidenciado. Desde o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, morto para que não denunciasse um esquema de propina montado pelo partido naquela prefeitura, os petistas têm se comportado como um bando de gangsters guiado pela lei da omerta, ou seja, a lei do silêncio. Essa lei, que tem por objetivo proteger principalmente a cúpula do sistema mafioso, geralmente compra o silêncio dos possíveis delatores a peso de ouro, e quando isso não é possível, opta pela morte do dito cujo.

Ao que parece o PT assimilou bem esse processo, a se ver pelo esquema que o senador Delcídio Amaral pretendia aplicar ao delator Nestor Cerveró. Primeiro tirá-lo da prisão, depois contrabandeá-lo para o exterior, e como dizia Don Corleone, o inefável chefão do filme “ O Poderoso Chefão”, “cuidar da sua família dele” dando a ela a bagatela de cinquenta milhas por mês.
Mas como dizia um personagem do Jô Soares, o Brasil esculhamba tudo. Até a Máfia. Delcídio não contava com o filho do “Zóinho” Cerveró, que não gostou nada da tramoia e gravou tudo. Fez como o antigo cacique Juruna. "Cacique grava tudo". Também, depois de tanta sacanagem, quem é que ainda pode confiar em petistas?
Depois de tudo isso resta perguntar? E agora Lula? Ainda vai continuar dizendo que é a imprensa, a oposição, os membros da “elite branca” que querem acabar com o PT?

O Capone,  quando caiu, também xingou todo mundo e pôs a culpa no sistema americano. "Dediquei a minha vida inteira para dar prazer e alegria á essa sociedade corrupta, e o que eu ganho é isso", disse ele.
Que me perdoem o Lula, os petistas e demais políticos, que se julgam intocáveis, mas neste filme, quaisquer semelhanças com fatos e pessoas, vivas ou mortas, não terá sido mera coincidência.
 
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 26/11/2015
Alterado em 28/11/2015


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