A SOCIALIZAÇÃO DA POBREZA
Leio nos jornais deste domingo que Lula e Marina lideram as intenções de voto para a presidência da República. Um dos dois seria eleito se a eleição fosse hoje.
Isso mostra o quanto o povo brasileiro está confuso. E continua acreditando em discursos messiânicos de esquerda como panaceia para a cura de males cujo único remédio é um verdadeiro programa de desenvolvimento sustentado.
Lula é um Messias trapaceiro e vigarista que está sendo desmascarado e Marina é uma espécie de Joana D’Arc dos seringais. Suas propostas estão mais para um seminário de autoajuda do que para um programa de governo. O Lulopetismo já vendeu a sua receita fracassada ao país e o que conseguiu foi a crise atual que vivemos. Marina oferece uma panaceia que, no essencial, não difere muito do programa do PT, porque, no fundo, ambos acreditam nas mesmas coisas.
Lula e Marina são crias do esquerdismo pelego e revanchista que ganhou relevo na América Latina depois do fracasso das ditaduras da direita, encabeçada pelos militares. Na Argentina, no Brasil, no Chile, no Uruguai, Perú, Venezuela e praticamente todos os países da América Latina, os candidatos de esquerda ganharam as eleições e, com as variações de estilo, todos aplicaram seus programas reformistas. O resultado a gente já conhece. Com excessão do Uruguai, os países da América Latina estão todos falidos. Nenhum povo aguenta o peso que o estado-provedor impõe sobre os seus ombros.
É preciso não confundir programas sociais com socialismo. Programas sociais podem ser aplicados por qualquer tipo de governo, seja de que orientação for. Porém, os melhores programas são aqueles que nascem da própria iniciativa do povo. É ele que sabe o que é preciso. Quando são implantados pelo governo acabam se tornando muito mais promoções de cunho publicitário para fins eleitoreiros do que verdadeiras ações de alavancagem de ascensão social. É o caso de vários programas do PT, que acabaram sendo desvirtuados com a finalidade de sustentar o desejo de perpetuação no poder que o partido desenvolveu. Bolsas família a quem não necessitava delas e sem previsão de saída nem cobrança de contra partida em termos de trabalho ou exigência de escolaridade para as crianças das famílias beneficiadas; doação de lotes para Reforma Agrária á pessoas que são tudo, menos agricultores sem terra. O escândalo do INCRA e as mazelas da Reforma Agraria é uma mutreta tão grande que se equipara á da Petrobrás. O financiamento do BNDS a projetos em países com governos de esquerda, somente por finalidades ideológicas e sem nenhum retorno em termos políticos financeiros é um crime que reclama por uma Lava a Jato. Afora isso, a corrupção implantada na máquina pública, que ultrapassou todos os limites da tolerância.
Por tudo isso e pela terra arrasada que os governos de esquerda deixaram na América Latina nos vinte últimos anos estranhamos o resultado da pesquisa divulgada pelo Data Folha que colocam Lula e Marina Silva na dianteira de uma possível eleição, se ela fosse realizada hoje. Se isso for verdade, temo pelo futuro dos meus netos. Pois vejo que, a despeito de tudo que está acontecendo, o nosso povo não consegue ver que somente o esforço pessoal constrói riqueza e impulsiona o progresso. E que quanto menor for o peso do Estado sobre o ombro dos cidadãos mais condições ele terá de elevar-se por seus próprios méritos. A riqueza de um país não se faz com esmolas que um governo dá ao povo, mas sim com o produto com que cada cidadão contribui para seu país. Nenhum direito, sem a contrapartida de um dever pode ser sustentado. E nenhum Estado pode distribuir o que não tem. E nesse sentido, a única coisa que se socializa é a pobreza.
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 10/04/2016
Alterado em 10/04/2016
