O impeachement passou pela Câmara dos deputados. Confesso que torci para que isso acontecesse porque não aguento mais ver a cara da Dilma na TV vociferando contra os “golpistas” que verem vê-la pelas costas, e o mais longe possível do Planalto. Também não suporto mais ouvir a voz de cana rachada do Lula tentando justificar o injustificável e os ministros “petelhos” sacando tudo que é mentira e lorota para tentar convencer o povo que não são culpados de nada e que toda a desgraceira que o país vive foram os outros que fizeram e não eles, que estão no poder há treze anos.
Dilma e o PT merecem ser apeados do poder porque enterraram o país no mais profundo poço de recessão econômica e descalabro político e financeiro da nossa história. Mutilaram e esquartejaram o país, distribuindo os pedaços para os abutres e hienas que os apoiavam. Que agora se voltaram contra eles. Bem feito. Quem cria esse tipo de predador devia saber que um dia será devorado por eles.
Tudo isso por conta de um programa politico-ideológico estatizante de esquerda, retrógrado e recessivo, que ninguém mais, a não ser talvez os ditadores de Cuba, Venezuela e Coréia do Norte ainda acreditam. Os ideólogos petistas, em quem a Dilma e Lula se inspiram, ainda vivem no tempo do velho Marx, quando os teares e as locomotivas eram tocados a vapor e as cidades eram iluminadas a óleo de baleia. Por isso ainda conservam uma legislação trabalhista herdada dos fascistas de Mussolini e são apoiados por centrais e sindicatos que vivem do peleguismo e das benesses estatais, cuja luta visa muito mais a manutenção dos privilégios dos seus líderes do que o verdadeiro benefício dos trabalhadores.
A esquerda latino-americana, e a brasileira principalmente, precisa se modernizar. Precisa sair do período jurássico e entender que Marx já morreu e que não há mais, hoje em dia, uma revolução industrial que aliena o trabalhador. Trabalhador precisa de empregos e salário dignos e não de vales-isso, vale-aquilo, auxílios isso-auxílios aquilo, que no fundo são apenas penduricalhos que encarecem o custo da mão obra, alavancando os preços dos produtos, e não ajudam em nada a melhorar a vida dos trabalhadores. E nesse sentido, os ideólogos das CUTS, CGTs, MSTs e outras tranqueiras que atravancam a verdadeira ascensão dos trabalhadores do campo e das cidades, não passam de velhos zumbis que já morreram e não sabem.
Infelizmente o festival de hipocrisia que assistimos ontem na Câmara dos Deputados não permite vislumbrar um futuro melhor do que o que estamos vivendo. Não com os congressistas que vimos ocupar a tribuna para dizer sim ou não ao impeachement, justificando-os com os discursos mais estapafúrdios. Todos souberam aproveitar o palanque para discursos demagógicos, mas com raríssimas exceções mostraram qualquer discernimento ou comprometimento com uma causa que realmente tivesse a ver com o drama que o país está vivendo. Mais parecia um Sinédrio judeu, formado por saduceus e fariseus, votando pela crucificação de Jesus, porque ”importava que alguém morresse pelo povo”
Claro que Dilma não é nenhum Jesus Cristo. Aliás, ela está mais para Judas. Traiu feio o povo que a elegeu. O papel seria dela se o Temer não fosse mais talhado para ele e não tivesse Aécio e Cunha para funcionar de Anás e Caifáz. Na verdade, o Jesus Cristo desse drama, ou desse circo de horrores que assistimos ontem na Câmara, somos nós, o povo brasileiro. Nós somos o verdadeiro crucificado. Oxalá, como Cristo, possamos ressuscitar, gloriosos, depois do sofrimento que essa gente toda está nos fazendo passar.
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 18/04/2016
Alterado em 18/04/2016
