João Anatalino

A Procura da Melhor Resposta

Textos

O DIA EM QUE O CUNHA CHOROU
 
E o Cunha, o pastor evangélico do demônio, chorou. Nada de estranho nisso. Até o Nietszche chorou. Até o diabo chora. Chorar é próprio do ser humano, ainda que esse ser humano tenha se esquecido da maior obrigação que se impõe a uma criatura de Deus: a de ser honesto e decente, colaborar para felicidade da humanidade e não prejudicá-la amealhando só para si e deixando milhões de pessoas sem nada.
Pois foi o que ele fez com a sua corrupção e sua roubalheira. Ele, seus aliados e a maioria dos políticos que estão no Congresso. Inclusive os que querem agora sacrificá-lo. Ele tem razão em uma coisa. “Hoje sou eu, amanhã serão vocês”, disse ele aos seus pares, que estão de cutelo empunhado para fazer rolar sua cabeça. Lembra o deputado francês Danton, durante a Revolução Francesa. Ele foi um dos primeiros a empunhar a bandeira tricolor e cantar a Marselhesa, pedindo a deposição e a degola da família real. Conseguiu levar o rei e a rainha para a guilhotina. Alguns meses depois era ele que entregava o pescoço para a afiada lâmina. E ao caminhar para o cadafalso ele gritou para o seu algoz, Robespierre: “Hás de seguir-me Robespierre.” Algumas semanas depois era Robespierre que entregava a cabeça ao carrasco.
Praga de pastor, de padre, de monge ou de qualquer tipo de tipo de vigarista que usa a religião para enganar o povo é emblemática. Costuma pegar como fogo em mato seco. Talvez seja porque é o próprio diabo que o alimenta. E os amigos do Cunha, os seus aliados, todos os que, de algum modo, se beneficiaram dos seus crimes, devem estar com as barbas de molho. São mais de cem vigaristas, dizem. Quase um terço da Câmara.
Agora, o Cunha chorando foi patético. Lágrimas de crocodilo. Como se ele estivesse preocupado com tudo isso. Como se estivesse realmente sentindo o fato de que sua mulher e filha  ̶  duas aproveitadoras que gastam no exterior milhares de dólares com roupas e sapatos – estarem agora na mira do Ministério Público. Se o dinheiro tivesse sido ganho honestamente , não teria problema nenhum. Afinal, cada um tem o direito de gastar o seu dinheiro como bem entender. Mas era dinheiro do contribuinte que o Cunha roubou.
O pior disso tudo é que ainda tem gente tentando salvá-lo.Todos salafrários e vigaristas como ele. Alguns deles já andaram chamando o juiz Moro de Torquemada, o chefe da Inquisição espanhola, que torturou e mandou para a fogueira milhares de pessoas suspeitas de heresia. É uma sacanagem e uma grande maldade levantar uma calúnia dessas com a pessoa que está fazendo tanto bem ao país. Mas se o Moro, e outros como ele, conseguirem limpar o país dessa colônia de ratos que infesta a vida pública, ele pode ser até a encarnação do Torquemada. Não faz mal. Está perdoado por antecipação. A peste negra, que foi causada pelos ratos e pela sujeira que existia nas cidades naqueles tempos matou mais gente que as fogueiras da Inquisição.
E por aqui os ratos da política estão fazendo o mesmo estrago. Ratos que choram. Ratos que riem da nossa cara, como o Renan, o Jucá, o Collor, o Aécio, o Lula, a Dilma, a turma do Cunha. Que venha a guilhotina para todos eles. Que o vaticínio do Cunha se cumpra, como o de Danton se cumpriu. Como o que Jacques de Molay lançou sobre o papa e o rei da França. Todos esses ratos para a fogueira. Só assim vamos acabar com essa epidemia que infesta o Brasil. Viva Torquemada. Viva a Inquisição.
 
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 13/07/2016
Alterado em 13/07/2016


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