João Anatalino

A Procura da Melhor Resposta

Textos


Nesta segunda-feira o deputado Eduardo Cunha começa a ser julgado pelos seus pares da Câmara. Segundo todos os prognósticos ele deverá ser cassado. Esse julgamento ocorre depois de quase um ano de idas e vindas em um processo, que por sua própria natureza, não deveria durar mais de três meses.
Que ele seja cassado não é nenhuma novidade. Provas de que ele é culpado de quebra do decoro parlamentar, e de outros crimes muito mais graves não faltam. E elas são contundentes. Esse pastor dos demônios, além de ser mentiroso é prevaricador, corrupto, vigarista e falsário. Mentiu aos seus pares em CPI da Câmara ao afirmar que não mantinha conta no exterior. Ficou provado que tinha e não era pouco o dinheiro que enfurnara nelas, burlando o fisco; prevaricou ao usar o cargo público que tinha para achacar empresas e assim amealhar o dinheiro que malandramente escondia em suas contas no exterior; corrupto porque sempre usou o seu mandato em benefício próprio e não do povo que o elegeu. Vigarista por que não existe outro nome para quem mente tanto, arma e comete tantas chicanas e falcatruas para enganar os outros.
Com uma “capivara” tão grande, invejável até para um líder do PCC, Eduardo Cunha não pode escapar do justo castigo que o espera. Primeiro por parte dos seus nada inocentes pares da Câmara Federal e depois pelas mãos vingadoras do juiz Sérgio Moro. Pelo menos é o que se espera, em nome da decência e da purgação da consciência nacional, profundamente ofendida com os atos desse vigarista profissional que a honesta e decente comunidade evangélica carioca mandou para o Congresso Nacional.
O que releva em tudo isso e causaria estranheza, se não fossem os meandros da política, é que exista um número tão grande de deputados que insiste em tentar salvar esse escroque. Claro que o fazem, não porque acreditem na sua inocência, mas sim para proteção dos próprios traseiros. Pois o diabo nunca trabalha só. Ele espalha agentes pelo mundo todo para enganar os incautos e arrebanhá-los para sua causa. E não existe melhor lugar para se fazer isso do que em um templo religioso onde dores, culpas, necessidades e desejos convergem, fazendo de uma malta desprotegida e fragilizada uma massa de manobra fácil para espertalhões, como essa turma que compõe o time capitaneado pelo Eduardo Cunha.
Em sua defesa existem os princípios de direito. Eles dizem que todo criminoso têm direito a um julgamento justo, o que implica em uma ampla defesa e o direito de não ser considerado culpado até que a decisão passe em julgado, depois de esgotado todos os recursos. No Brasil, esses belos princípios iluministas foram tão pervertidos, que até o diabo, se fosse julgado em um dos nossos tribunais, talvez fosse inocentado. Ou pelo menos, encontraria juízes e jurados que ficaram em sérias dúvidas se ele é culpado ou não.
Bom. Quem quer ser político ou advogado não pode ser melindroso nem ter vergonha na cara. Sabe que, um dia, vai ter que subir em uma tribuna para defender o indefensável. Faz parte da profissão. Mas nós, simples mortais, cujo único remédio contra a infecção generalizada de corrupção que assola o país é o nosso direito de voto, não precisamos nos submeter a essa fatalidade. Guardemos o nome e o rosto desses quadrilheiros que fazem parte do bando do Cunha. E nas próximas eleições mandemos todos para o limbo que antecede os portões do reino do chefe deles, ou seja, o inferno. E que eles ali, purguem o pecado da heresia cometida por terem apoiado esse emissário do capeta chamado Eduardo Cunha.
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 10/09/2016
Alterado em 10/09/2016


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