João Anatalino

A Procura da Melhor Resposta

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UM SOPRO DE ESPERANÇA

Dois eventos marcantes aconteceram ontem em Brasília: o primeiro foi a cassação do mandato do vigarista Eduardo Cunha e o segundo a posse da Ministra Carmem Lúcia para a presidência do Supremo Tribunal Federal.
Esses dois eventos marcam, senão uma mudança de ares em Brasília, pelo menos indicam que ventos mais salubres soprarão do Planalto no futuro que começa hoje. Afinal de contas, duas das vigas mestras que sustentam a estrutura da República estão sendo, eu não diria reformadas, mas pelo menos começaram a ser limpas dos cupins que a corroíam.
Eduardo Cunha era um cancro que corroia a Câmara dos Deputados. Não era o único, mas talvez o mais pernicioso. Há muitos outros naquela casa que precisam ser removidos, para que a profilaxia seja, de fato, exitosa. Mas já sabemos que a Casa, por si mesma, não fará essas cirurgias, pois são tantas as células doentes que, se extirpadas todas, poucas sobrarão para manter esse corpo com uma vida sadia.
Talvez aí seja mais viável a quimioterapia das eleições. É um tratamento mais lento, porém mais seguro e pode conduzir a melhores resultados. Mas para isso é preciso que o povo tome mais cuidado e seja mais responsável com o uso desse remédio que é o voto. De nada adianta substituir um bando de malandros por outros.
Dito isso, saudamos com esperança o outro evento ocorrido ontem, no Supremo Tribunal Federal. Saiu o Ministro Lewandowsky, magistrado reconhecidamente comprometido com a ideologia política do PT e entrou a Ministra Carmem Lúcia, que pelo que se sabe, só tem comprometimento ideológico com o Direito, a Justiça e a Constituição que ela jurou defender.
O Ministro Lewandowsky, como de resto outros Ministros que lá estão (Marco Aurélio e Dias Toffolli, por exemplo) só estão lá por força dos seus padrinhos. Não tinham mérito nem currículo para assumirem a toga na Suprema Corte do país. Suas carreiras profissionais eram medíocres. Mas tinham padrinhos poderosos. O Lewandowsky e o Toffoli tinham o Lula e o Marco Aurélio, primo do Collor, foi posto lá por ele quando era presidente.
Essa é uma prática que precisa ser revista. Ministro do Supremo não devia ser indicado por presidentes. Prejudica a isenção que um magistrado precisa ter. Lewandowsky advogou descaradamente a favor dos petistas julgados no Mensalão. Sustentou renhidos e despudorados embates com o Ex-Ministro Joaquim Barbosa para diminuir a pena dos condenados naquele processo. E por fim culminou a sua passagem na presidência do Supremo Tribunal Federal com o conluio que armou com o suspeitíssimo Renan Calheiros para evitar que a Dilma tivesse os direitos políticos suspensos.
Livre da lepra, ou do câncer que era o Eduardo Cunha, quem sabe a Câmara dos Deputados possa respirar um ar mais salubre e realmente assumir a missão que lhe cabe como representante do povo brasileiro. E o Supremo, sem a mão do petista Lewandowsky para ficar girando o leme daquela Casa nos rumos que a sua ideologia indicava, quem sabe agora faça o que dela espera toda a nação: uma limpa geral nesse pântano fétido que é a nossa política. Munição e condição para isso o Ministério Público e a Polícia Federal já lhe deu. E a opinião pública já manifestou, de forma mais que explícita, o seu apoio.
Lewandowsky não tinha vontade política e talvez até lhe faltasse moral para colocar na pauta o julgamento dos políticos envolvidos nas falcatruas da Lava a Jato, da Zelotes e outras operações desmontadas pela Polícia Federal e Ministério Público. Ou quem sabe lhe faltasse culhão. Espero que a Ministra Carmem Lúcia tenha tudo isso e o nosso Brasil possa, finalmente, respirar o ar de esperança que timidamente começa a soprar do planalto.central


 
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 13/09/2016


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