Como é bom sentir que sou amado
Pelo prazer que demonstras quando chego,
Em nossa casa, à tarde, bem cansado
E encontro a mansidão deste aconchego.
O meu cansaço se esfuma nos teus braços,
E desaparece como um gato frente a um cão.
Se na rua amargurei alguns fracassos,
Junto a ti me recupero e sou campeão.
O meu mundo, do teu não pode ser separado,
São indistintos, como o fogo e sua chama.
Te amo como Basho amou a flor nazuna,
Na naturalidade daquele muro fendilhado.
“Yoku mireba, nazuna hana saku, kakine kana,*
Por que sem ti, jamais serei coisa nenhuma.
*quando olho atentamente, vejo nascer a flor nazuna na fenda do muro;
( Basho, poeta japonês do século XVIII, considerado o rei do haikai)
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 13/09/2009
Alterado em 25/09/2009