João Anatalino

A Procura da Melhor Resposta

Textos




 
O ROMANCE DA MAÇONARIA..................................................................................................

OO LIVRO " OS OBREIROS DO UNIVERSO".

     Não passará despercebida ao maçom esclarecido a percepção de que os ritos que ele pratica em Loja, as palavras de passe que ele aprende na passagem dos diversos graus, as lendas e nomes insertos nos rituais dos quais participa, á medida que vai avançando no catecismo da Ordem, tem uma estreita ligação com a tradição veiculada na Bíblia Sagrada, especialmente o Velho Testamento.
     E quem tem verdadeira intimidade com os escritos sagrados, e efetivamente os leu com espírito de pesquisador, não estranhará os pressupostos aqui colocados, especialmente o de que a Maçonaria, em sua concepção, muito mais do que nas chamadas guildas dos artesãos da Idade Média, tem suas raízes no modelo legado pela nação de Israel.
     Já de início o pesquisador se surpreenderá com a quantidade de invocações que os rituais maçônicos fazem às antigas tradições judaicas. E aqui, o simbolismo do Templo do Rei Salomão, com suas alusões ao tema da Arquitetura, é apenas uma integração temática, que visa dar liga a um conteúdo um tanto amorfo, inserido na Maçonaria a partir das suas influências corporativas medievais. O que queremos dizer com isso é que se quisermos entender, realmente, o espírito da Maçonaria, não enquanto instituição social e política, mas sim, no que ela significa de verdade como instituto cultural, não é nos ordenamentos das antigas Confrarias dos pedreiros medievais que devemos buscar esse entendimento, mas sim nas tradições e práticas dos judeus do Velho Testamento.
     Uma constatação que pode causar algum constrangimento ao maçom ocidental, pouco afeito a essas especulações, é a de que existe muito pouco de cristianismo convencional na doutrina e na liturgia maçônica. Por cristianismo convencional queremos expressar, não a doutrina ensinada por Jesus Cristo, já que em nossa opinião, nenhuma das Igrejas chamadas cristãs jamais a professou de verdade, mas aquela que tem sido ensinada ao longo dos séculos, como oriunda dele.
     Aliás, acreditamos que Jesus nunca pensou em fundar uma nova religião e muito menos uma nova Igreja. Na verdade, ele era judeu, não só no sangue, mas também no espírito, e seu objetivo não era divulgar uma nova crença, mas sim levar o povo judeu, e quem mais quisesse acreditar nele, para uma volta à origem do judaísmo, origem essa que ele considerava pura e santificada, mas que ao longo do tempo foi maculada por interpretações equivocadas e tendenciosas de uma casta sacerdotal que se apropriou dos conceitos legados por Moisés aos seus antepassados, e os usava para seus exclusivos benefícios.
     Na opinião de Jesus e dos puristas judeus da sua época, ( os essênios e os zelotes), o reino de Israel era, na sua origem, o Reino de Deus sobre a terra. Era, por assim dizer, uma nação justa e perfeita, modelar, expressão mais pura da humanidade autêntica que Deus gostaria de desenvolver na terra.
     Os próprios israelitas sempre tiveram em mente uma noção utópica de civilização, instruída diretamente por Deus e guiada por pessoas especialmente escolhidas por Ele. Nesse sentido, toda a sua literatura sagrada é alinhavada como se fosse uma tese, cujo único objetivo é provar a veracidade e a legitimidade da eleição dos israelitas como o povo preferido de Deus. 
       Assim, todo o conteúdo do Velho Testamento é um grande tratado destinado a provar que os israelitas são um povo diferenciado, um povo eleito, um povo iniciado, que vive uma relação de estreita intimidade com Deus. Nesse sentido, Israel nos aparece como uma grande Irmandade ligada pelos laços do sangue e da crença em uma única Divindade, Criadora de todas as coisas, por isso mesmo, Arquiteto Supremo do Universo.
        Invocamos tais paralelos para dizer que não nos surpreende a debilidade da influência cristã sobre a Maçonaria. Isso não nos causa nenhum constrangimento  porque Jesus também não era cristão. Aliás, o conceito do Messias judeu, que ele encarnou, pouco tem a ver com a idéia do Cristo universal, que seus seguidores, especialmente o Apóstolo Paulo e o evangelista João, mais tarde iriam propagar.  
        E se ele professava alguma religião, essa religião era o Judaísmo. Daí não vermos nenhum motivo de escândalo quando alguém afirma que a Maçonaria é pouco cristã, ou que ela é uma seita herética semelhante às que se formaram no primeiro e segundo século da nossa era como alternativa ao  Cristianismo  convencional que os bispos de Roma impuserm ao mundo. 
        Em nossa opinião não há nenhum problema em assumir essa carapuça. Afinal, não vemos nehum mérito em professar um Cristianismo deformado por ambições e crenças pessoais, como esse que a Igreja Romana nos legou. Mas ela não é uma seita, nem é herética, como alguns setores dessa Igreja costumam dizer. Até porque, a palavra heresia resulta de uma deformação existente na mente das pessoas intolerantes, que não conseguem conviver com crenças diferentes das sua. 
        A Maçonaria é  uma escola de pensamento que não se apega a dogmas de discutível espiritualidade, e busca nas fontes do pensamento judaico-cristão alternativo e nas mais diversas manifestações espirituais da antiguidade os pressupostos para a sua doutrina e prática de vida. Não renega nenhuma doutrina, mas convive com todas em harmonia, integrando em seu corpo doutrinário o que cada uma tem de melhor, para fins de aperfeiçoar o espírito humano. Dessa forma, a verdade, para a Maçonaria, é um sistema aberto de pressupostos, no qual o único e indiscutível dogma é a crença de que o mundo foi feito por um Ser Supremo, o Grande Arquiteto do Universo, que é Deus. Assim também acreditavam os antigos israelitas; tanto que, para dar operatividade à essa crença eles se propuseram a repetir na terra, a idéia que eles tinham a respeito de Deus e da forma como ele agia para construir o universo. Essa idéia eles a desenvolveram numa obra política e social, que foi o reino de Israel, e numa obra de arquitetura, que foi o Templo de Salomão.
       A proposta deste trabalho é fazer um paralelo entre a filosofia e as práticas maçônicas que encontramos hoje nas diversas Lojas e Ritos pelos quais a Arte Real se dividiu e a cultura israelita anterior ao cristianismo, para mostrar o quanto a Arte Real está impregnada dessa cultura. Como se disse, o Irmão bem informado a respeito de tudo que se refira à Maçonaria, especialmente nos graus superiores do Escocismo, se sentirá em Loja ao ler este trabalho.
       E os que não são irmãos, apenas por uma questão de não terem sido submetidos á uma  iniciação, encontrarão neste ensaio um gostoso romance histórico-esotérico.
       É que por uma questão de estilo preferimos dar á esta obra uma forma romanceada. Afinal, a Maçonaria é, antes de tudo uma fantástica experiência espiritual, um romance digno de ser vivido, mais do que ser apenas lido.

(continua )



DIA 19 DE NOVEMBRO- LANÇAMENTO NACIONAL DO LIVRO " O FILHO DO HOMEM", ROMANCE HISTÓRICO SOBRE A VIDA DO JOVEM JESUS QUE OS EVANGELHOS NÃO RELATAM. ESSE LIVRO JÁ PODE SER ADQUIRIDO ATRAVÉS DESTE SITE.










João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 13/10/2009
Alterado em 25/10/2009


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