João Anatalino

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O SEGREDO DE MOISÉS


Moisés, o iniciado- Os inumeráveis Nomes de Deus- O nome egípcio de Moisés- A religião politeísta dos egípcios- O Deus único de Moisés- A Revolução de Akhenaton- Moisés, sumo sacerdote de Athon.

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      Moisés, antes de fundar a Grande Irmandade dos Filhos de Israel, foi príncipe do Egito e membro da Sublime Ordem dos Irmãos de Heliópolis. Nessa Irmandade, que congregava grandes sábios e as principais personalidades do estado egípcio, ele exercia altas dignidades quando descobriu ser realmente descendente de pais hebreus, o que muito o perturbou, pois viu o erro mortal em que vivia, adorando falsos deuses.
     Os israelitas adoravam um único Deus, cujo nome podia ser escrito de diferentes formas, mas a pronúncia lhes era desconhecida, razão pela qual eles o chamavam apenas de Adonai, O Senhor. 
     O nome Moisés significa “tirado das águas”, pois ele foi posto nas águas do Rio Nilo por sua mãe Iochabel, para salvá-lo do decreto do faraó Amenhoteph III, que mandara as parteiras hebraicas afogar nas águas do Nilo todos os recém nascidos entre o povo de Israel.
     Mas o G A  D  U o salvou e conduziu o cesto de vime onde ele foi posto até as mãos de Bithia, irmã do faraó Amenhoteph III, que o criou como seu filho. Quando adulto, tornou-se príncipe do Egito com o nome de Osarseth, e aos vinte anos foi iniciado no alto cargo de sacerdote em Heliópolis. É com esse nome que ele aparece nos documentos, estelas e inscrições que os egípcios gravavam para registrar os acontecimentos importantes da história da sua nação, o que explica porque nunca foi encontrada nenhuma referência ao nome de Moisés nos registros da história egípcia.
     Os egípcios praticavam uma religião politeísta que reverenciava uma infinidade de deuses, um para cada força da natureza ou habilidade humana, ou ainda característica de animal. Essa prática politeísta prejudicava a unidade daquele povo em uma única nação, e a sua reunião em uma grande Irmandade, como Moisés, no seu papel de sacerdote, gostaria de fazer.
     Ele sofria muito com isso, pois as diferenças religiosas qu existiam entre os egipcios os separavam mais que os seus interesses materiais, já que cada cidade adorava um deus em particular, e isso provocava muitas contendas entre elas, que geralmente evoluíam para sérios conflitos armados.
     Foi então que ele despiu-se dos privilégios de príncipe egípcio que era e adotou o modo simples de viver e pensar dos israelitas. Ao fazê-lo descobriu que o G A  D  U, mesmo tendo múltiplas naturezas, era, na verdade uma única entidade, um Deus Único e universal que geria todo o universo. Dessa forma, ele reunia todos os atributos de Deus, que os egípcios e outros povos adoravam separadamente, em um único nome, que era aquele pelo qual os israelitas o conheciam, ou seja, Adonai, o Senhor.
     Assim, Moisés percebeu que Deus, embora fosse conhecido por diversos nomes, todos eles nada mais eram que representações das qualidades e atributos que Ele distribuía pelo mundo, ou seja, aos seres humanos pelas suas qualidades e virtudes, aos animais pelas suas características físicas e aos elementos da natureza como forças que nela atuam e produzem os fenômenos naturais.
     E Moisés percebeu que os egípcios, na verdade, também adoravam um único Deus, mas na sua ignorância pensavam que existiam muitas e variadas divindades, que presidiam os mais diversos aspectos da vida na terra, razão pela qual deram a Ele milhares de nomes e Dele fizeram múltiplas representações, figurando-O, ora como um ser humano, ora como animal, ou ainda como seres híbridos, meio humanos, meio bestas, ou como elementos da natureza tais como o Sol, a Lua, o Vento, o Rio etc.

     Tudo isso aconteceu nos dias daquele faraó cujo nome era Amenhotep, o quarto rei egípcio desse nome, o qual estava em luta com os governadores das províncias egípcias, porque queria submetê-los ao seu poder e fazer do Egito um estado únificado. E o deus de Tebas, a sua capital, era aquele que os egípcios chamavam de Amon-Rá. 
      Com a desculpa de que os egípcios estavam por demais corrompidos em moral e virtude, e que essa corrupção era conseqüência da adoração de muitos deuses, (pois diferentes crenças significam diferentes valores e interesses), quis aquele faraó impor a todos os egípcios o culto a uma única divindade, por ele chamado Aton, representada pelo disco solar.
      Dessa forma baixou decreto mandando que em todas as terras do Egito se adorasse o deus único que habitava na luz do Sol, porque Aton era o deus universal e todos os outros nada mais que figurações de seus atributos. Isso aconteceu, certamente por influência de Moisés, seu primo, que já nessa época, tinha adotado a religião de Israel.
      E mudou seu próprio nome para Akhenaton, que quer dizer “Filho de Aton”, porque no Egito o faraó era considerado Filho de Deus. Mandou também construir para Ele um suntuoso Templo em Carnac, o glorioso santuário que antes era dedicado a Amon-Rá, o que muito desagradou a classe sacerdotal egípcia.
      Dada a grande oposição encontrada em Tebas e Carnac, bem como em outras cidades que cultuavam Amon-Rá e outros deuses, Akhenaton foi obrigado a deixar Tebas e construir uma grande cidade para ser a sua capital, a cento e cinqüenta léguas ao sul de Tebas, rio acima, no lugar que, segundo uma antiga crença egípcia, Amon-Rá teria começado a fazer o mundo. A essa cidade ele chamou Khut-Aton.
      Mandou também que todas as representações e nomes dos outros deuses fossem apagados dos templos, monumentos e documentos que se escreviam no Egito e somente o nome de Aton fosse mantido em todos os registros provocando uma verdadeira revolução no país.
      E fez de seu primo Moisés, cujo nome egípcio era Osarseth, o Sumo Sacerdote da nova religião, dando-lhe por esposa sua filha mais velha, de nome Atonith (ou Meritaten) e por dote a terra de Gósen, onde ele reinou por dez anos e exerceu muito poder sobre os negócios do reino egípcio, tendo inclusive organizado uma grande associação entre os trabalhadores das muitas pedreiras ali existentes, a maior parte deles hebreus de origem.

                                              (NOTAS)

     A Bíblia é muito sucinta a respeito da infância e da adolescência de Moisés. Apenas informa ser ele filho de uma mulher hebréia chamada Iochabel. Esta, para salvá-lo do decreto do faraó, que mandava jogar no rio todos os machos recém nascidos na tribo dos hebreus, o colocou num cesto de vime e o lançou ás águas do Nilo, próximo de onde a irmã do faraó costumava banhar-se. A princesa, de nome Bithia, ao recolher o cesto e verificar que continha um recém nascido, o recolheu para si e mandou chamar uma mulher hebréia para amamentá-lo. Essa mulher era a própria mãe de Moisés. A irmã do faraó o criou e fez dele seu próprio filho, tornando-o primo do faraó. (1)

      O verdadeiro nome de Deus é um dos segredos mais caros da religião hebraica. O G A  D U não o revelou a Moisés quando se apresentou a ele no Monte Sinai e o encarregou de tirar os hebreus do Egito. (2)
      Um dos mais sagrados princípios da religião de Israel é o de não pronunciar o nome de Deus em vão. Isso foi expresso inclusive em um dos Dez Mandamentos. Somente mais tarde é que os rabinos que desenvolveram a doutrina da Cabala chegaram a conclusão de que o nome de Deus se escrevia com as letras IHVH, o que, na tradução para o alfabeto latino deu Iavé ou Javé, e que em portu-guês resultou em Jeová. Todavia, hoje se sabe que esse nome não representa o deus universal e único que os hebreus reverenciavam, mas apenas mais um dos nomes pelo qual Ele era conhecido entre os povos de língua semita. (3)
       Embora se diga que as antigas religiões eram politeístas e adoraravam vários deuses, o conceito de que o universo se originou de uma fonte única sempre esteve presente em todas elas. A diferença entre o politeísmo das antigas religiões e o monoteísmo dos hebreus, ou de Akhenaton, foi a identificação desse princípio com um único nome, Adonai para os hebreus, ou Aton para aquele faraó.
       Os antigos povos, na verdade, não adoravam vários deuses, como geralmente se acredita, mas sim as suas manifestações. Deus era, para eles, uma só realidade, que se manifestava de múltiplas formas, todas igualmente divinas. Como Dele diz a Baghavad Guita: “ Eu te descreverei os meus principais atributos- os principais somente, pois que sem limites é minha plenitude; ser algum pode me conhecer totalmente: – Eu sou a essência espiritual que habita nas profundezas da alma e no íntimo de cada criatura – o princípio, o meio e o fim de todas as coisas; a sua origem, a sua existência e o seu termo final. – Eu sou Vishnu ( a segunda pessoa da trindade indu), entre as forças criadoras; entre os seres do mundo sideral eu sou o sol; nos espaços atmosféricos, eu sou a tempestade; entre as luminárias do céu, eu sou a lua. –Sou o Sama ( o mais belo cântico do livro dos Vedas); no céu das divindades sou o Deus Supremo; entre os sentidos, sou a mente pensante; entre as forças mentais sou a razão consciente.- Entre os destruidores sou o transformador; entre os grandes sou o gigante; entre os espíritos sou o Espírito Supremo; entre os elementos purificadores sou o fogo; entre os montes sou Meru.( o pico da visão espiritual e da experiência mística).(4) 
      Ou como diz Eliphas Levi em seu livro História da Magia, cap.7 Livro I, “ Deus é a inteligência, a vida, o único e infinito Amor, que potencializa o real existente. Ele é tudo e está em tudo, mas distingue-se do todo e é maior do que o todo. Seu nome é inefável, e seja qual for o título que lhe dermos, ele só expressará um ideal humano.”   
       Isso explica porque a maçonaria do Rito Escocês chama de Graus Inefáveis a um determinado bloco dos graus superiores. Esse bloco desenvolve a sabedoria que se dedica à procura da Palavra Perdida, ou seja, a sabedoria consagrada ao aprendizado do verdadeiro nome de Deus. Na formação do caráter humano, essa sabedoria corresponde à aquisição do verdadeiro sentimento religioso.

       Aton, na verdade, era o mesmo Deus que os egípcios cultuavam com o nome de Amon-Rá, o sol radiante. Todavia, Amon-Rá convivia com uma plêiade de outros deuses, e Akhenaton quis fazer dele o único Deus do Egito. 
       Amon-Rá era considerado o rei dos deuses, “Aquele que não é visto, ou “O que está escondido”. Essa expressão se referia ao sol, que se punha todas as tardes e retornava todas as manhãs, Acreditava-se que nessa capacidade que o sol possuía, de sumir e reaparecer de novo todos os dias, estava a explicação do grande mistério da morte e do nascimento da vida na terra. Assim, Amon-Rá era cultuado como sendo o “poder que dá a vida”, o poder oculto do sol. Por isso é que nos Templos maçônicos o sol está sempre figurado como representação da majestade do G A  D  U, e é a sua luz que é comunicada através da estrela Flamejante. (5)

      ( DO O ILUMINISMO MAÇÔNICO,  livro a ser publicado proximamente. )

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 1  Êxodo, 1;5....Embora muitos autores acreditem que o faraó da época do Êxodo era Ransés II, é mais provável que esse faraó fosse o herege Akhenaton. Essa tese é defendida por Ahemed Osnan em sua obra Moisés e Akhenaton, publicada pela Madras.
2- GADU, O Grande Arqquiteto do Universo
3- Segundo a Cabala, Jeová, Adonai, Senhor, etc. são apenas nomes obtidos pelos arranjos combinatórios das letras do Tetragrammaton. (IHVH), que são as letras Yod, He, Vau, He, do alfabeto hebraico.
4- A canção Guita, de Raul Seixas e Paulo Coelho, foi inspirada nesse conceito.
5- Bagahvad Guita – canto X - Os chamados Graus Inefáveis, na maçonaria, correspondem aos 4 a 14
5- A Estrela Flamejante, ou seja a letra G, símbolo da origem de todas as coisas, da qual emana o raio que comunica a energia criadora, simbolizado pela Espada Flamígera.
































João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 16/10/2009
Alterado em 25/10/2009


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