João Anatalino

A Procura da Melhor Resposta

Textos


     De acordo com uma sabedoria muito antiga, houve um homem primordial que teria vivido na terra antes da atual forma civilizada do ser humano. Formavam uma grande e adiantada civilização, que amiúde tem sido identificada com os lendários atlantes, os habitantes de Tule, ou da Lemúria, etc.  Esses homens tinham uma sabedoria diferente da nossa e viviam vidas muito longas. Isso era possível porque eles conviviam em um mundo perfeito, de paz, saúde e felicidade, já que haviam aprendido a manter uma relação de Amor e Respeito com a Natureza do Cosmo e com seu Criador, que é o G. A  D  U.
     A Bíblia cita os primeiros patriarcas, antediluvianos, como seres que viviam centenas de anos e também se refere aos audazes nefilins, gigantes que viveram na terra antes do dilúvio.
     No caso bíblico trata-se, evidentemente, de uma memória dessa civilização, porquanto o homem primordial de que se trata aqui viveu antes da chamada queda do homem, referida na Bíblia como a expulsão dö casal humano do paraíso.
     Os grandes heróis arquetípicos de todas as culturas, tais como Osíris, Gilgamés, Hércules, e os míticos heróis da Bhagavad Gita, também constituem memórias desses nossos predecessores. A doutrina que fala desses mundos anteriores e desse homem primordial é o objeto da Teosofia, disciplina que trata das antigas tradições religiosas, folclóricas e culturais dos povos antedeluvianos e dos legados que eles nos deixaram. 

A familia de Adão

      O homem primordial também é referido em algumas passagens da Bíblia, como gigantes que habitavam a terra, antes mesmo de Adão ter sido formado. Alguns dos seus descendentes , inclusive, ainda podiam ser encontrados na Palestina quando os israelitas, sob o comando de Josué, iniciou a conquista da Terra de Canaã. Golias, o gigante filisteu que Davi matou com um tiro da sua funda, era um deles. 
     A própria Biblia sugere que Adão não foi o primeiro homem que existiu sobre a face da terra, como comumente se pensa. Adão era “um” dos homens primordiais que viviam na terra, e sua escolha, pelo cronista bíblico, para representar a raça humana é uma metáfora, que serve para dar início à saga do povo de Israel, como  povo escolhido de Deus. Nesse caso, "o barro da terra", do qual Adão foi tirado, era a humanidade anterior, e o "sopro divino", nele inoculado, é a doutrina com a qual Deus iria construir a nova humanidade.
     Isso explica a estranha passagem bíblica, na qual Cain, depois de matar Abel, foge para um pais ao nascente do Eden, onde se casa, constitui família e edifica uma cidade. Sempre se perguntou de onde teria vindo a mulher de Cain, se a primeira família formada na terra tivesse sido a dele. 
     Segundo a Teosofia, disciplina inaugurada por Helena P. Blavastsky, a atual raça humana, derivada de Adão, é a quarta raça a ocupar a terra. Antes dela, outras raças nos precederam, e todas foram destruídas em consequência de cataclismos naturais e conflitos entre elas mesmas. O famoso poema indu Mahabarata, descreve um desses conflitos.

O Homem Vitruviano

     A Biblia diz que o homem da terra foi feito à imagem e semelhança de Deus. A Cabala, por sua vez, diz que o homem da terra é um retrato do homem do céu, chamado Adão-Kadmon, cuja figura reproduzia, simbólicamente, as medidas do cosmo, o qual, por sua vez, guardava uma relação geométrica e matemática com o próprio Demiurgo que o produzira. Portanto, o homem da terra, feito á imagem e semelhança do homem do céu, era uma reprodução do Demiurgo, Mestre Arquiteto do cosmo, e suas medidas podiam ser aprendidas através de relações geométricas e matemáticas, utilizando-se para isso, conhecimentos cabalísticos.
      Foi o que fez o arquiteto italiano Cláudio Vitrúvio. Utilizando tais conhecimentos, aliados aos que possuia em Arquitetura, ele compôs o chamado "homem vitruviano", que Leonardo da Vinci imortalizou no famoso desenho reproduzido acima.
      Note-se que  no estudo feito por Vitrúvio, todas as partes do corpo humano estão em relação geométrica como o seu todo, isto é, braços e pernas são uma medida exata do tronco, pés e mãos também mantém uma exata proporção com o tronco, e todas as demais medidas também guardam essa relação. A idéia do “homem vitruviano” também revela uma analogia bastante próxima aos famosos heróis da mitologia grega, cuja perfeição de formas sempre foi destacada, e lembra, de uma maneira, o desenho da Árvore Sefirótica da Cabala, ou a Árvore da Vida, simbolo da conformação energética do universo, presente em todas as antigas tradições. 

    No desenho acima reproduzido é possível notar que a combinação das posições dos braços e pernas do homem formam quatro posturas diferentes. As posições com os braços em cruz e os pés são inscritas juntas dentro de um quadrado. Por outro lado, a posição superior dos braços e das pernas é inscrita dentro de um círculo. Isto ilustra o princípio que na mudança entre as duas posições, o centro aparente da figura parece se mover, mas de fato o umbigo da figura, que é o verdadeiro centro de gravidade, permanece imóvel. Desse desenho é possível, também deduzir as seguintes relações:

 Um palmo equivale à largura de quatro dedos;
 Um pé tem a largura de quatro palmos;
 Um antebraço ou cúbito é igual a largura de seis palmos;
 A altura de um homem é de quatro antebraços (24 palmos);
 Um passo equivale a quatro antebraços;
 A longitude dos braços estendidos de um homem é a medida da sua altura;
 A distância entre o começo do cabelo e a ponta do queixo é igual um décimo da altura de um homem.
 A distância do começo do cabelo para o topo do peito pode ser calculado como um sétimo da altura.
 A distância do topo da cabeça para os mamilos equivale a um quarto da altura e a largura máxima dos ombros é igual a um quarto da altura ; A distância do cotovelo para o fim da mão também é um quarto da altura, e distância do cotovelo para a axila equivale um oitavo da altura de um homem;
 O comprimento da mão é um décimo da altura de um homem e distância do fundo do queixo para o nariz é um terço da longitude da face;
 A distância do início do cabelo para as sobrancelhas é um terço da longitude da face e a altura da orelha é um terço da longitude da face.

    O propósito de Vitrúvio era mostrar a relação matemática existente entre as proporções do corpo humano com o universo, comprovando a tese de que o homem teria sido feito á imagem e semelhança do Criador ( o Demiurgo, o Homem do Céu), partindo do princípio de que o Cosmo nada mais era que a reprodução do corpo do seu Criador. Essa relação de simetria podia ser comprovada através dessas relaçõs geométricas.  Note-se que a área total do círculo onde ele é inscrito é idêntica á área total do quadrado. Dele se pode extrair o número mágico phi , que os antigos matemáticos diziam ser o algoritmo fundamental para o calculo de qualquer medida do universo. 
     Como a Maçonaria é a Arte (arquitetura) de construir, tanto o universo material quanto o universo espiritual, sendo aquele simbolizada pela sociedade perfeita e este pelo cárater íntegro, nada melhor que o simbolo do homem universal ( o homem vitruviano) para visualizar essa relação.
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João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 09/11/2009
Alterado em 01/02/2010


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