De acordo com uma sabedoria muito antiga, houve um homem primordial que teria vivido na terra antes da atual forma civilizada do ser humano. Formavam uma grande e adiantada civilização, que amiúde tem sido identificada com os lendários atlantes, os habitantes de Tule, ou da Lemúria, etc. Esses homens tinham uma sabedoria diferente da nossa e viviam vidas muito longas. Isso era possível porque eles conviviam em um mundo perfeito, de paz, saúde e felicidade, já que haviam aprendido a manter uma relação de Amor e Respeito com a Natureza do Cosmo e com seu Criador, que é o G. A D U.
A Bíblia cita os primeiros patriarcas, antediluvianos, como seres que viviam centenas de anos e também se refere aos audazes nefilins, gigantes que viveram na terra antes do dilúvio.
No caso bíblico trata-se, evidentemente, de uma memória dessa civilização, porquanto o homem primordial de que se trata aqui viveu antes da chamada queda do homem, referida na Bíblia como a expulsão dö casal humano do paraíso.
Os grandes heróis arquetípicos de todas as culturas, tais como Osíris, Gilgamés, Hércules, e os míticos heróis da Bhagavad Gita, também constituem memórias desses nossos predecessores. A doutrina que fala desses mundos anteriores e desse homem primordial é o objeto da Teosofia, disciplina que trata das antigas tradições religiosas, folclóricas e culturais dos povos antedeluvianos e dos legados que eles nos deixaram.
A familia de Adão
O homem primordial também é referido em algumas passagens da Bíblia, como gigantes que habitavam a terra, antes mesmo de Adão ter sido formado. Alguns dos seus descendentes , inclusive, ainda podiam ser encontrados na Palestina quando os israelitas, sob o comando de Josué, iniciou a conquista da Terra de Canaã. Golias, o gigante filisteu que Davi matou com um tiro da sua funda, era um deles.
A própria Biblia sugere que Adão não foi o primeiro homem que existiu sobre a face da terra, como comumente se pensa. Adão era “um” dos homens primordiais que viviam na terra, e sua escolha, pelo cronista bíblico, para representar a raça humana é uma metáfora, que serve para dar início à saga do povo de Israel, como povo escolhido de Deus. Nesse caso, "o barro da terra", do qual Adão foi tirado, era a humanidade anterior, e o "sopro divino", nele inoculado, é a doutrina com a qual Deus iria construir a nova humanidade.
Isso explica a estranha passagem bíblica, na qual Cain, depois de matar Abel, foge para um pais ao nascente do Eden, onde se casa, constitui família e edifica uma cidade. Sempre se perguntou de onde teria vindo a mulher de Cain, se a primeira família formada na terra tivesse sido a dele.
Segundo a Teosofia, disciplina inaugurada por Helena P. Blavastsky, a atual raça humana, derivada de Adão, é a quarta raça a ocupar a terra. Antes dela, outras raças nos precederam, e todas foram destruídas em consequência de cataclismos naturais e conflitos entre elas mesmas. O famoso poema indu Mahabarata, descreve um desses conflitos.
O Homem Vitruviano
A Biblia diz que o homem da terra foi feito à imagem e semelhança de Deus. A Cabala, por sua vez, diz que o homem da terra é um retrato do homem do céu, chamado Adão-Kadmon, cuja figura reproduzia, simbólicamente, as medidas do cosmo, o qual, por sua vez, guardava uma relação geométrica e matemática com o próprio Demiurgo que o produzira. Portanto, o homem da terra, feito á imagem e semelhança do homem do céu, era uma reprodução do Demiurgo, Mestre Arquiteto do cosmo, e suas medidas podiam ser aprendidas através de relações geométricas e matemáticas, utilizando-se para isso, conhecimentos cabalísticos.
Foi o que fez o arquiteto italiano Cláudio Vitrúvio. Utilizando tais conhecimentos, aliados aos que possuia em Arquitetura, ele compôs o chamado "homem vitruviano", que Leonardo da Vinci imortalizou no famoso desenho reproduzido acima.
Note-se que no estudo feito por Vitrúvio, todas as partes do corpo humano estão em relação geométrica como o seu todo, isto é, braços e pernas são uma medida exata do tronco, pés e mãos também mantém uma exata proporção com o tronco, e todas as demais medidas também guardam essa relação. A idéia do “homem vitruviano” também revela uma analogia bastante próxima aos famosos heróis da mitologia grega, cuja perfeição de formas sempre foi destacada, e lembra, de uma maneira, o desenho da Árvore Sefirótica da Cabala, ou a Árvore da Vida, simbolo da conformação energética do universo, presente em todas as antigas tradições.
No desenho acima reproduzido é possível notar que a combinação das posições dos braços e pernas do homem formam quatro posturas diferentes. As posições com os braços em cruz e os pés são inscritas juntas dentro de um quadrado. Por outro lado, a posição superior dos braços e das pernas é inscrita dentro de um círculo. Isto ilustra o princípio que na mudança entre as duas posições, o centro aparente da figura parece se mover, mas de fato o umbigo da figura, que é o verdadeiro centro de gravidade, permanece imóvel. Desse desenho é possível, também deduzir as seguintes relações:
Um palmo equivale à largura de quatro dedos;
Um pé tem a largura de quatro palmos;
Um antebraço ou cúbito é igual a largura de seis palmos;
A altura de um homem é de quatro antebraços (24 palmos);
Um passo equivale a quatro antebraços;
A longitude dos braços estendidos de um homem é a medida da sua altura;
A distância entre o começo do cabelo e a ponta do queixo é igual um décimo da altura de um homem.
A distância do começo do cabelo para o topo do peito pode ser calculado como um sétimo da altura.
A distância do topo da cabeça para os mamilos equivale a um quarto da altura e a largura máxima dos ombros é igual a um quarto da altura ; A distância do cotovelo para o fim da mão também é um quarto da altura, e distância do cotovelo para a axila equivale um oitavo da altura de um homem;
O comprimento da mão é um décimo da altura de um homem e distância do fundo do queixo para o nariz é um terço da longitude da face;
A distância do início do cabelo para as sobrancelhas é um terço da longitude da face e a altura da orelha é um terço da longitude da face.
O propósito de Vitrúvio era mostrar a relação matemática existente entre as proporções do corpo humano com o universo, comprovando a tese de que o homem teria sido feito á imagem e semelhança do Criador ( o Demiurgo, o Homem do Céu), partindo do princípio de que o Cosmo nada mais era que a reprodução do corpo do seu Criador. Essa relação de simetria podia ser comprovada através dessas relaçõs geométricas. Note-se que a área total do círculo onde ele é inscrito é idêntica á área total do quadrado. Dele se pode extrair o número mágico phi , que os antigos matemáticos diziam ser o algoritmo fundamental para o calculo de qualquer medida do universo.
Como a Maçonaria é a Arte (arquitetura) de construir, tanto o universo material quanto o universo espiritual, sendo aquele simbolizada pela sociedade perfeita e este pelo cárater íntegro, nada melhor que o simbolo do homem universal ( o homem vitruviano) para visualizar essa relação.
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João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 09/11/2009
Alterado em 01/02/2010