João Anatalino

A Procura da Melhor Resposta

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                               SÍMBOLOS E ARQUÉTIPOS MAÇÔNICOS


No Antigo Egito a idéia de um estado de perfeita ordem e harmonia estava embutida no culto à deusa Maat, a deusa da justiça e da retidão de caráter. Acreditava-se que essa divindade era a mediadora entre as potências do céu e da terra. Ela regulava as relações entre os deuses, estabelecendo a harmonia entre eles e também entre os homens, fazendo com que estes pudessem viver em paz e em união. Por isso, todos os homens de responsabilidade na sociedade egípcia deviam viver de acordo com a Maat, ou seja, agir de acordo com rigorosos princípios religiosos e morais, vivendo uma vida justa e perfeita, em todos os sentidos.
Falhar em viver segundo esses princípios implicava em ser julgado com muita severidade no chamado Salão de Maat ( o Tribunal presidido pelo deus Osíris, onde as almas dos mortos eram julgadas), ao passo que aqueles que viveram suas vidas de acordo com essas regras eram conduzidos por aquele deus através da Tuat, ( a terra da escuridão) até o outro lado, onde recebiam a Luz de Rá, o sol radiante) e se integravam à luz que emanava daquele deus.
Na iconografia egípcia, a deusa Maat aparece como sendo a esposa, ou a parte feminina do deus Thoth, que com ele veio ao mundo quando as águas do abismo primitivo se abriram pela primeira vez. Seu símbolo era uma pena, que representava a leveza de alma que devia caracterizar todo aquele que ambicionava atingir a iluminação. Nos tempos mais antigos do Egito, o nome dessa deusa estava conectada também com os artesãos ( que deveriam fazer obras com perfeição, o que justifica o apreço com que o termo Maat é usado na simbologia maçônica dos graus superiores. Os egípcios usavam o termo de uma forma moral e espiritual, significando direito, verdade, lealdade, honestidade, retidão, caráter, justiça, probidade, etc.
Na Maçonaria dos graus superiores, Maat é cultuada no ensinamento do grau 31, como parte da simbologia contida no chamado Tribunal de Osiris.*
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* Maat, embora aqui seja designada como uma deusa egipicia e referida como sendo ium conceito aplicado à cultura daquele povo, na verdade é um termo sânscrito, que era utilizado na cultura vedanta como símbolo da Mente Universal, ou seja, a Mente que organiza o caos inicial, colocando ordem no universo. Não sabemos precisar se foi a tradição vedanta que inspirou a egípcia, ou se foram os egípcios que inspiraram os hindus. Sobre a aplicação do conceito de Maat na Maçonaria, veja-se o capítulo XXVI, que trata dos ensinamentos do grau 31
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 14/01/2010
Alterado em 22/02/2010


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