A água que desce da montanha procura um vale
Para nele se deitar e mansamente rolar até o mar.
Se encontra obstáculos não reclama, contorna-os;
Se são barreiras, se concentra e sai por cima.
À noite, quero ser como essa chuva das alturas
Deslizando para a mansidão do teu regaço.
E nele deitar-me, suavemente como um lago,
E de manhã dele sair, qual torrente indomável.
Um caudaloso rio, fundamental e cristalino,
Rolando montanha abaixo, nutrindo a terra,
Qual sangue vital, puro vigor liquidificado.
Todo rio tem lençol perene que o abastece.
Sou caudal que flui dos teus beijos matutinos
E desemboca no mar imenso dos teus braços.
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 28/03/2010
Alterado em 05/04/2010