Ainda que de casa fuja, teu refúgio,
Para encontrar meus braços, teu abrigo,
Se me deixares hoje pecar contigo,
Perdoados serão os teus subterfúgios.
Ainda que enganes tua mãe, zelosa,
Só para gozar desta felicidade bandida,
Se confessares não estar arrependida,
Eu te darei, garboso, este botão de rosa.
E serei então os rios que farão teu mar,
E também a terra em que plantarás o trigo,
E o coqueiro em que armarás a rede.
Serei teu bosque e também teu pomar,
E entre todos o teu mais fiel amigo,
E ainda a fonte em que matarás a sede.
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 15/04/2010