João Anatalino

A Procura da Melhor Resposta

Textos



Filme: 2012
Documentário: O calendário maia.

Em 2012 um bombardeamento de raios gama transforma a terra num verdadeiro inferno. A crosta terrestre se rompe e afunda em terremotos e erupções vulcanicas.
Uma gigantesca tsunami varre, por fim, o globo rachado e murcho como uma laranja seca. Os governos dos diversos países, que já sabiam da catástrofe desde 2010, construíram imensas arcas, nas quais uma parte da população e algumas espécies de animais foi embarcada. Assim a humanidade sobreviveu para um novo começo. 
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21 de Dezembro de 2012. Esse é o dia, segundo o calendário maia, em que o mundo deverá ter o seu fim. Em 1954 fizeram igual previsão. Foi uma confusão geral. Lembro-me de minha mãe rezando e acendendo um monte de velas no quintal.
Na manhã seguinte, vi muita gente com vergonha do que tinha feito no dia anterior. Essas previsões catastróficas tem esse lado perigoso. De repente as pessoas acreditam e resolvem fazer um monte de coisas que nunca tiveram coragem para fazer antes. E como não haverá ninguém para cobrá-las depois....
O calendário maia é uma coisa interessante. Aliás, a civilização maia é muito interessante, assim como as demais civilizações pré-colombianas, como os astecas, os toltecas, os incas. Em alguns aspectos, como na astrologia, por exemplo, eles chegaram a superar os egípcios e os caldeus. Suas observações astrológicas são merecedoras de muita atenção.

Profecias sobre o fim do mundo não são novas. Dizem que Nostradamus também as fez. Eu acho que não. Ele previu catástrofes, mas não que o mundo fosse acabar. Aliás, nem Jesus, que previu um fim dos tempos, estava se referindo a um fim de mundo. Fim do tempo não é o fim do mundo. O tempo é apenas uma qualidade do mundo. Começou um dia, um dia deverá terminar. Quando terminar o tempo deste universo, nada impede que tudo continue a existir em outra dimensão da realidade. A ciência já provou que existem várias realidades concomitantes neste inconcebível mundo de Deus.
Jesus falou do fim de uma civilização, que era necessária  para o nascimento de outra. O reino dos homens impiedosos, cúpidos, malvados, ambiciosos e puramente materialistas seria extinto e no seu lugar uma nova civilização, de pessoas espiritualizadas, boas, piedosas, seria erigida. São João, no seu Apocalipse, também promete isso. Um novo céu e uma nova terra no lugar desta triste, desgastada e maltratada esfera de água, gases e metais que a gravidade mantém presa, girando em volta do Sol.

O History Channel apresentou um programa sobre a Profecia Maia há alguns dias atrás. Eu sempre tive um interesse muito grande nessa civilização que se desenvolveu nas selvas da América Central e no Golfo do México. Eles tinham muitas coisas em comum com os Egípcios e os Mesopotâmicos. Seus templos lembram os antigos zigurats feitos pelos povos da Mesopotâmea e as pirâmides do Egito.. Tive a oportunidade de visitar os restos de um deles nas selvas de Honduras. No século XII, o local era uma florescente cidade chamada Chichén-Itza. Hoje, as imponentes ruínas dessa que foi um dos maiores centros da civilização maia foi totalmente engolida pela floresta tropical, mas ainda se pode ver o quanto era desenvolvido esse povo, principalmente em termos de observações astrológicas.
Alguns historiadores afirmam que os Maias conseguiram desenvolver um calendário mais preciso do que o nosso, capaz de prever acontecimentos futuros pelo movimento dos astros no céu. Este calendário prevê que algo deverá acontecer no 21 de Dezembro de 2012. Nesta data a Terra estará alinhada com o Sol e com o centro da nossa galáxia, a Via Láctea. Acontece que os astrônomos já detectaram a existência de um buraco negro de grande massa bem no centro da nossa galáxia. Dai a possibilidade de que o alinhamento da terra com esse "engolidor de massa cósmica" possa levar a uma mudança do campo magnético terrestre, provocando uma série de cataclismos no nosso planeta.

Mas não é só o calendário maia que faz essas inquietantes previsões. O calendário chinês também contém adivinhações semelhantes, e o I Ching, o Livro das Mutações, em uma das suas combinações, chega à mesma data do calendário maia para uma grande transformação no mundo. Ele também aponta o dia 21 de Dezembro de 2012.
Outros profetas previram igual catástrofe, para a mesma data, ou datas muito aproximadas, entre eles o mais famoso de todos, Michel de Nostradamus.
Na verdade, toda essa celeuma sobre o calendário maia e suas inquietantes previsões começou com a publicação de um intrigante livro, feito pelo arqueólogo norte-americano Michael D. Coe, o qual, ao verificar que o tempo, para os maias, terminava em 23 de dezembro de 2012, sugeriu que esse povo havia estipulado o começo do fim da civilização naquela data. Mais tarde, em virtude do trabalho de outros pesquisadores, chegou-se à conclusão que a data em questão não era 23, mas 21.
O conceito de tempo e espaço, para as civilizações pré-colombianas não era igual ao que existia nas civilizações europeias. Os europeus representam essa estrutura através de um diagrama cartesiano, onde tempo e espaço são  distribuídos em dois eixos que se alongam em linha reta. Para os maias e os incas, no entanto, tempo e espaço representam uma realidade só e não se desenvolvem em linha reta, mas sim em ciclos espiralados que se repetem continuamente. Este conceito é definido pela palavra Najt, (serpente), e é representado graficamente por uma espiral. Na catedral de Cusco há uma interessante pintura feita por um pintor inca do século XVI que representa o espaço cósmico através de uma serpente enrodilhada.
Sendo o futuro uma repetição do passado, os sacerdotes maias acreditavam ser capazes de prever o porvir através da eterna repetição dos ciclos. Esses ciclos estavam descritos nos movimentos dos astros no céu. Os maias utilizavam dois tipos de calendário. Um deles, o calendário Tzolk'in, assinalava um ano de 260 dias, que segundo os historiadores, era usado para marcar os eventos religiosos e cerimoniais, os quais, segundo a vontade dos deuses, deveria equivaler ao período de gestação de um ser humano. Esse era o calendário lunar. Já o outro calendário, chamado de Haab, marcava um ano de 365 dias, muito próximo, portanto dos calendários modernos. Era dividido em 18 meses de 20 dias (mais cinco dias sem nome), e era o chamado calendário solar. O Haab era o calendário usado para atividades agrícolas e previsões de fenômenos meteorológicos. Nas ruínas de Tiuahnaco ainda se pode ver os restos de um calendário semelhante, e no santuário de Machu Pichu, há um relógio de sol ainda bem conservado que trabalha pelos mesmos princípios.
Na verdade, nenhum dos calendários tinha como objetivo contar o tempo em meses e anos, como o nosso, mas sim marcar um ciclo de tempo. O ciclo inteiro do calendário redondo (quando os dois calendários se completavam) era fechado a cada ou 18.980 dias ou 52 anos aproximadamente, época que, segundo os maias, acontecimentos importantes ocorriam. Assim, na verdade, os calendários tinham finalidade preventiva e não como medida de tempo.
Os maias acreditavam que o atual mundo (ou ciclo) teria iniciado em 11 de agosto de 3.114 a C. e terminaria em 21 de dezembro de 2.012 a D. Isso faz com que o atual ciclo tenha uma duração de 5.126 anos.

Essas previsões do calendário maia coincidem com outras tradições de antigos povos. Na verdade, ele marca com extrema precisão o ciclo de movimento do sol pela nossa galáxia, que dura exatamente esse tempo, segundo modernos cálculos astronômicos. Com base nesse fator já foram levantadas diversas tradições, dando conta da mudança que a terra e seus habitantes sofrem a cada volta desses ciclos. Todas as fases vividas pela espécie humana, que sedimentam as lendas da Atlântida, da Lemúria, dos continentes submersos e das civilizações perdidas, estão ligadas a esse fato. Diversas civilizações antigas já previam a transição da Terra para uma Nova Era. No livro “As Profecias Maias”, os autores mostram que o Calendário Sagrado Maia, de 1.366.560 dias, indica um antigo conhecimento do ciclo do Sol e seus efeitos sobre a raça humana. 
Esse livro foi escrito Adrian Gilbert e Maurice Cotterell , no qual os autores mostram a estreita ligação entre as civilizações pré-colombianas da América Central e do Velho Mundo, em particular a egípcia e mesopotâmica. Registram inclusive o fato de que ambas as civilizações compartilhavam das mesmas crenças sobre as suas origens, no caso,  a lendária Atlântida.
Os maias, assim como os astecas e os incas, acreditavam ter existido quatro eras antes da sua própria. Essas crenças também coincidem com as teses da Teosofia, doutrina inaugurada por Helena P. Blavatsky, para quem o mundo encontra-se na quarta ronda, ou seja, na quarta civilização.

Essas observações, embora possam ser catalogadas no terreno da mística, não obstante podem ser corroboradas por algumas observações científicas. Os astrônomos verificaram que ocorrem descargas explosivas no nosso sol a cada 10 mil anos ou mais. A última ocorreu a 9.500 atrás. O astrofísico Paul Laviollete, observou que duas super ondas de energia podem estar vindo rapidamente em nossa direção, proveniente do núcleo da Via Láctea, o que poderá provocar um bombardeamento de raios gama sobre a terra, com resultados catastróficos. Esse é exatamente o tema explorado no filme 2012, de Roland Emmerich, com John Cusak. A terra, nesse filme catástrofe, se transforma numa laranja seca, que é sacudida por imensos terremotos e gigantescas tsunamis. Os poucos sobreviventes se socorrem de modernas arcas de Noé.
Por outro lado, informa-se que o satélite Ulisses detectou recentemente imensas nuvens de poeira estelar entrando em nosso sistema solar, proveniente do centro da galáxia. Essas e outras oscilações cósmicas, como as tempestades solares, por exemplo, deverão provocar drásticas mudanças no clima, com o aumento dos terremotos e erupções vulcânicas em nosso planeta. Essas condições poderiam ser observadas a partir do ano 2000.

Estudos realizados por vários astrônomos sustentam que a partir do ano 2000 os planetas de nosso sistema solar entrarão em alinhamento, coisa que só ocorre a cada meio milhão de anos. A combinação do efeito gravitacional e o campo magnético dos planetas, em consequência desse alinhamento, resultará na elevação da pressão atmosférica, o que causará um aumento significativo nas atividades sísmicas e vulcânicas na Terra. Essa modificação nas atividades sísmicas da terra foi verificado pelo sismologista Vadim Anfilloff, que confirma um aumento nessas atividades a partir do início do milênio..
O livro “Terra sob Fogo”, de Paul Laviollet, registra a ocorrência de modificações na crosta terrestre, com o aumento da temperatura,. Isso, de acordo com os cientistas, poderá causar derretimento do gelo das calotas polares, trazendo em consequência uma nova era glacial. Por outro lado, o astrônomo Nick Fiorenzas acredita que haverá grandes mudanças ambientais da Terra, semelhantes às ocorridas a 9.500 atrás, época em que supõe, ocorreu o diluvio descrito na Bíblia e o desaparecimento da Atlântida.

Bom. Cá entre nós eu não acredito em tais previsões. Não posso aceitar que Deus tenha feito um planeta como a terra e deixado que ele hospedasse e desenvolvesse uma civilização como a nossa para depois acabar com ela de uma maneira tão inglória. Pensar assim seria dizer que Deus assemelha-se a um moleque inconsequente que constrói castelos na areia e depois os pisoteia por mero divertimento. Ele não é nada disso. Ao contrário, tenho certeza que Ele fez tudo isso com um propósito e seja o que for que aconteça, isso acontece justamente para que esse propósito se cumpra.
Acredito, também, que o mundo já acabou várias vezes, e a cada apocalipse, os sobreviventes o reconstroem em novas bases, sempre num grau mais alto da espiral. Nesse sentido, estou mais com Teilhard de Chardin, que acredita no sentido evolutivo da raça humana, superando as dificuldades e as dores de cada ciclo, sempre numa marcha ascensional, que começou, um dia, na mais pequenina célula, para chegar no Ponto Ômega, fim da flecha da evolução, quando a humanidade, em bloco, será toda luz.
De qualquer modo, lembrando o velho ditado popular “não creio em bruxas, mas que existem, existem”. Assim, vou tomando as minhas precauções. Decidi que não irei mais brigar com ninguém até 2012 e para aqueles a quem eu, de alguma forma, ofendi, irei pedir perdão. Assim, se algo acontecer mesmo em 2012, só levarei para o outro lado da existência uma mágoa: não ter assistido uma Copa do Mundo ou uma Olimpíada no Brasil. O resto é cousa poca.
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 26/08/2010
Alterado em 30/08/2010


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