Esse teu olhar, querida, tão poderoso e fatal
Buraco negro do qual não consigo me afastar,
O que neles existe de tão fundamental,
Que deles só me faço mais se aproximar?
Eles me atraem como a uma agulha imantada,
Que não consegue afastar-se desse norte.
Eu me sinto como uma mariposa aprisionada
Pela luz que vai causar-lhe a própria morte.
Mas também, como viver sem o sustento,
Dessa fonte de prazeres infindáveis
Que prometem esses olhos tão profundos?
Só quero neles me perder sem arrependimento,
Por que sinto que nesse infinito insondável
Encontrarei todas as delícias deste mundo....
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 22/10/2010