João Anatalino

A Procura da Melhor Resposta

Textos


EM BUSCA DA LENDA PESSOAL
(Métáfora neurolinguística)
                                                   
                                       “In te omnis dominata recumbit”


Imagine que você está embarcando para uma longa e maravilhosa viagem. Essa é a viagem que sempre sonhou fazer. O veículo que o (a) levará é um trem. Está aguardando por você na estação e você o reconhecerá facilmente. Ele está pintado com as cores da sua preferência. Feche os olhos, imagine um trem assim e se veja subindo nele.
Você chegou na estação, encontrou o trem. Lá está ele. Bonito, vistoso, alegre. Você já começa a sentir o prazer que experimentará em viajar num trem assim.
Agora você agora está dentro dele. Olhe em volta. O que vê é um vagão confortável, amplo, limpo, iluminado pela luz do sol, decorado com as cores da sua preferência, cheio de poltronas amplas e macias.
Você se acomoda em uma delas com um longo suspiro de satisfação e relaxa. Respira fundo. E à medida que vai respirando, um sentimento de alegria e satisfação, que você não sabe de onde vem, mas que é muito prazeroso, vai se instalando no seu corpo. É como uma rajada de vento súbito, que acalma e refrigera.
Há outras pessoas nesse vagão. São pessoas que você conhece. É gente que você gosta e que gosta de você. Você sabe disso porque vê em seus rostos o sorriso de amizade e o olhar meigo que elas lhe dirigem. Você se sente seguro (a) e confortável.
Agora, uma tênue claridade ilumina o vagão. É um ambiente realmente acolhedor. Você olha pela janela. Lá fora brilha um sol maravilhoso, que projeta sobre o horizonte belos tons dourados sobre um fundo deliciosamente azul, muito azul.
Uma sensação de profunda calma começa a invadir seu corpo. Você respira pausada e profundamente, levando oxigênio a todas as partes do seu corpo. E enquanto respira vai aprofundando essa sensação gostosa de segurança e paz.
Você agora sente que o trem está se movendo. Ele é silencioso, mas você percebe, pelo movimento das coisas lá fora, que ele está em movimento. Em principio lentamente, depois mais rápido, mais rápido, mais rápido. Ele está deixando a estação. Pela janela você vê as casas se afastarem e ficarem cada vez mais escassas. Logo rareiam as construções. Você percebe que ele está atravessando um extenso campo, coberto de flores de todas as cores, que se estende até onde a sua vista pode alcançar.
As árvores e as flores passam diante dos seus olhos como se estivessem caminhando em direção contrária á que o trem está indo. Mas até onde você pode ver, até onde sua vista alcança, árvores, flores, borboletas, passarinhos e abelhas parecem estar muito felizes, pois todos parecem ser membros de uma mesma família, trabalhando e se movimentando num espaço comum, dividindo pacificamente os recursos que a natureza oferece a todos.
E você percebe que cada um está pegando o que é seu com naturalidade, como se todos soubessem exatamente o direito que têm e ninguém precisasse lhes ensinar isso porque ninguém quer pegar mais do que precisa para viver. As árvores, o calor do sol e os nutrientes da terra, os passarinhos, as borboletas e as abelhas, o oxigênio e os alimentos que a natureza lhes oferece, e também as pessoas, todos dividem os recursos naturais com a mesma justiça e parcimônia. Não há conflitos de espécie alguma.
Uma sensação de gostosa paz vai se espalhando pelo seu corpo e você não sente mais o lugar onde está, nem escuta mais vozes ou outros ruídos, mas apenas uma música suave que vai invadindo a sua mente e colocando-o (a) num estado de infinita paz e serenidade. É a música de sua preferência, aquela canção que você mais gosta. Ela ressoa em sua mente como se fosse a voz de uma pessoa que você muito ama.
Você está leve como um pássaro, planando pela superfície de um campo coberto de flores, tão perfumadas que até pode sentir o aroma que elas exalam. Você respira esse aroma e gosta muito dele. Está voando, respirando fundo, fácil, e está se sentindo muito feliz.
Percebe que a sua alegria cresce ainda mais quando vê que outras pessoas estão dividindo com você essa sensação maravilhosa de liberdade, leveza e paz. O mundo está em paz, você está em paz.
Você olha para as pessoas, as pessoas olham para você; você sorri para elas, elas sorriem para você. Com um aceno de cabeça e um brilho no olhar percebe que elas concordam em dividir com você a força que elas têm. E você também concorda em dividir com elas a força e a energia que está sentindo no próprio corpo. E ali mesmo, em pleno voo, recebe delas uma fonte inesgotável de alegria, entusiasmo, motivação e confiança, que deles vêm como se fossem ondas de luz, que o (a) envolve, enlaça, enche de alegria e fazem sentir que agora você é uma pessoa cheia de motivação, pródiga de entusiasmo, capaz de realizar todos os seus sonhos, executar todos os seus projetos. E à medida que esse sentimento vai se intensificando, você sente que pode amar o mundo, as pessoas e a si mesmo (a) com toda a força do seu coração. E com esse sentimento no coração e a certeza em sua mente, você também devolve para elas ondas de amor e energia em forma de uma luz que sai de suas mãos e ilumina todo o vagão.
Principalmente, você sabe agora que tem muita coisa para doar as outras pessoas. Sabe disso por que vê no rosto e nos olhos delas o bem que você lhes fez, transmitindo-lhes a energia que sai das suas mãos em ondas de luz e envolve todas as pessoas dentro do vagão. Sabe também que as pessoas merecem respeito, que todas têm alguma coisa boa para doar e querem compartilhar.
E dessa forma vai percebendo que não precisa temer pessoa alguma e que não tem necessidade de impor nada a ninguém. Aprendeu que tudo pode ser obtido através de uma troca justa, por consentimento mútuo, e que ninguém pode tirar nada de você, a não ser o que você mesmo quiser doar; e que você também não quer absolutamente nada a que não tenha realmente direito e não seja obtido por mérito próprio.
Você está se sentindo forte e confiante, e todo o seu ser experimenta uma infinita paz. Uma voz dentro de você lhe diz que toda vez que quiser e precisar, poderá embarcar de novo neste trem, fazer novamente esta viagem e se abastecer da força necessária para vencer qualquer obstáculo que surgir em sua vida. Basta se lembrar desta música que está ouvindo agora em sua mente.
Deixe-a tocar, delicie-se com ela.

Agora você olha pela janela do trem e vê que ele continua atravessando um extenso campo, repleto de flores de todas as cores, perfumadas com os todos os perfumes. Você ouve a música tocando no ambiente e sente que ela o (a) acalma e enleva; e agora, junto a essa música, a voz de uma pessoa que você muito ama lhe diz: “você tem todos os recursos que precisa para realizar os seus objetivos. Não tenha medo, vá em frente, aja com a certeza de que não poderá falhar. Faça isso por mim, faça isso por você mesmo, faça isso por todas as pessoas que você ama.” E um coro de vozes, formado pelas pessoas que você ama está agora repetindo a mesmas palavras. Deixe que essa canção e essas vozes impressionem a sua mente. Receba-as como a uma oração e aceite-as como uma crença que o (a) orientará para o resto da sua vida.
O trem vai seguindo e você está ouvindo o som das rodas deslizando, compassado, sobre os trilhos. O som vai diminuindo, até que você não consegue ouvi-lo mais. Em seus ouvidos resta somente a música que toca, cada vez mais suave, cada vez mais envolvente, mais relaxante, e as vozes das pessoas que o (a) amam e que você ama. Você continua a ouvi-las e à medida que ouve, vai ficando cada vez mais calmo e mais confiante.
Pela janela do trem vê os campos se afastarem e os horizontes diminuírem até sumirem por completo. Ao longe percebe um borrão de luz, que vai aumentado à medida que o trem caminha em direção a ele. Aos poucos, o trem entra na zona de luz e dentro dela você percebe que há uma cidade, a sua cidade, a cidade onde você mora.
O trem está chegando na estação. Vagarosamente ele vai diminuindo a velocidade, até parar por completo. As luzes do vagão se acendem, você percebe, ainda com os olhos fecha-dos, a tênue claridade delas, que o desperta como se uma linda manhã estivesse nascendo naquele exato momento e atravessando a janelas do seu quarto.
Você sai do seu torpor, e se vê de novo no mesmo lugar onde embarcou. Está em sua casa, sentado na sua poltrona favorita. Abre os olhos e vê que fora de você nada mudou. Só você está diferente. Descobriu que tem dentro de si um universo inteiro, onde existem fontes inesgotáveis de recursos que você pode usar quando precisar e lugares esplendorosos que pode visitar quando quiser, para se curar, descansar ou simplesmente sonhar. Aprendeu como acessar esses recursos sempre que precisar. E isso o faz calmo (a), seguro (a) e confiante. Percebe que é muito bom sentir-se assim.
E com um suspiro fundo e um grande sentimento de alegria no peito você diz para si mesmo: " Quando alguém olhar para mim perceberá que há uma nova e inspiradora luz nos meus olhos e um brilho fulgurante no meu sorriso."
E essa será uma grande verdade, pois você acabou de fazer a viagem mais inspiradora que alguém pode fazer: uma viagem dentro de você mesmo para se encontrar com a sua lenda pessoal.
E agora essa lenda é uma crença que o acompanhará pela vida inteira, porque em você repousa todo o poder da terra.

João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 28/11/2010
Alterado em 30/11/2010


Comentários

Site do Escritor criado por Recanto das Letras