SONETO DO AMOR BANDIDO
Ainda que de casa fujas, teu refúgio,
Para encontrar meus braços, teu abrigo,
Se me deixares hoje pecar junto contigo,
Perdoados serão os teus subterfúgios.
Ainda que enganes essa tua mãe zelosa,
Só para gozar desta felicidade bandida,
Se confessares não estar arrependida,
Eu te darei, garboso, este botão de rosa.
E serei então os rios que farão teu mar,
E também a terra em que plantarás o trigo,
E o coqueiro em que armarás feliz a rede.
Serei teu bosque e também teu pomar,
E entre todos o mais fiel dos teus amigos,
E ainda a fonte em que matarás a tua sede.
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 14/12/2010