PARA UMA MUSA NORDESTINA
A minha amada veio daquele sol casto
Das caatingas, onde a terra ressequida
Sofre ainda mais que seus próprios filhos
Por não poder matar a sede dos seus lábios.
A minha amada carrega o cetro natural
Das mulheres, em que a força e a coragem
São virtudes melhores que a maior beleza,
Que para elas é bem menos que fundamental.
A minha amada tem belos seios pequeninos
Redondos como duas colinas abauladas,
Firmes, mornos, muito mais que necessários.
A minha amada retém frescos jardins
Na taça do seu ventre mais que fértil
E o que dela nasce tem o dom do imperecível.
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 07/01/2011