João Anatalino

A Procura da Melhor Resposta

Textos


                                                    O NAVIO PIRATA
                                          (Metáfora neurolinguística)


Imagine que você está sentado sobre um rochedo em frente ao mar. O mar é uma imensa tela azul que se estende até o infinito, onde ele se encontra com outro infinito azul, que é o céu. Você respira calma e tranquilamente. Sente o ar úmido e agradável penetrar nos seus pulmões e uma sensação de relaxamento e paz profunda se espalha por todo o seu corpo. Á sua volta, somente a voz da natureza entoando a canção do vento, as melodias da mata, a música do mar, pode ser ouvida.
Você ouve o gorjear dos pássaros, o barulho das ondas batendo nos rochedos; vê a espuma que ela deixa sobre eles, na forma de lençóis prateados e brilhantes. E elas continuam batendo nos rochedos com monótona regularidade: Splash... Splash... Splash....

E você vai ficando cada vez lânguido, mais relaxado. E á medida que relaxa, vai respirando cada vez livre e se sentindo cada vez mais confortável....
Ao longe você vê no infinito azul um pequeno objeto. Você não distingue o que é. Mas nota que á medida que fita esse objeto, ele vai aumentando de tamanho. E as ondas continuam batendo nas pedras. Splash..., Splash... Splash. Parecem imitar as batidas do seu coração.
O pequeno objeto, que parecia apenas um ponto no imenso azul cresceu um pouco mais. Agora se assemelha a uma gaivota planando sobre o horizonte azulado.
O ponto aumentou de tamanho. Agora você pode ver que ele tem a forma de uma vela. Sim, agora você pode ver que é uma vela. Não uma, mas três velas, brancas, pandas, estufadas pelo vento, encimando o que parece ser um casco de navio.
E ele está se aproximando. Está agora bem mais perto e você pode ver que se trata de um navio, igual àqueles antigos galeões piratas que aparecem nos filmes de aventura.
O que será que esse navio está fazendo aqui, você se pergunta. De onde vem? O que traz? De que filme, ou aventura, ele foi tirado?
E ele vem se aproximando. E à medida que se aproxima, você fica mais curioso. Será que é tripulado? Serão piratas? Aventureiros, caçadores de tesouro? Um navio fantasma? Você não tem medo, só curiosidade.
O navio parou a uns cem metros do rochedo onde você está. Uma porta lateral se abriu. Uma arca foi descarregada por ela. Ela flutua em direção ao rochedo onde você está. Vem vindo, vem vindo, trazida pelas ondas, que continuam batendo nos rochedos. Splash... Splash... Splash...

                                             
Ela chegou até as rochas que estão lá baixo, bem em frente ao lugar onde você está. Parou entre as pedras. O navio agora está se afastando. Você o vê menor. Afasta-se até tornar-se novamente um ponto branco no infinito azul. Desaparece no mesmo lugar em que surgiu.
Você desce até os rochedos e abre a arca. Dentro dela há um livro. Um livro de capa dura, feita de couro entalhado. É um livro de antigo formato, com iluminaduras nas bordas, iguais àqueles velhos livros escritos à mão pelos antigos copiadores de pergaminhos.
Você abre o livro. Na primeira página está escrito: A História Da Minha Vida, por.... E com espanto, você vê o seu nome escrito ali em lindas letras góticas. Na segunda página, uma data, que você identifica como sendo o próprio dia de hoje e duas palavras: Eu nasci.
Depois mais nada. O resto são tudo páginas em branco. Centenas e centenas de páginas em branco.
Você não entendeu nada, mas o sol ilumina o seu rosto. O ar marinho enche o seu peito e você sente uma agradável sensação de suficiência. Seu sangue começa a correr mais forte em suas veias. Você percebe que está respirando com mais vigor e mais energia. Uma formidável onda de entusiasmo e confiança se espalha por todo o seu corpo.
Então você escuta a canção das ondas. Elas parecem dizer: “o que você escrever nesse livro, isso é o que você será.”
E os pássaros também lhe dizem: “ Escreva, o que você escrever nesse livro, nós plantaremos em seu jardim”.
E o vento, assobiando entre as árvores, diz: “ o que você escrever nesse livro, nós sopraremos até os seus pés.”
E você escreve. Quatro palavras e um desejo. Paz, Amor, Saúde, Prosperidade. Para todos. Amém.
As ondas continuam batendo nas pedras. Amém... Amém... Amém. Os pássaros gorjei-am. Amém... Amém... Amém... O Vento assobia nas árvores. Amém... Amém... Amém.
Você abre os olhos e contempla o infinito azul que se estende até onde a vista acaba. Uma gaivota branca plana, serena e livre, sobre as águas calmas e amistosas.
Você sabe agora que a sua vida será uma formidável aventura, digna de ser vivida. Você já a escreveu no livro da sua vida, em quatro palavras e um desejo. E é isso mesmo que você terá.
Uma paz e uma alegria infinita é o que você está sentindo agora. Nesse momento, uma vistosa borboleta, de asas coloridas como um quadro de Van Gogh, suga sem pressa e sem cuidado, o pistilo de uma flor; um feio e sujo caranguejo, entra e sai, calma e vagarosamente, do seu buraco no mangue; uma tartaruga bota seus ovos num buraco de areia. Você sente que o mundo se constrói a cada gesto, a cada ato, a cada instante, sem ansiedades nem atropelos. O universo é um grande organismo que vive e cresce em paz. E você é parte dele, por isso seu coração é um grande mar de tranquilidade e confiança no futuro. Você se integrou ao universo e o universo se integrou a você. De hoje em diante tudo que você fizer será para ele, e tudo que ele fizer será para você. Você agora é cúmplice do universo. E quando temos um bom propósito, o universo inteiro conspira a nosso favor.
Você acaba de fazer uma indestrutível aliança com ele.
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 12/01/2011
Alterado em 15/01/2011


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