“Homo homini lúpus”
" O homem é o lobo do homem".
João, José e Pedro são três malandros bem safados. Não trabalham, usam drogas, roubam, enganam as pessoas, fazem qualquer coisa para ganhar dinheiro fácil. São o terror da cidade onde moram.
Um dia eles se encontraram em um local afastado da cidade, para dividir o produto de um assalto que fizeram num posto de gasolina. Lá deram de cara com o corpo de um sujeito em baixo de uma árvore. Um garoto estava velando o defunto.
―Quem é esse cara? ―Perguntaram ao garoto.
―Ah! ―, disse o menino. È um ladrão e assassino que vivia matando e roubando as pessoas.
―E quem o matou?
―Um cara chamado Zé das Mortes. Ele é um justiceiro que prometeu limpar a cidade de todos os ladrões e assassinos que andam por aí praticando crimes.
Os três malandros se entreolharam, preocupados.
―É melhor pegar esse cara antes que ele pegue a gente ― disse João.
―Concordo – disse José.
―É isso aí – completou Paulo.
―Sabe onde podemos encontrar esse Zé das Mortes? ―perguntaram os malandros.
―Sei ― disse o menino. ― Vão por essa estradinha de terra ai, até encontrar a primeira encruzilhada. Ele costuma ficar descansando embaixo de uma árvore nesta hora do dia.
Lá se foram os três bandidos pelo caminho indicado pelo garoto. Andaram cerca de um quilômetro, até chegarem na encruzilhada e avistarem a árvore. Não encontraram ninguém deitado em baixo dela. Mas quando chegaram mais próximos notaram que havia lá uma maleta tipo 007. Abriram e viram que estava cheia de dinheiro.
― Pô, meu! Deve ter uma milha aí ―disse João.
― Por aí – disse José.
―Caraca, mano! Com uma grana dessas não precisamos mais roubar por um bom tempo ― disse Pedro.
―É isso aí, estamos ricos, precisamos comemorar, ― disse João.
―Vamos tomar umas cervejas ― sugeriu José.
―Faz o seguinte – disse João a Pedro. ― Vai até um supermercado e pega umas cervejas para a gente comemorar. Enquanto isso nós contamos a grana e pensamos num meio de esconder até que a gente possa gastar sem perigo.
―Bem pensado ― disse José. ― O mano tá certo. A ideia é manera. Vai buscar umas cervejas para gente comemorar.
Meio a contragosto Pedro foi procurar o supermercado mais próximo para comprar as cervejas. Enquanto isso, João diz a José.
―Seguinte, mano. Não vamos dividir por três essa grana não. Quando esse babaca voltar a gente queima ele e fica com tudo só para nós. Sacou?
―Beleza mano, é isso aí ― concordou José.
No caminho para a cidade, Pedro ia pensando. “Lá tem uma boa grana. Mas se a gente for dividir por três não vai sobrar muita coisa para cada um. Legal seria ficar com tudo para mim.”
Assim pensando, antes de entrar num supermercado e comprar as cervejas, ele foi à uma loja de implementos agrícolas e comprou veneno para ratos. Depois entrou num supermercado, e ao invés de cervejas comprou três garrafas de um bom vinho francês. No caminho abriu as garrafas e despejou nelas o veneno. Fechou-as de novo e voltou para junto dos amigos.
―E ai, galera? Ao invés de cerveja eu trouxe uns vinhos de bacana ― disse Pedro. ―Afinal, depois dessa a gente merece comemorar com bebida fina, não é mesmo?
―Genial ― concordaram João e José. ― Abre logo uma dessas!
Enquanto Pedro puxava a rolha de uma das garrafas, José sapecou-lhe três tiros no peito. Pedro morreu em menos de trinta segundos.
―Agora vamos comemorar e dividir a grana ― disse João.
―Vamos lá – respondeu José.
E beberam a primeira garrafa praticamente de uma vez só.
Nem foi preciso abrir a segunda. Em menos de quinze minutos os dois malandros estavam mortos, espumando pela boca.
Cinco minutos depois Zé das Mortes passou por ali. Olhou demoradamente para os corpos dos três malandros e sorriu.
Era o mesmo menino que havia falado anteriormente com eles. Só que desta vez ele estava usando uma longa batina preta e um capuz da mesma cor na cabeça. Por baixo dele se podia ver o sorriso diabólico no rosto esquelético. Nas mãos descarnadas trazia uma foice de ceifar.
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 22/01/2011
Alterado em 22/01/2011