João Anatalino

A Procura da Melhor Resposta

Textos


ÂNCORAS NEUROLÓGICAS

Sabemos que não é possível andar pela vida fazendo só o que nos agrada. E sabemos também que aquilo que nos dá prazer nem sempre é útil e nos faz bem. Por isso ancorar todo e qualquer tipo de prazer é perigoso. Adictos de drogas, bebida, tabaco, sexo, comida, doces, ou outra qualquer compulsão que nos constrange sabe o quanto um prazer pode se transformar em dor. Por outro lado, nem sempre é possível evitar situações dolorosas. Umas e outras fazem parte do nosso repertório diário e não podem simplesmente ser descartadas. E se soubermos trabalhar com essas situações elas podem se tornar âncoras úteis. Há muita coisa na vida que temos que fazer por obrigação. Há as obrigações legais, morais, contratuais, sociais etc. a que nos impomos por conta da vida que levamos. Quantas dessas obrigações simplesmente não descumpriríamos se soubéssemos que, se o fizermos, a dor será maior? Pensando bem, não estaríamos dizendo besteira se afirmássemos que a boa parte das pessoas passa á vida fazendo coisas que não lhes dá o menor prazer. E com isso vão acumulando em seus sistemas neurológico um grande número de âncoras negativas, que lhes fazem ver a vida pela janela da desmotivação.
Assim, precisamos de uma forma de evitar que a desmotivação se torne uma parte constante da nossa vida e nos apareça co/mo uma âncora dominante na maioria dos nossos atos. Se lembrarmos que a maior parte do nosso tempo de vida nós passamos no trabalho e junto à nossa família, a primeira coisa é evitar que essas “ancoras” desmotivadoras se instalem em ações praticadas nesses ambientes, pois então elas serão parte dominante na nossa vida. Assim, se percebermos que alguns dos sentimentos listados acima (e outros que produzem o mesmo efeito) estão sendo cultivados nas ações e intera-ções que temos no trabalho e em casa, é hora de aprendermos a registrar essas experiências com outros códigos neurolinguísticos, pois se não o fizermos, o nosso trabalho nos aparecerá cada dia mais enfadonho e as nossas relações pessoais cada vez mais difíceis e aborrecidas.
Os sentimentos que uma ação nos provoca são os códigos neurolinguísticos com os quais a mente registra o bom e o mal que essa experiência nos trouxe. Analise sempre o que está sentindo em qualquer ação ou relação que esteja estabelecendo. Não deixe que a sua mente faça isso de forma inconsciente. Se você deixar que ela faça isso você perderá uma grande parte da informação que experiência pode lhe trazer e ficar só com a parte ruim dela. E isso será limitador para você. Será uma âncora negativa que o limitará para a vida toda. É como sofrer um acidente de carro e ficar, o resto da vida, com medo de dirigir. É ser traído pelo companheiro(a) e nunca mais ter segurança para uma nova relação. É pegar um resfriado e nunca mais tomar sorvete.
A melhor forma de evitar âncoras negativas em nossas ações, ou relações, é procurar, antes de encetar a ação, experimentar mentalmente o prazer que teremos com essa ação, ou relação. E se isso não acontecer na realidade, procurar nela algum motivo de prazer, algum ganho neurológico, que justifique a ação e compense a energia que o organismo gastou com ela. Se não for assim, se o sistema neurológico só registrar a perda, o registro será de dor. E a experiência dolorosa é limitadora porque a dor sempre nos convida a se afastar dela. E a vida, quando mais nos dói, menos motivo nos dá para gostar dela. E o contrário também é verdadeiro. Quanto mais satisfação encontramos naquilo que fazemos mais queremos viver para fazer. Essa variável está muito ligada à longevidade. Quem quer viver uma longa vida de dor? E quem quer morrer se sente a vida prazerosa e cheia de motivos de ação? E essa é a razão de se dizer que o sucesso atrai o sucesso e o mau resultado, quando contabilizado como fracasso, atrai mais fracasso. Ancore com toda força o positivo, e quando acontecer o negativo, mude os sinais dessa equação. Você vai ver como isso funciona.
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João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 06/06/2011
Alterado em 13/06/2011


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