João Anatalino

A Procura da Melhor Resposta

Textos


Foco nas possibilidades
 
      Se você acredita que pode, pode; se acredita que não pode, não pode.
      Possibilidade e impossibilidade são fatores que se hospedam no mesmo domínio mental e se anula na medida em que uma vai ocupando o espaço da outra.
      Se você pensa na possibilidade a impossibilidade perde espaço. E a recíproca também é verdadeira     Quanto mais a nossa mente trabalha no território das possibilidades, mais se amplia a nossa capacidade de resposta aos desafios da vida. Essa é uma das estruturas de comportamento com as quais a PNL trabalha. Mente voltada para as possibilidades e não para as dificuldades.Aliás, essa é característica fundamental das pessoas pro-ativas.
     Trabalhar, de preferência, no território das possibilidades, significa habituar a nossa mente a pensar mais, bem mais, nas possibilidades de soluções do problema, que no problema, propriamente dito. Essa deveria ser até uma atitude lógica, pois a nossa mente não consegue trabalhar simultaneamente com dois problemas, mas pode fazê-lo em relação às soluções. Experimente pensar em dois problemas ao mesmo tempo: você verá que para preencher a tela de sua mente com um deles, você terá de limpá-la para entrar com o outro. É como tentar trabalhar com dois programas de computador ao mesmo tempo. Para entrar em outro é preciso sair daquele em que estamos trabalhando.
     Mas isso não ocorre com as soluções. As soluções para um problema qualquer, mesmo que sejam muitas, fazem parte de um mesmo processo. Elas são opções dentro do programa, montadas de acordo com as informações (ou seja, os recursos neurolingüísticos que temos), e não “programas” fechados, propriamente ditos. Assim, para dado problema, poderemos ter a solução A,B,C,D… É mais ou menos como um problema aritmético do tipo: como fazer para atingir o resultado 10? Você pode escolher entre 9+1, 8+2, 7+3…..ou ainda 5x2, 2x5 etc….
    
     A tendência da nossa mente é se fixar no problema e gastar muito mais energia com a sua discussão do que com a imaginação das possíveis soluções. Isso por que o medo das conseqüências, a dor das mudanças, a insegurança, etc. fazem com que ela se ocupe mais desse aspecto do processo do que com os demais.
     No entanto, quando focamos nossa atenção nas múltiplas maneiras que temos para resolver um problema estamos segmentando a informação. E já sabemos que quanto mais segmentada é a informação, com maior facilidade ela é processada pela nossa mente. Permitir que a mente fique vagando pelos elementos de um determinado conjunto facilita a dispersão. E em condições de dispersão nenhuma aprendizagem se transforma em uma competência inconsciente.
     Segmentar a informação – que no caso é o mesmo que pensar nas múltiplas formas de resolver um problema – é exercitar a capacidade de reflexão. A massa do neocórtex, que é a sede do pensamento criativo, tende a avolumar-se à medida que aumentamos a nossa capacidade de refletir.  O número de conexões neurais também se multiplica na mesma proporção em que ampliamos o nosso arsenal de respostas.  Por isso é que uma pessoa que desenvolve uma grande habilidade em determinada atividade, verá que seu talento naquela especialidade aumentará se ele adquirir habilidades afins. Um tenista terá sua técnica aprimorada aprendendo a dançar, da mesma forma que um dançarino ficará mais hábil em sua especialidade se aprender a jogar tênis, praticar uma arte marcial, nadar etc., enfim, praticar atividades que estimulem em sua mente a área responsável pela coordenação dos movimentos dentro de um espaço.
     Já quando a nossa mente permanece ocupada com o problema ocorre o fenômeno inverso. Ficamos prisioneiros da chamada “preocupação”. Preocupar-se significa “ocupar-se antes”, o que quer dizer que quando nos preocupamos com alguma coisa, ficamos patinando no “espaço-problema” ao invés de trabalharmos no “espaço solução”. Antecipamos resultados sem ter as informações necessárias para tomar as decisões adequadas. Isso é o que normalmente acontece, quando ficamos ruminando um problema em nossa mente ao invés de ocupá-la com as possíveis soluções.
     A estratégia mais eficiente para mantermos a mente ocupada é adotar posturas flexíveis na nossa maneira de ver o mundo, liberando-a para procurar opções variadas de composição. A prova disso é que quando desconhecemos as dificuldades que uma empreitada pode oferecer, nós a realizamos com mais facilidade. Antony Robbins (Desperte o Gigante Interior, 1998) conta a história do aluno que dormiu na sala de aula e quando acordou, copiou dois problemas que o professor havia escrito no quadro negro pensando que fossem lições de casa. Passou a noite tentando resolvê-los e teve sucesso na solução de um deles. No dia seguinte, mostrou seu resultado ao professor, que ficou estupefato, pois os dois problemas eram considerados insolúveis pelos matemáticos.
     A nossa mente funciona assim. Se não lhe opomos limites, ela se sente livre para responder. Como uma resposta tem que ser dada de qualquer maneira quando se lhe opõe uma questão, ela gera inúmeras possibilidades de responder. Com isso acabamos chegando à solução de qualquer problema, ainda que, em princípio, ele pareça não ter solução.
     Esse é o grande segredo dos gênios, das pessoas que realizam empreitadas soberbas. Essa capacidade parece ser prerrogativa de pessoas muito inteligentes, mas isso não é verdade. A magia consiste simplesmente em ter uma mente preparada para pensar, de preferência, nas possibilidades de resposta, ao invés de ficar patinando no interior do problema. Portanto, reclamar do que está errado, ficar procurando culpados, ficar criticando a tudo e a todos não resolve os problemas de ninguém. O que está errado precisa ser consertado, os que cometeram enganos devem ser instruídos ou afastados, o que não funciona deve ser substituído por algo que funcione. O que não se pode é ficar perdendo tempo discutindo o problema, ao invés de empregar todos os nossos recursos na busca de soluções.  É com esse tipo de atitude que um mau resultado se transforma em rotundo fracasso.
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 10/02/2012
Alterado em 10/02/2012


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