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Todo ser humano tem habilidades implícitas: isso quer dizer que será muito difícil encontrar uma pessoa que não saiba fazer bem alguma coisa. Lembro-me de um velho filme de faroeste onde um pistoleiro tentava justificar para a mulher amada a sua opção pela profissão de matador. “Armas são tão úteis quanto uma pá ou uma enxada; depende de quem as usa e com que propósito”, dizia ele. No fundo é isso mesmo. O que conta não é o instrumento que estende o nosso poder, mas sim a forma como o usamos e para que. Alguém pode ler Nietzsche ou ouvir a música de Wagner e disso extrair conclusões extraordinárias em termos de conhecimento humano; ou também pode usá-las para justificar idéias e comportamentos absurdos, como fizeram os nazistas, por exemplo. O cérebro, como o braço humano, pode ganhar extensões extraordinárias através dos modelos criados por homens igualmente extraordinários. Quem, amando a música, não gostaria de reproduzir a experiência maravilhosa de Mozart, Beethoven, Cole Porter, Tom Jobim? Quem, tendo como interesse maior as ciências físicas, não adoraria alcançar os resultados de um Newton, um Galileu, um Einstein, um Oppenheimer, um George Chew? E o que dizer do amante das nobres artes da literatura, pintura ou cinema? Não seria maravilhoso ser capaz de produzir obras primas como as de Shakespeare,Victor Hugo, Byron, Machado de Assis, Charles Chaplin, Orson Welles, Spielberg, Rembrandt, Picasso, Di Cavalcanti, etc.? E nem precisamos entender tanto de física como Einstein ou Sthepen Hawking; não precisamos pintar como Van Gogh ou Da Vinci, nem saber escrever como Joyce ou Kafka. Mas quem não gostaria de ser mais eficiente naquilo que faz, a ponto de ser destacado como um modelo naquela habilidade? Quem não gostaria de ampliar sua capacidade, aprendendo a tocar um instrumento, praticando um esporte, falando outro idioma, compreendendo melhor as informações que lhe chegam? Quem não apreciaria melhorar suas relações com as outras pessoas, estabelecer um clima de harmonia e amizade com os amigos do clube, do trabalho, da escola e, especialmente, com a própria família? Quem, em sã consciência, desprezaria a possibilidade de ampliar suas habilidades de comunicação, aumentando sua eficiência nas negociações, nas relações sociais, no amor, dando às pessoas uma inestimável contribuição para o aperfeiçoamento delas e recebendo, em troca, a contrapartida delas para o seu próprio aperfeiçoamento pessoal? A qualidade de vida que procuramos não está nas nuvens nem, quiçá, no horizonte que não divisamos com nossos olhos. Ela está no próprio ambiente em que nos movimentamos, nas relações diárias que estabelecemos, na mesa onde nós nos sentamos para almoçar, trabalhar ou negociar; ela está nos livros que lemos, nos filmes e nos programas a que assistimos na TV e no cinema e principalmente nas pessoas com quem convivemos. Alguém, próximo de nós, já conseguiu atingir o resultado que queremos atingir. Alguém, do nosso lado, já sabe fazer bem aquilo que queremos fazer. Não é preciso procurar nas alturas do Olimpo o que podemos encontrar na colina vizinha à nossa casa. Muitas vezes é isso que acontece. Agimos como aquele personagem de um conto árabe, que passou a vida inteira andando pelo mundo, procurando por lugares inóspitos um tesouro que estava enterrado justamente no quintal da sua própria casa. Esse tesouro, se você quer saber, é a resposta a uma pergunta que você talvez ainda não se tenha feito: O que é que eu sei fazer bem feito?
Exercício
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Sente-se em uma poltrona confortável e relaxe. Identifique uma situação em que você não agiu com eficiência. Pode ser aquela briga que você teve com a sua mulher, uma negociação fracassada com um cliente, uma entrevista frustrada para um emprego, enfim, um comportamento no qual você não conseguiu o resultado desejado.
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Vá para dentro de si mesmo e reveja a cena toda. Veja como se tudo estivesse acontecendo exatamente ago
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Pesquise em submodalidades você “programou” essa informação de ineficiência. Quais as cores, o brilho, o foco dessa cena mental. Ela está perto ou longe de você? É movimentada como em um filme ou parada como em uma fotografia? E quanto aos sons? É muda como um filme antigo ou rica em informações sonoras? O som é alto ou baixo? Suave ou estridente, modulado ou contínuo? E quanto às submodalidades sinestésicas? Você consegue captar aromas, texturas, paladares? Quais as sensações que a cena lhe provoca? Em que lugar do corpo você as sente?
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Saia dessa experiência frustrada e dê uma boa espreguiçada. Levante-se e ande um pouquinho para quebrar o estado.
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Volte à poltrona e relaxe. Identifique agora uma experiência onde você atuou com muita eficiência. Você certamente já fez muitas coisas que deram excelente resultado. Pegue uma delas e crie uma imagem mental da experiência como se você a estivesse realizando justamente agora.
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Pesquise em submodalidades você “programa” a eficiência. Identifique as cores, o brilho, o grau de luminosidade, o movimento, a dimensionalidade da cena, enfim todas as informações visuais que você usou para codificar a experiência bem sucedida. Faça a mesma coisa com as submodalidades auditivas (timbre, sonoridade, continuidade, volume do som etc.) e com as submodalidades sinestésicas (temperatura, dimensão, textura, paladar, aroma etc.) e principalmente, identifique quais as sensações que a experiência lhe provoca e onde, no seu corpo elas se localizam.
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Saia dessa experiência, espreguice, ande um pouquinho para quebrar o estado.
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Sente-se de novo na poltrona e relaxe. Entre de novo na experiência frustrada e vá substituindo as submodalidades da situação de ineficiência ( experiência frustrada) pelas da situação de eficiência ( experiência bem sucedida). Exemplo: Se as cores da experiência frustrada eram em branco e preto e as da experiência bem sucedida eram coloridas, substitua-a por essas cores. Se a cena da situação de ineficiência era muda, sem movimento, e a situação de eficiência era sonora e movimentada, coloque nela o som e o movimento desta última. Faça a mesma coisa com as submodalidades sinestésicas, substituindo as informações da situação de ineficiência pelas que você levantou na situação de eficiência. Principalmente, se você identificou em que lugar do corpo você “repercute” a informação de eficiência, imagine-se “tirando-a” de lá e colocando no lugar a informação de eficiência.
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Depois de fazer esse câmbio de submodalidades, (colocando os códigos da situação de eficiência no lugar dos códigos da situação de ineficiência), verifique o que você está sentindo. Se você gostar do que está sentindo, ancore esse estado com um toque em algum lugar do corpo.
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Levante-se, ande um pouquinho para quebrar o estado.
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Faça um teste. Volte para dentro de si novamente e evoque a experiência frustrada. Toque o lugar do corpo onde você ancorou o estado interno modificado. (item 9). Se imediatamente a nova imagem (com as submodalidades trocadas) aparecer em sua mente no lugar da antiga, você conseguiu modificar um “programa” de ineficiência. Se a situação de ineficiência com as submodalidades anteriores, for a predominante, faça novamente o exercício, quantas vezes for necessário, até conseguir esse resultado.
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DO LIVRO " Á PROCURA DA MELHOR RESPOSTA", BIBLIOTECA 24X7- SÃO PAULO 2009
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 16/04/2012
Alterado em 16/04/2012
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