O Líder Visionário
Da mesma forma que o Guerreiro e o Curador, o Líder Natural, por razões óbvias, precisa manter o seu arquétipo Visionário bem equilibrado.
O Líder Natural é aquele que tem visões de oportunidades que os demais não têm. Por isso ele é Líder. Ele “enxerga” mais que os outros porque ele tem o poder da Visão. Ele exerce a fun-ção criativa por excelência.
É fácil entender porque se diz que seu princípio orientador é dizer a verdade sem julgar nem culpar. É que visões são manifestações muito particularíssimas de uma mente livre e fértil, e o que dela vem não pode ser submetida, a priori, a qualquer censura.
Esse princípio orientador denota o respeito que o Visionário tem pelo mundo interno das pessoas e honra, ao mesmo tempo, a liberdade de criar.
Daí também se dizer que ele é autêntico, intuitivo, criativo e imaginativo, e que essas são suas habilidades fundamentais. E são essas habilidades que o tornam capaz de visualizar possibilidades ao invés de dificuldades.
Esse modo de agir, aliás, é característica intrínseca do Líder Natural. Mas também pode ser adquirida pelo treinamento.
Sombra e Persona
Da mesma forma que o Espírito Curador, o Espírito Visionário, em determinado momento da nossa vida, pode ficar sob o domínio do seu lado Sombra ou do Persona. Quando isso ocorre o Visionário perde força e inibe a criação.
É evidente que não podemos deixar todas as nossas ações serem inspiradas pelo Visionário. Esse é o perigo de quem vive nas nuvens. A atividade visionária, aqui não é tomada no sentido de sonhos e quimeras inexeqüíveis, mas como atividade criativa. Propostas que podem ser transformadas em projetos realizáveis.
O Visionário Equilibrado
O quadro abaixo mostra as características de um e de outro estado, facilitando a sua identificação. Quando isso acontece significa que o nosso Espírito Visionário está sendo dominado pelo seu lado Sombra ou pelo lado Persona. Em ambos os casos isso significa desequilíbrio. Veja como está o seu.
SOMBRA
Torna-se taciturno e caladão.
Acha que rir, dançar, cantar e brincar não é coisa de gente séria.
Acha que romance é fantasia, e delicadeza é coisa de homossexual.
Sonhar, só for dormindo.
Nunca se abandona a divagações.
É aferrado a regras e conven-ções sociais.
É aferrado a rotinas e protoco-los.
Não confia em intuição.
Quer prova de tudo.
Não se interessa por nenhum tipo de arte, nem as pratica.
PERSONA
Brinca com coisas sérias e ri de tu-do.
É uma “Maria vai com as outras”.
Faz questão de se mostrar sempre alegre e bonachão.
Vive no" mundo da lua.”
Adora praticar “galinhagem”.
É sempre irreverente e odeia forma-lidades.
Não toma decisões sem consultar horóscopos ou videntes.
Só faz as coisas se o seu “coração” pedir.
É extremamente irreverente.
Resvala para a irresponsabilidade.
Acesso ao Visionário
A forma mais eficiente para acessarmos o nosso Espírito Visionário é praticar longas caminhadas. Outras formas de acesso: cozinhar, correr, nadar, dançar, dirigir automóvel, andar de bicicleta, fazer algum tipo de trabalho manual como jardinagem, carpin-taria, etc. Toda ação que promove movimento pode ser uma boa forma de acessar o Visionário, desde que sua mente esteja relaxada e a ação esteja sendo praticada como forma de lazer.
Os exercícios abaixo propostos proporcionam acesso ao Espírito Visionário e ajudam-no a recuperar e manter o equilíbrio perdido.
Exercícios de acesso
Exercício- 10 minutos.
1. Procure se lembrar de seus sonhos e registre-os em um diário sem procurar interpretá-los.
2. Exercite dizer sempre a verdade sem julgar, criticar ou culpar. Anote com quem, onde e quando isso lhe parece mais fácil ou difícil.
3. Cante, dance e brinque pelo menos meia hora todo dia. Se puder, crie suas próprias canções de poder. Canções de poder são aquelas que lhe fazem sentir-se bem, que o leva a acessar estados de excitação e prazer, propícios á geração de idéias criativas. São canções que expressam uma crença, um desejo, uma ordem ou um agradecimento, que são re-petidamente veiculados num estribilho.
Como o estribilho do Hino Nacional do Brasil: “Ó pátria amada, idolatrada, salve, salve!”
4. Em cada estação do ano reveja seus objetivos e as crenças que dão suporte ao seu ideal de vida.
5. Duas vezes por ano tire pelo menos um dia para ficar sozinho, em contato com a natureza, sem fazer nada, apenas refletindo e divagando.
6. Faça uma prece diária pela felicidade das pessoas que você conhece e não conhece.
7. Reserve pelo menos dez minutos diários para ficar em silêncio e ouvir a sua intuição.
8. Mantenha seus sentidos atentos para as suas fontes de intuição. O que parece lhe tornar mais intuitivo e criativo? Anote essas informações.
Exercício 2
15 minutos
Caminhe sozinho (a) durante uns quinze minutos. Enquanto caminha, responda para você mesmo as perguntas abaixo.
1. Qual é sua capacidade de dizer a verdade sem julgar nem culpar? Quando é que isso acontece? Com quem você se sente mais à vontade para agir dessa forma? Quem o inibe de agir assim?
2. Quando, onde e com quem você se pega aparentando o que não é? (o falso eu). E quando e por que você foi abnegado?
3. Quando deixou que seus interesses, ou do seu grupo, fossem prejudicados pelo medo de ser criticado ou de perder o amor ou a amizade de alguém?
4. Onde, quando e com quem você já praticou projeção?
5. Quais as suas músicas prediletas de agora? Quais as músicas prediletas da sua infância? Alguma vez já criou uma música original? Como era ela?
6. O que mais você gostava de fazer aos dez anos de idade em termos de brincadeiras? Você conseguia ficar horas brincando sozinho?
7. Quando foi que você deu vazão a toda a sua criatividade? Em que situações isso acontece com mais freqüência?
8. O que é que lhe faz rir de verdade? O que é engraçado para você? Quando você faz alguém rir de verdade? Como isso acontece?
9. Que experiências místicas você já teve em sua vida? Como foram essas experiências? Como foi que você se sentiu em relação a elas?
10. Que rumos espirituais você está dando à sua vida? Que tipo de experiências espirituais você gostaria de ter e em que tipo de trabalho humanitário gostaria de se engajar?
(Se ainda não está engajado em nenhum trabalho desse tipo, pergunte-se o que o impede de fazer isso?
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DO LIVRO CÓDIGOS DA VIDA- CLUBE DOS AUTORES- 2011
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 23/07/2012