João Anatalino

A Procura da Melhor Resposta

Textos


RIPA NA CHULIPA E PIMBA NA GORDUCHINHA
 
Quem tem mais de trinta anos, e gosta de futebol, vai logo identificar esse bordão: “Ripa na chulipa e pimba na gorduchinha, garotinho!” Esse era o bordão do mais popular narrador esportivo dos anos setenta e oitenta, o nosso querido Osmar Santos.
Osmar Santos se formou em em Educação Física, Administração e Direito, e começou a trabalhar como locutor esportivo na Rádio Jovem Pan, passando depois para a Record e mais tarde para a Globo. Tinha um estilo inconfundível de narração esportiva, sempre criando bordões que se tornaram famosos, como “ porque parou, parou porque?” “ Sai daí que o jacaré te abraça”, "Um prá lá, dois prá cá”, é fogo no boné do guarda", "Sai daí que o Jacaré te abraça, garotinho", "No caroçinho do abacate" "ai garotinho", "vai garotinho, porque o placar não é seu" e outros.  Era conhecido como "O Pai da Matéria", pela excelência que colocava em suas transmissões esportivas. Narrou três Copas do Mundo, a de 1986 e 1994 pela Globo e a de 1990 pela Manchete. Além disso foi uma das vozes mais importantes na campanha política pelas “Diretas Já” em 1984.
Em 22 de dezembro de 1994 sofreu  um gravíssimo acidente de automóvel que o privou do seu maior dom, a vóz. Ficou muitos meses em coma, sendo mantido vivo por máquinas. Pouca gente acreditava que sobrevivesse, tal a gravidade dos ferimentos que sofreu. Mas Deus conservou-o para alegria dos seus milhares de fans e incontáveis amigos que fez na vida. Embora não tivesse recuperado suficiente capacidade vocal para voltar a exercer o ofício no qual se tornara mestre− a locução esportiva− ele continua hoje a brindar o público com o seu talento, pois se tornou um grande artista plástico, pintor dos mais competentes. 
Osmar Santos esteve em Mogi na última quarta-feira dia, dia 12, próximo passado, na premiação dos melhores profissionais do ano, feita por uma revista local. O evento aconteceu na Pizzaria São Pietro, onde vários profissionais mogianos foram também contemplados. Registro esse fato pois foi uma grande alegria para mim reencontrar um dos meus grandes ídolos e saber que ele está bem e mostrando a todo mundo que por pior que seja a fatalidade que nos atinge, nós sempre teremos força para recomeçar. Como ele mesmo disse uma vez, “um lutador não perde quando vai à lona; ele perde quando fica lá”. É isso aí, garotinho. 
 
 
 
 
 

 
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 15/09/2012


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