João Anatalino

A Procura da Melhor Resposta

Textos


PNL- A DOR DO PRAZER E O PRAZER DA DOR

A DOR DO PRAZER E O PRAZER DA DOR

 

A intenção é sempre positiva
 
      A PNL trabalha com o pressuposto de que o que motiva o ser humano a fazer alguma coisa é uma perspectiva de sempre alcançar estágios mais altos de satisfação, a cada ação bem sucedida que realiza. Em outras palavras, queremos obter o prazer do sucesso e evitar a dor do fracasso.  Essa não é uma proposição descabida. Se alguém achasse que não iria se sentir melhor do que está em dado momento, que motivação teria para continuar procurando formas mais eficazes para fazer as coisas? Bastaria repetir sempre os mesmos comportamentos para obter os mesmos resultados e o mundo seria uma eterna repetição de eventos iguais e sucessivos, que só se modificaria para atender parâmetros de quantidade e nunca de qualidade. Mas o mundo não é assim. Sempre que algum acontecimento nos desloca de uma posição em que nos sentimos confortáveis, imediatamente o nosso organismo nos força a buscar outro ponto de equilíbrio.  E o mundo é uma rede de relações, onde tudo está conectado a tudo. Nele sempre existe alguma coisa acontecendo que nos força a tomar atitudes para encontrar padrões mais elevados de prazer e níveis mais baixos de dor.
      O nosso sistema neurológico – compreendido pelo cérebro mais a rede neural – funciona como se fosse um sofisticado sistema cibernético, alimentado por uma corrente intermitente de informações, geradas pelas experiências que vivemos diariamente e alimentadas pelas respostas que damos em relação a elas. A premissa que fundamenta a atuação dos sistemas cibernéticos é a adaptação, aqui entendida como a emissão da melhor resposta, ou seja, aquela que melhor satisfaz as necessidades e os desejos do organismo.
     Para o ser humano, todo comportamento é adaptativo, já que se destina a encontrar, entre as respostas que seu sistema neurológico pode gerar, aquela que melhor corresponda ao objetivo que ele quer alcançar. Assim sendo, a proposição segundo o qual a intenção contida em qualquer ação que realizamos é sempre positiva, seja qual o for o comportamento adotado pelo indivíduo, é uma verdade que se comprova a cada atitude que tomamos na vida. 
 
                        A dor do prazer e o prazer da dor.
 
      Ninguém faz nada esperando de antemão obter dor, tristeza ou desconforto com as ações que realiza. O que se quer é exatamente evitar esses resultados. Nem mesmo um rematado estóico, que realmente acredite que a felicidade está em mortificar o corpo, ou em renegar as facilidades da vida, adota a filosofia da pobreza como um fim em si mesmo. Para ele, o sofrimento, o desapego aos bens materiais, a mortificação do corpo, são moedas com a quais pensa poder comprar a verdadeira felicidade. É, no caso, a melhor escolha que pode fazer, entre aquelas que ele acredita ser as melhores, para obter o resultado que deseja. O estóico escolhe sentir dor como forma de obter prazer. Pode parecer paradoxal, mas é real. Os primeiros cristãos agiam assim. Mortificavam-se pela fé, procurando imitar Cristo no sofrimento, por que isso, para eles, era o verdadeiro prazer. Os masoquistas são uma versão desnaturada dos estóicos. Encontram prazer na dor, não por sublimação dos seus ideais, mas por deformação da sua maneira de sentir. Estóicos e masoquistas são duas pontas de um mesmo barbante. Para os primeiros o prazer é dor, para os segundos a dor é prazer.
      Na mesma vertente psicológica, porém no lado oposto desse vetor, estão os epicuristas, cuja filosofia se pauta pela procura do prazer e pela rejeição sistemática da dor. Também nesse caso existem os extremos, quando o indivíduo faz qualquer coisa para obter o prazer ou para evitar a dor. Deformações morais e éticas podem advir dessa procura desenfreada pelos prazeres da vida.  Quando tudo que se quer na vida é obter prazer ou evitar dor, e se faz qualquer coisa para atingir esse objetivo, todas as salvaguardas legais e morais que a sociedade desenvolveu para a proteção dela e dos indivíduos que a formam estão em perigo. Desaparece a ética, a moral, a religião, os sentimentos de honra, de humanidade, de fidelidade, de solidariedade, toda a superestrutura de valores desenvolvida pelo ser humano, ou seja, aquilo que podemos chamar de espírito. Remanesce somente o seu instinto animal, numa formidável regressão que ao invés de nos levar para Deus, de onde saímos, nos atira de vez no inferno da materialidade pura e simples.

                 O mal não existe; o que existe é escolha errada
 
     É verdade que existem pessoas que “parecem” agir errado deliberadamente e atraem para si desgraças e sofrimentos, sempre escolhendo opções equivocadas de comportamento, (para os outros, mas não para elas). Agora, perguntem-lhes se eles reconhecem que erraram e você verá qual a resposta que elas lhe darão.    
     Assim, ninguém age com o intento premeditado de falhar ou causar dano a alguém pelo simples prazer de fazer o mal. O mal, nesse caso, é uma atitude que causa prejuízo, seja ao sujeito contra o qual ela é dirigida, ou à sociedade, ou ainda ao próprio executante, mas nunca é resultado de um plano mental deliberado cuja finalidade precípua seja obter o resultado que nós chamamos “mal”. É apenas a resposta que a pobreza neurológica do indivíduo conseguiu gerar naquele momento e para aquele contexto. Se ele tivesse outra opção de escolha, que melhor correspondesse aos objetivos que quer alcançar, ele certamente a escolheria.
     Portanto, tudo que fazemos, fazemos com intenção positiva. Essa intenção é obter a maior satisfação possível com a resposta dada e nesse sentido, o que conseguimos são resultados, bons ou ruins, que são obtidos conforme a habilidade que colocamos na execução dos comportamentos, o contexto em que ele é praticado, e os objetivos que queremos atingir. Diante dessa constatação, o diabo passa a ser o mau conselho, a informação equivocada e a escolha errada. O céu e o bem, o bem e o prazer de ter feito a coisa certa, isso é igual a bom resultado. Isso somado se chama felicidade. O inferno e o mal, o mal e a dor da escolha errada, isso é igual a mau resultado. Isso somado se chama Infelicidade.  
 
do livro "Á PROCURA DA MELHOR RESPOSTA'- BIBLIOTECA 24X7- 2009

 

João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 29/11/2012
Alterado em 30/11/2012


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