A SABEDORIA ORIENTAL- EXCERTOS DA BAGHAVAD GUITA
A respiração de Brhaman
Suponhamos que Deus é uma pessoa respirando. Quando Ele expira o universo se expande, quando inspira o universo se comprime. Na inspiração, o universo se expande no infinito cósmico, dando origem á tudo que existe no mundo. Na inspiração, a matéria universal se organiza em sistemas. Temos assim, na expiração de Deus, a relatividade que produz as grandes massas estelares, dispersas no vazio cósmico; na inspiração temos a gravidade, que organiza essas massas em grandes sistemas, cada uma uma com seus próprios princípios organizacionais. Tal como é no universo físico, com os sistemas estelares e a matéria, em sua composição atômica, assim também é no universo da vida. Dispersão em princípio, reunião num segundo momento. Caos no começo, organização em seguida.
Assim, quando Deus expira, Ele expele de si mesmo as nebulosas, galáxias, estrelas, planetas, com todos seus elementos, atributos e qualidades. Caos inicial. Quando Ele inspira, o universo volta para dentro Dele pela força da sua inspiração. E nesse movimento de recuo para dentro de Si mesmo ele se organiza. E no momento seguinte, Ele expira novamente, um novo universo. Dessa forma, o universo se perpetua, pela eterna renovação de seus elementos, cada vez num novo ponto de sua organização. A cada respiração de Deus um novo universo, cada vez mais organizado em sua estrutura.
Essa é a metáfora que explica os ciclos kármicos do mundo e de todas suas formas de vida. É a Respiração de Brhaman.
Nirvana e Karma
O que é Nirvana?
Imagine que todos os átomos dos elementos materiais se imobilizassem e parassem de girar em volta de seus núcleos, ou que todos os planetas, subitamente, paralizassem suas órbitas em volta de suas estrelas-mãe. Ou então que todos os cérebros parassem de pensar e todos os corações de pulsar. Isso seria o Nirvana, a imobilização total do universo, e a extinção final de todo Karma, ou seja o Movimento.
Assim, Karma é agitação e Nirvana a imobilidade. Mas nem o Karma deve ser confundido com Caos, desorganização, vida, nem Nirvana deve ser confundido com extinção, imobilidade, morte. O universo pode aquietar-se em sua agitação, mas não morreu. Ele, nesse momento mágico em que conseguiu reunir em si todos os seus elementos, em perfeita organização, atingiu o perfeito equilíbrio. Vive, nesses momentos, a perfeita sinergia que antecede as grandes realizações. Assim, como toda grande descoberta, toda grande ação, são antecedidas por um esforço sinergético de concentração, também não pode haver atividade kármica sem que antes, preceda um nirvana.
Espírito e Matéria
Aquele que, ao separar-se do corpo material mantiver a consciência focalizada no mundo carnal continuará preso á matéria; com esse peso não poderá alçar-se ao território das energias sutis que nós chamamos de espírito; os que, ao invés, dirigirem todo o foco da sua consciência ao mundo espiritual, se tornarão espírito e poderão, libertos de todo peso da matéria, tornar-se consciência pura, integrados á Primeira Essência do universo, que é o seu Criador.
SABEDORIA ORIENTAL- EXCERTOS DA BHAGAVAD GUITA
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 18/02/2013