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PNL- PORQUE NÓS SOMOS O QUE SOMOS O sistema neurológico
Nós não somos o que somos porque Deus, ou algum caractere hereditário nos construiu assim. Quer dizer: ninguém é calmo ou nervoso, ligado ou distraído, “zen” ou estressado, sensível ou insensível, seguro ou inseguro, briguento ou conciliador, positivo ou negativo, carente ou auto suficiente, egoísta ou desapegado, dinâmico ou devagar, etc. Esses são apenas rótulos que são chumbados ás pessoas conforme as respostas que elas dão aos desafios que a vida lhe apresenta. Tudo isso é programado na pessoa pelas informações que ela recebe do mundo e pela forma como ela as interpreta. O nosso sistema neurológico, responsável por essa tarefa, funciona como se fosse um circuito cibernético. Ou seja, ele recebe as informações através dos sentidos, seleciona-as, monta uma representação mental delas e lhes dá uma valoração conforme os “programas- crenças” que ele tem implantado dentro do seu Processador Central. E com base nelas emite uma resposta. O sistema neurológico do ser humano é constituído pelo cérebro e os terminais nervosos e sensitivos. Nesse sistema, o cérebro é uma espécie de PC (processador central), os nervos são transmissores e os órgãos sensitivos (pele, ouvidos, língua, olhos) são receptores de informação. Podemos dizer que nossos olhos escaneiam, filmam e fotografam o mundo, nossos ouvidos captam e gravam seus sons, nossa pele registra as condições ambientes, da mesma forma como um sistema cibernético, com seus terminais, funciona no seu trabalho de recepcionar e trabalhar informações. Essas informações são enviadas ao cérebro através dos nervos sensores, para que ele possa montar uma representação mental dela. Essa representação pode ser sonora, visual ou cinestésica. Se sonora ela repercutirá na mente como som, se visual, como imagem, se cinestésica, como uma sensação prio-ceptiva (frio, quente, pesado, leve,doce, ácido etc.)
Como funciona o processo
O processo mediante o qual organizamos nossas representações mentais fornece os critérios pelos quais o mundo é recepcionado e identificado em nossa mente. Por exemplo: estamos dirigindo numa estrada e de repente topamos com um acidente. A cena, em si mesma, é igual para todos que a presenciam. Porém, um jornalista a recepcionará como uma oportunidade de uma boa reportagem, um médico como um dever de prestar socorro, um policial como necessidade de apurar o que aconteceu, um padre como necessidade de oferecer conforto e auxílio espiritual, etc. Isso quer dizer que a nossa mente organiza e valoriza as informações que recebe de acordo com critérios próprios, associados á características do mundo em que vive. Se observamos bem, veremos que na forma como cada um estrutura a representação mental que faz da informação recebida, há um processamento todo especial, que ocorre segundo os “programas” que eles têm implantados em suas mentes. Da mesma forma que médicos, jornalistas, policiais, padres, etc, instalam em seus sistemas neurológicos “programas” que os fazem ver esse acontecimento de acordo com seus modelos de mundo, todas as pessoas desenvolvem processos semelhantes, que os fazem ver os acontecimentos a partir de uma ótica muito particular. Esses processos são organizados numa seqüência que atende aos critérios selecionadores de cada pessoa. Conforme elas sejam orientadas pela visão, audição ou cinestesia, uma dessas modalidades tenderá a ser dominante na representação mental que ela fará da informação. O que será aparecerá mais forte no registro mental do acidente acima? A visão do sangue, a imagem do carro todo amassado, o movimento das pessoas correndo para socorrer os acidentados, o som do carro da polícia, ou da ambulância, os gritos das vítimas, o som da batida, ou ainda a temperatura do ambiente, o cheiro do sangue, da gasolina, a sensibilidade táctil das coisas que foram tocadas? O que virá com mais força na memória da pessoa que teve essa experiência, ou a presenciou? Conforme estruturarmos e desenvolvermos essas operações, a nossa mente escolherá os critérios segundo os quais ela registrará esse acontecimento e lhe dará um significado. Assim, o que uma experiência significa para nós depende do valor que associamos à representação mental que fazemos dela. Desstarte, se a nossa mente tende a trabalhar preferencialmente com códigos visuais ela tenderá a construir as informações de uma forma imagética. E assim teremos pessoas que terão dificuldade de entender ou explicar alguma se não lhes for mostrada uma imagem. A mesma coisa ocorrerá com pessoas cuja mente prefere trabalhar com códigos lingüísticos sonoros. Esse tipo de pessoa precisa de sons para entender ou explicar o que está sendo construído em suas mentes. Os cinestésicos, da mesma forma, precisarão fazer “test drive” da informação para poder explicar ou entender o que está sendo informado. [1] Por isso, o conhecimento do processo pelo qual o nosso sistema representacional seqüencia e estrutura as informações, atribuindo-lhes este ou aquele valor, passa a ser de fundamental importância para o nosso sucesso na capacidade de entender o mundo e gerar respostas eficientes aos desafios que ele nos apresenta.
A linguagem do sistema neurológico
Cor, brilho, contraste, foco, movimento, dimensão, luminosidade, etc.são códigos neurolingüísticos visuais; modulação, tonalidade, timbre, duração, continuidade, etc. são códigos neurolingüísticos auditivos; distância, temperatura, dimensão, movimento, textura, peso, formato, pressão, etc.,são códigos neurolingüísticos cinestésicos. Eles constituem o alfabeto pelo qual nosso sistema neurológico se relaciona com o mundo. É esse alfabeto que nos permite uma interação com o ambiente e dá à nossa mente a capacidade de reconhecê-lo e fazer a devida apreciação dos acontecimentos. Em PNL, esses códigos neurolingüísticos são chamados de submodalidades dos sistemas de representação. Eis um quadro resumido das principais submodalidades utilizadas pela nossa mente para executar a função de representação do mundo em que vivemos.
Submodalidades visuais e suas formas de expressão |
Submodalidades auditivas e suas formas de expressão |
Submodalidades cinestésicas e suas formas de expressão |
Cor |
Estéreo\mono |
Local |
Brilho |
Palavra |
Intensidade |
Contraste |
Volume |
Pressão |
Moldura |
Tom |
Extensão |
Dimensão |
Timbre |
Textura |
Localização |
Intensidade |
Peso |
Distância |
Localização |
Temperatura |
Luminosidade |
Duração |
Duração |
Nitidez |
Continuidade |
Forma |
Foco |
Velocidade |
Suavidade |
Movimento |
Nitidez |
Aspereza |
Velocidade |
Modulação |
Sabor |
Erros e acertos
Há muitas outras submodalidades que o cérebro pode aliciar para executar essa tarefa. As que listamos são apenas as mais utilizadas. Através das submodalidades a realidade na qual vivemos é transformada em um mundo interno feito de imagens, sons, paladares e aromas, cada qual com seus atributos e qualidades, que são codificados e valorados pela mente, constituindo assim, aquilo que, em PNL, chamamos de representações sensoriais internas. Através dessas representações reconhecemos o ambiente em que vivemos e damos aos seus componentes este ou aquele significado, ou valor. Assim, tudo o que sabemos do mundo é o que os nossos sentidos nos informam e o que a nossa mente consegue identificar através desse sistema neurolinguístico de codificação. Que cor tem a experiência, que intensidade de brilho, que dimensão, que tonalidade tem o som, que timbre, que temperatura, a textura dos objetos nela representada, o peso, a forma, a dimensão, etc. é que darão à nossa mente a conformação que a experiência parece ter para nós. Daí dizermos que tal experiência pode “pesar’ mais para uma pessoa do que para outra, ou que alguém pode ser mais “frio’ ou mais “quente”, mais “ligada” ou “desligado”, ou então “brilhante”, “desfocado”, “rápido”, “lento”, “vê tudo negro, ou cor de rosa”, “não tem gosto”,”não fede nem cheira”, etc. Essas metáforas são a pura verdade. Uma pessoa que recebe essas classificações lingüísticas, geralmente é porque construíram seu mundo interno com as submodalidades correspondentes aos códigos segundo os quais estão sendo rotulados. E refletem isso em seus comportamentos cotidianos. Dessa conformação é que nos vem o conhecimento que temos do mundo e de como devemos proceder em relação aos acontecimentos em que ele nos envolve. Assim, podemos dizer que não conhecemos o mundo como ele é, e sim como nós o representamos em nossa mente. E é com base nesse conhecimento que damos as nossas respostas. Essa é a principal razão do porque algumas pessoas errarem tanto em suas escolhas e outras há que parecem acertar sempre. E nos permite dizer também que não existem erros nem acertos, mas sim equívocos no processamento das nossas informações. Ou seja: para algo que entendemos de forma equivocada, não há como emitir uma resposta certa.
[1] O cinestésico é o tipo da pessoa com a qual não adiante falar nem mostrar. Ele precisa “fazer” para poder entender.
PNL- PORQUE SOMOS COMO SOMOS
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 20/02/2013
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