João Anatalino

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A TRADIÇÃO XAMÃNICA

                     A Tradição Xamânica
 
 O estudo realizado pela professora Angeles Arrien mostra que esses arquétipos, na verdade, são tradições que os povos mais próximos da natureza cultivam. Na cultura desses povos eles são identificados como “espíritos” que presidem as ações humanas nas quatro funções básicas da nossa existência, que são as de lutar, curar, criar e educar.
Na tradição xamânica essas “entidades” precisam ser normalmente honradas através de preces, rituais e comportamentos, para se manifestarem nos momentos apropriados. Assim é que quando se trata de lutar, o espírito da luta é invocado através dos ritos próprios; da mesma forma, existem rituais apropriados para eliciar o espírito da cura, o espírito das visões e o espírito da sabedoria, quando deles se precisa.
     Dessa forma, a tradição dos xamãs busca na própria natureza suas razões de luta, sanidade, criatividade e sabedoria, o que torna sua cultura tão peculiar e digna de respeito. E justifica a revalorização que ela vem encontrando neste limiar do século vinte e um, quando a natureza começa, efetivamente a devolver, na forma de cataclismos e mudanças climáticas, o desrespeito com que a espécie humana a tem tratado.
Na verdade, ela sempre respondeu a esses maus tratos, mas nos últimos tempos, face ás sistemáticas agressões que tem sofrido, ela vem devolvendo esses agravos de forma tão inequívoca e vigorosa, que nos leva a repensar, com mais carinho e atenção, a nossa relação com ela. Nesse sentido, talvez possamos aprender alguma coisa com os costumes dos povos mais ligados à natureza. 
O estudo que nós nos propomos a fazer aqui mostrará também que essa milenar tradição encontra paralelos na moderna psicologia e tem estreitas relações com os pressupostos da Programação Neurolinguística, razão pela qual desenvolvemos este trabalho de integração entre essas duas disciplinas. Entendemos que ambas tem suas raízes no inconsciente coletivo da humanidade e compartilham praticamente da mesma linguagem de profundidade, que é aquela que se escreve com símbo-los, posturas, rituais e comportamentos.
 
  • Linguagem de profundidade é o termo utilizado por Bandler e Grinder para identificar a forma pela qual o inconsciente revela os seus conteúdos. Ele se expressa por meio de uma linguagem verbal (metáforas, símbolos, parábolas) e uma linguagem não verbal (posturas, comportamentos, movimentos de olhos etc.) . A PNL trabalha com a idéia de que a nossa mente é “programada” muito mais por essa linguagem interior do que pela linguagem de superfície( a linguagem cotidiana) pois esta última é limitada pela “censura” feita pela mente racional. Isso quer dizer que os sinais que o nosso organismo emite (cor da pele, suor, franzidos de testa, movimento de olhos, postura corporal, expressões faciais etc.) são informações muito mais completas e verdadeiras sobre o que a pessoa realmente está pensando do que aquelas que são veiculadas pela linguagem verbal.   Já os símbolos são depósitos de informações que a linguagem verbal, muitas vezes, tem dificuldade de traduzir para os códigos usados em nossos alfabetos. Por isso ela os representa na forma de imagens carregadas de sentido, que muitas vezes a mente racional não consegue explicar, mas instintivamente nós sabemos o que significa e por elas somos influenciados. [1]


[1] Bandler e Grinder- A Estrutura da Magia- Summus Editorial, 1976 



DO LIVRO "CÓDIGOS DA VIDA"-CLUBE DOS AUTORES, 2012
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 26/04/2013
Alterado em 26/04/2013


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