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MOISÉS, MAÇOM DE FATO
“Depois disso um homem da família de Levi, partiu e tomou por esposa uma mulher de sua estirpe, a qual concebeu, e deu à luz um filho (...)“Êxodo, 1;1,2.
Quatrocentos anos Israel viveu como escravo,No vale do Nilo sofrendo angústia e muita dor.
Mas seu coração foi sempre fiel e muito bravo,
E não se afastou dos bons caminhos do Senhor.Todo esse tempo eles mantiveram a esperança,
Que o Senhor Deus do seu povo se lembrasse,
E cumprisse a promessa de lhes dar a liderança,
Que daquela abjeta e vil servidão os libertasse.Pois foi então que do útero da levita Iochabel,
A mulher de Anrin, pai de Miriam e de Aarão,
Deus fez nascer um líder para o povo de Israel.
Assim foi Moisés − maçom de muitos talentos,
Que além de libertar o seu povo da escravidão
A ele deu também uma pátria e Mandamentos.
A Irmandade de Israel
A tradição maçônica sugere que a antiga Israel, nos moldes em que Moisés a organizou, constituía uma verdadeira irmandade, a qual legou á moderna maçonaria a maior parte dos seus fundamentos históricos e filosóficos, além de fornecer o essencial do simbolismo que nela existe. Essa é uma verdade incon-teste, porquanto não se pode negar que a essência dos ensinamentos maçô-nicos, principalmente nos chamados graus superiores, está toda centrada em motivos bíblicos, tratados, em sua maioria, de forma simbólica e alegórica, como convém á tradição maçônica. Em nossa opinião, o proto-estado de Israel, que perdurou por cerca de dois séculos antes de se tornar um verdadeiro reino, pode ser considerado como uma espécie de vivência maçônica bastante peculiar. Tanto é que o rito do Arco Real se refere à Loja presidida por Moisés no Monte Horeb como sendo a primeira Loja maçônica do mundo.
Por isso, a idéia que os cronistas bíblicos nos passam, quando se referem á Israel bíblica dos tempos de Moisés, e até os dias de Samuel, quando se tornou efetivamente um reino, é a de que os hebreus viviam num espírito de Loja, ou seja, eles constituíam uma comunidade ligada pelo sangue e por elementos culturais próprios, distintos e fortemente marcados por um elevado sentimento de corporativismo, marca registrada das sociedades desse tipo.
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A noção de Loja, aqui é referida como sendo uma congre-gação de pessoas reunidas para um determinado fim. Essa intuição não é nossa. Ela tem sido utilizada de forma geral por todas as vertentes maçônicas, que vêem na Loja uma congregação de Irmãos, reunidos em determinado local, comu-mente chamado de Templo, para cuidar dos interesses do grupo. Essa noção, embora tenha sido copiada diretamente da prática exercida pelos antigos pedreiros medievais, tem, não obstante, sua inspiração mais antiga nos primeiros tem-pos de organização do povo de Israel, quando este ainda vagava pelo deserto, recém saído do Egito após ter ali vivido como escravo durante mais de quatrocentos anos. Essa noção nos vem do fato de que nesse período os israelitas se orga-nizavam em acampamentos, distribuídos entre as doze tribos que formavam aquele povo, vivendo sob a autoridade de líderes por eles escolhidos, orientados por mestres suposta-mente indicados pelo próprio Deus de Israel. As regras de convivência eram claramente inspiradas no espírito de Irmandade, como se pode verificar na legislação contida nos cinco livros da Torá, compêndio histórico-jurídico que se supõe tenha sido redigido por Moisés para regular a vida do povo de Israel.
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Essas referências são encontradas em todos os cinco livros do Pentateuco, porém são mais explícitas no Deuteronônio, livro chamado de Segunda Lei, que além de reafirmar todos os mandamentos e prescrições contidos no Êxodo e no Levítico, contém ainda uma série de outras prescrições que foram incorporadas á legislação da antiga nação de Israel. Essa é, em nossa análise, a razão pela qual os maçons adotaram tantos símbolos e referências à cultura israelita e também o motivo de os encontrarmos disseminados por todos os graus do moderno catecismo maçônico. Essas inferências não se devem apenas a admissão de judeus na Ordem, como de ordinário acreditam alguns autores, mas porque a própria cultura maçônica desenvolveu-se a partir do núcleo israelita e busca recompor, no simbolismo e no objetivo contido na idéia de fraternidade praticada pela maçonaria moderna, os mesmos sentimentos que motivaram a fundação da antiga nação de Israel. Dessa forma, podemos dizer que se existe um arquétipo inspirador para a Arte Real hoje praticada, esse é a Israel bíblica. (Extraído do livro O Tesouro Arcano- Madras, 2013-no prelo)
A influência egípcia de Moisés
Essas especulações são fundadas em antigos textos que sugerem que Moisés, antes de fundar a Irmandade de Israel, foi príncipe do Egito e membro da Sublime Ordem dos Irmãos de Heliópolis. A condição de nobreza de Moisés é informada na própria Bíblia, que registra sua adoção por parte de Bíthia, a irmã do Faraó. Assim, Moisés teria sido criado na família real, e ostentava o título de príncipe, pois era sobrinho adotivo do Faraó. Já a informação de que ele teria sido sacerdote na Sublime Ordem dos Irmãos de Heliópolis é uma especulação nossa, mas que encontra um forte alicerce de sustentação no fato de que Moisés, como também seu irmão Aarão, eram detentores de muitos conhecimentos arcanos, os quais não eram próprios da tradição do povo de Israel, mas sim da rica cultura simbólica desenvolvida pelos hierofantes egípcios.
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Como as habilidades de prestidigitador, que Moisés exibiu perante o faraó, fazendo seu cajado transformar-se em serpente, ou no famoso episódio da Serpente de Bronze, que é claramente iniciático e tem um profundo significado simbólico. Aarão também demonstrou estar na posse desses segredos arcanos ao fabricar o Bezerro de Ouro. Aliás, somente uma pessoa com tais habilidades teria o poder de “fabricar” um deus. A esse respeito, não é demais lembrar que o Bezerro de Ouro, fabricado por Aarão, nada mais era do que uma réplica do deus egípcio Apis, e que evidentemente devia ser uma deidade adorada por Aarão quando este exercia suas funções sacerdotais no Egito. Não poderia ele ter esculpido um ídolo dessa categoria se não tivesse habilidades adquridas anteriormente. Aliás, essas habilidades, exibidas tanto por Moisés quanto por Aarão, jamais seriam encontradas em um hebreu, pois ele não poderia adquiri-las em virtude da própria proibição dessas práticas, já existentes na cultura israelita anterior á sua vivência no Egito. A aversão dos israelitas pela prática da magia e semelhantes artes já era patente nos tempos de Abraão.
Mas a Irmandade de Heliópolis, como se sabe, era recipiendária de antigos segredos arcanos, que se referiam principalmente ás artes da agricultura, arquitetura, metalurgia e medicina. Esses conhecimentos estavam conectados á religião, pois a crença comum era a de que eles tinham sido transmitidos pelo Deus Osíris á humanidade. Nessa Irmandade, que congregava os grandes sábios e as principais personalidades do estado egípcio, supõe-se que Moisés e seu irmão Aarão exerceram altas dignidades. Isso deve ter ocorrido antes de os egípcios descobrirem que Moisés era, na verdade, descendente de pais hebreus, e do próprio Moisés ter ciência desse fato, pois que essa descoberta por certo deve ter feito uma verdadeira revolução na sua cabeça, contrastando as crenças do seu povo com aquelas que professava como sacerdote da religião egípcia.
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Os hebreus, seus irmãos de sangue, cultuavam um único Deus, cujo nome podia ser escrito de diferentes formas, mas a pronúncia do verdadeiro nome lhes era proibida, razão pela qual eles o chamavam por vários nomes alternativos. Os historiadores Maneton e Apion, que viveram no terceiro século a C e primeiro século depois de Cristo, respectiva- mente, foram os primeiros autores a publicar tais informações a respeito dessa vida desconhecida de Moisés. Quanto aos nomes de Deus, é sabido que Senhor, Adonai, Jeová, Elohin, Abba, etc. são nomes alternativos que os hebreus usavam para se referir a Ele, evitando dessa forma, pronunciar seu verdadeiro nome, que era grafado com as letras IHVH, mas jamais pronunciado em sua forma verbal. Por isso, inclusive, a proibição formal constante do Decálogo, que no segundo mandamento concita Israel a não “pronunciar o nome do Senhor em vão”.(Extraído do livro O Tesouro Arcano- Madras, 2013, no prelo).
Mas se os hebreus tinham uma visão essencialmente espiritual de Deus, os egípcios, ao contrário,como todas as nações antigas, não distinguiam a política da religião. O soberano era uma extensão da divindade local. Na época em se supõe Moisés tenha vivido, Tebas era a capital do Egito e o deus daquela cidade, Amon-Rá, a principal divindade do país. Os santuários de Luxor e Carnac, em Tebas, dominavam a vida religiosa e política da nação, mas o santuário de Heliópolis, no alto Egito, o mais tradicional do país, não havia perdido sua influência nem abdicara de pretensão de conduzir a vida espiritual dos egípcios. Essa conjuntura era motivo de constantes conflitos entre o poder político, exercido pelo faraó, e o religioso, exercido pelos sacerdotes daqueles santuários. O deus de Tebas era aquele que os egípcios chamavam de Amon-Rá. Amon- Rá era considerado o rei dos deuses, e tinha sua principal repre-sentação no sol, o astro-rei, “aquele que morre á tarde e renasce pela manhã”. A crença do povo egípcio era a de que nessa capacidade que o sol possuía, de sumir e reaparecer de novo todos os dias, estava a explicação do grande mistério da morte e do nascimento da vida na terra. Todas as coisas morriam quando as trevas as envolvia, e tudo renascia quando a luz voltava. Assim, as trevas (reino de Seth) era o período em que o indivíduo atravessava a Tuat, a terra dos mortos, e a luz era o reino de Amon-Rá, onde se processava a ressurreição das almas, que em vida tinham vivido de acordo com as leis da Maat, a deusa da Justiça. Osíris era o deus que conduzia a alma do defunto por esse território de trevas e Amon-Rá era cultuado como sendo o “poder que dá a vida”, o poder oculto na luz do sol.
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Essa crença era adotada, de uma maneira geral, pelos egípcios e eles a praticavam em forma de ritos e sacrifícios em homenagem ao Deus Sol. Daí se dizer que a religião egípcia era uma religião solar, pois tinha no astro-rei a sua divindade suprema. Além disso, a religião egípcia tinha, com relação aos astros de primeira grandeza e extrema luminosidade, uma autêntica atitude de veneração. Acreditava-se que seus grandes reis se tornavam estrelas de primeira ordem, irradiando luz e virtude sobre o país, orientando-o em todos os setores da vida. Em razão disso, os templos egípcios eram todos orientados em direção a estrela Spica, ou Sírius, a estrela mais brilhante no céu do hemifério norte, como uma homenagem á luz, fonte de toda vida e guardiã de todos os mistérios.
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Essa tradição ainda hoje é evocada na maçonaria, pois em todos os templos maçônicos o sol é sempre figurado como representação da majestade do Grande Arquiteto do Universo, sendo a sua luz que é comunicada através da estrela flamejante. O sol representa a luz por excelência. Daí, inclusive, o simbolismo da estrela flamígera, símbolo que evoca esse poder que vem da luz, ou seja, do sol, a Potência Máxima que se coloca no Oriente e é representado, no templo maçônico, pelo seu Venerável Mestre.
Especulações instigantes
Uma antiga tradição, coletada pelo historiador Apion (provavelmente na obra de Maneton) se refere a um sacerdote chamado Osarseph, que se tornou governador de uma província egípcia, onde a maioria dos habitantes era de origem estrangeira. Isso teria acontecido logo depois da expulsão dos hicsos, povo semita que dominou o Egito durante mais de dois séculos, povo esse que seria aparentado com os hebreus. Apion diz, inclusive, que esse povo, os hicsos, conhecidos como povos pastores, após ter sido expulso do Egito, emigrou para a Palestina, tendo fundado a cidade de Jerusalém. Assim, é lícito supor que a província acima referida, governada pelo sacerdote Osarseph, pode ter sido Gósen, a terra onde a Bíblia diz que os hebreus habitavam. Esse sacerdote teria vivido na época do faraó Amenhotep IV, e aos vinte anos foi investido no alto cargo de sacerdote em Heliópolis.
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O nome de Moisés não aparece em nenhum documento egípcio, mas o vizir Osarseph é citado em estelas e inscrições da época como sendo um importante dignatário, que além de exercer funções sacerdotais, também foi governador e mestre arquiteto da casa real, tendo construído grandes monumentos no país. A suposição que aqui se faz é a de que Osarseph e Moisés podem ser a mesma pessoa. Nesse caso o faraó Akhenaton (Amenhotep IV) teria feito de Moisés o Sumo Sacerdote da nova religião que ele quis implantar no Egito. Podemos inferir também que ele lhe deu o governo da terra de Gósen, onde habitavam os hebreus, seus conterrâneos. Dessa forma, Moisés teve condição de organizar os trabalhadores hebreus numa espécie de Confraria, que teria sido respon-sável por grandes obras de arquitetura no país. Segundo a Bíblia, os hebreus ergueram as cidades de Tendas, Fiton e Ransés. As duas primeiras eram cidades armazéns e a última uma cidade santuário que depois foi dedicada ao faraó Ransés II, que subiu ao trono em 1290 a C, cerca de 35 anos após a fuga de Moisés do Egito.
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Gósen é identificada como a antiga Avaris, capital dos hicsos, povo semita que dominou o Egito entre os séculos XVIII a XV a C. As fontes que nos levam a essa especulação constam dos relatos feitos por Apion e também por Maneton. No entanto, Maneton se refere a essa organização de pedreiros como sendo composta por hebreus e egípcios expulsos das cidades pelo fato de serem leprosos (o que justifica o fato de Moisés se preocupar tanto com a lepra entre os hebreus e até ter prescrito muitas regras a respeito do tratamento dessa doença.
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Apion, entretanto, diz que esses leprosos tinham sido postos a trabalhar nas pedreiras para que não contaminassem a população sadia. Lá eles teriam se organizado e escolhido como seu líder um sacerdote de Heliópolis chamado Osarseph, o qual lhes deu uma organização corporativa, que repudiou os deuses do país e adotou costumes completamente diferentes dos vigentes entre os egípcios. Esses costumes eram muito semelhantes aos que Moisés prescreveu para os hebreus, razão pela qual se sugere aqui que a história de Moisés, conforme contada no Êxodo, talvez tenha origem nesses eventos. (Extraído do livro O Tesouro Arcano- Madras, 2013- no prelo).
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Os hebreus e sua fama de pedreiros
A Bíblia informa que os hebreus viveram como cativos durante quatrocentos anos no Egito. Foram libertados por Moisés, depois que Deus castigou os egípcios com dez horríveis pragas, que sobre o país se abateu de forma miraculosa. A nossa opinião é que as chamadas dez pragas do Egito são, como a grande maioria dos eventos narrados no Êxodo, simbolismos que ocultam ensinamentos esotéricos e não fatos históricos que realmente ocorreram tais como foram descritos. Essa opinião deriva do fato de a Bíblia constituir-se num grande repertório de simbolismos e conhecimentos arcanos, que precisam ser efetivamente decodificados para assumir o seu real significado. Em outro ensaio exporemos o nosso entendimento a respeito desses singulares contos que envolvem as Dez Pragas do Egito, os Dez Mandamentos, a Dez Séfiras da Árvore da Vida, e outros simbolismos semelhantes. Eles são, em nossa opinião, alegorias alicerçadas no mesmo arquétipo. Por ora só apontaremos que existe uma relação simbólica entre esses três elementos da tradição hebraica e que eles estão conectados com conhecimentos arcanos de grande importância, transmitidos pela ciência da Cabala.
Todavia, a Bíblia não informa a data em que os hebreus imigraram da Palestina para o Vale do Nilo, mas o calendário hebraico registra que esse Êxodo ocorreu em 2.448 a C. ano que corresponde, no calendário cristão, ao de 1453 a. C. Assim, se os hebreus viveram no Egito durante 430 anos, é lícito supor que eles para lá devem ter imigrado depois de 1800 a. C. Essa data foi inferida pela informação contida em Reis, 6;1. Ali se diz que o Êxodo teria ocorrido 480 antes do início da construção do Templo de Jerusalém. Como essa construção começou por volta de 1112/1113 a.C., chegamos, por dedução, às datas acima mencionadas. Por outro lado, se tomarmos por base os trabalhos de Apion e Maneton é possível calcular que essa imigração tenha ocorrido entre 1780 e 1580 a C, numa época em que o Egito estava sendo governado pelos hicsos, povo semita que se supõe ser da mesma origem que os hebreus. Apion, segundo nos informa Flávio Josefo (Contra Apião, Livro I, Cap. 26, 28) nos informa que os hicsos imigraram para o Vale do Nilo e conquistaram o Egito sem luta, mas por terem religião e cultura diferente dos egipcios, acabaram “destruindo cidades e "os templos dos deuses", provocando grande matança e devastação no país”. Informa também que seus “reis pastores” governaram o Egito por cerca de duzentos anos, estabelecendo sua capital no Delta do Nilo, na cidade de Aváris. Mas por volta de 1580 a C. um faraó de nome Amósis, comandou uma campanha militar contra Avaris e expulsou os hicsos de volta para a Palestina. Lá eles fundaram Jerusalém. Essas informações, todavia, são refu-tadas por Flávio Josefo, que acusa Apion de farsante e falsificador da história hebraica, pois que tira dela o seu caráter heróico, transcendental, conforme narrado na Bíblia. (Flávio Josefo, Contra Apião, Vol. I, pág. 73-105 § 14-6; pág. 223-232 § 25-6). Todavia, esse antigo historiador também informa que um grande grupo de 80 mil leprosos e doentes, após a partida dos hicsos, teria recebido permissão para se estabelecer em Aváris. Esses leprosos, eram, em sua maioria, descendentes dos hicsos, e mais tarde se rebelaram e chamaram de volta os "reis pastores", que voltariam para destruír cidades e aldeias e “cometer sacrilégio contra os deuses egípcios”. Por fim, teriam sido derrotados e expulsos do país. Esses últimos, segundo infere Apion, seriam os hebreus do Êxodo. A versão de Apion, embora contestada por Flávio Josefo e oposta ao que escreveram os cronistas bíblicos, parece estar mais de acordo com a verdade histórica. Afinal, não se encontrou ainda na vasta historiografia egípcia desenterrada pelos historiadores e arqueólogos, qualquer menção á passagem do povo hebreu pelo Egito na época mencionada pela Bíblia, nem dos prodígios ali narrados. Tudo leva a crer que os sucessos referidos nas crônicas bíblicas se referem a memórias de fatos ocorridos no Egito na época dos hicsos, envolvendo os ancestrais dos hebreus, que ali viveram e se envolveram nos conturbados acontecimentos que se seguiram á expulsão daquele povo, particularmente a famosa revolução monoteísta provocada pelo faraó Akhenaton.
É dessa forma que sustentamos a nossa especulação com respeito ás origens da tradição maçônica sustentada na experiência israelita e a idéia de que Moisés teria sido o verdadeiro fundador dessa tradição. Essas inferências podem ser recenseadas em todos os rituais maçônicos e estão insertas em praticamente todos os ensinamentos dos diversos graus. Por isso a nossa assertiva de que Moisés teria sido o primeiro maçom de fato.
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 31/05/2013
Alterado em 04/06/2013
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