CENA NOTURNA
Na noite densa
Os moradores de rua
A indiferença.
Bêbados tardios,
Prostitutas seminuas
Nos bares vazios.
Um cão sem dono
E cobertores puídos
No abandono.
A vida cansada
Desabou na sarjeta
De madrugada.
A morte não falha
Toda a cidade dorme
Só ela trabalha.
Constrangimento
Um corpo atrapalha
O movimento.
Espetáculo.
Polícia removendo
O obstáculo.
Desponta o dia.
Outro mendigo ocupa
A marquise vazia.
Naturalmente
O mundo se recompõe
E segue em frente.
CENA NOTURNA
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 28/06/2013