João Anatalino

A Procura da Melhor Resposta

Textos


O MONGE E O BARQUEIRO
 
Era uma vez um monge que passara a maior parte da sua vida estudando. Sabia tudo sobre astronomia, matemática, geologia, física, botânica, química, além de ser um grande filósofo. Um dia resolveu deixar a universidade onde vivia e se dedicar a ensinar tudo que sabia á pessoas. Conhecimento que não se aplica, dizia o seu mestre, é conhecimento inútil. Mais que isso, é puro pedantismo.
Em sua viagem para o local onde pensava fundar a sua escola, ele precisou atravessar um rio caudaloso. Era um rio largo e profundo. O barqueiro que o levava para o outro lado era um sujeito forte, mas muito bronco. Falava tudo errado e praguejava que nem um bárbaro. O monge resolveu passar para ele um pouco da sua sabedoria. Mostrou como ele poderia calcular a largura do rio pelo número de remadas que ele dava; a calcular as horas do dia pelo movimento do sol; como ele poderia se cansar menos na travessia do rio aproveitando a correnteza, como ele poderia se tornar mais simpático com as pessoas usando melhor a sua linguagem e por aí afora, Vendo que o barqueiro não dava a menor importância para a sua aula, mas ficava simplesmente remando e resmungando, o monge calou-se. Não antes de xingar o barqueiro e dizer que ele era um ignorante que desperdiçara a vida inteira vivendo daquela forma bárbara, sem aprender nada na vida.
Estavam bem no meio do rio quando uma grande tora de madeira chocou-se contra a barca e ela virou. Os dois caíram na água. O barqueiro começou imediatamente a nadar para a margem mais próxima. O monge, por seu turno, começou a se debater.
– Nade – gritou o barqueiro.
– Eu não sei nadar – respondeu o monge.
– Que pena – respondeu o barqueiro. – Parece que quem desperdiçou a vida inteira foi o senhor.
Moral da história: Todo conhecimento é útil. Depende de onde você vive e para o que você precisa dele.
 
(ANÔNIMO)
João Anatalino e ANÕNIMO
Enviado por João Anatalino em 13/10/2013


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