Durante anos a fio, mestre Huang rezou e trabalhou, decifrando velhos textos, escritos pelos antigos mestres da Grande Obra. Era assim que todo Adepto tinha que fazer. Ora, Lege, lege, relege et invenias. Esse era o primeiro conselho dado por que conhecia o assunto. Orar, ler, ler, reler, para um dia, se Deus quiser, descobrir.
Mestre Huang sabia que nada seria obtido sem esforço. E, na sua Arte, talvez nada pudesse ser obtido, mesmo com esforço. Ele tinha consciência da tarefa em que estava se metendo. Podia contar nos dedos os alquimistas que antes dele conseguiram algum sucesso nessa misteriosa e bizarra Arte que vinha desafiando os espíritos mais sensíveis desde os primórdios da civilização.
Sabia também que precisaria ter muita paciência. Muitos mestres passaram a vida inteira nessa procura e nem todos acharam o que procuravam. Alguns pagaram com a própria vida, envenenados pelos gases tóxicos que liberaram de seus almofarizes ou por explosões provocadas no curso das experiências.
Alquimia era uma arte de verdadeiro adepto. Mestre Huang não tinha dúvidas a esse respeito. Por isso tinha que ser praticada como se fosse uma verdadeira religião. Tivera o batismo com seu velho mestre taoísta, que lhe ensinara o conhecimento da linguagem dos arcanos e sabedoria necessária para decifrar os símbolos, sem a qual jamais conseguiria decifrar as obras antigas, que continham a receita para a confecção da Grande Obra.
Paciência e humildade, essas eram as duas qualidades que mestre Huang precisava exercitar. Depois de incorporar, por força da prática, esses dois traços de personalidade, viu também que precisaria ser muito persistente, pois teria que repetir a mesma operação centenas, milhares de vezes, até que a própria “matéria prima” se cansasse e revelasse sua alma por conta desse contínuo refinamento. E ao mesmo tempo sua própria alma também se refinaria até o limite da iluminação, pois esse era, afinal, o maior prêmio do iniciado.
Já fazia uns dez anos que Mestre Huang estava nessa labuta. Lera centenas de obras dos mestres antigos, pesquisara todos os símbolos, aprendera a “linguagem dos pássaros”, penetrara na intimidade da natureza, até ter certeza de que podia entender os processos segundo os quais ela trabalha para produzir os fenômenos naturais. Havia finalmente chegado naquele instante em que um homem tem que tomar a sua decisão. Ou entrega-se de vez à voragem do sonho, sem saber se será por ele coroado ou consumido, ou dele se afasta, se condenando à uma eterna mediocridade. Por isso é que os sábios sempre figuraram a Alquimia como sendo uma espécie de tesouro encerrado numa caverna escura, guardada por serpentes e dragões.
Ele sabia que alguns dos mestres, em cujas obras se guiava, haviam perseguido esse sonho por cinquenta anos e mais. Alguns durante a vinha inteira. Mas o sonho da Pedra Filosofal era uma quimera que animava a alma dos Filhos da Ciência desde épocas imemoriais, quando os homens não haviam sido ainda separados dos deuses e comungavam com eles das mesmas ciências e eram sócios na mesma sabedoria. A Pedra Filosofal, assim como o Elixir da Longa Vida eram atributos do Tao, o Princípio Único, eterno, imutável e essencial, que dá vida ao universo e se revela a uns poucos escolhidos que se propõem a empregar a própria vida na procura desse magno segredo da natureza.
A Alquimia é uma arte que depura a alma do seu praticante. Assim Mestre Huang aprendeu a vencer seus preconceitos, mitigou a sua arrogância intelectual e derrotou os seus vícios de caráter. Tornou-se uma pessoa tolerante, paciente, calma, e, sobretudo, muito humilde.
Por fim, depois dessa intensa purgação intelectual, em que submeteu seu espírito a uma intensa disciplina de aperfeiçoamento interior, ele sentiu-se pronto para começar o trabalho de laboratório. Estava finalmente apto para a execução da Grande Obra da sua vida, obra essa que era o corolário do sonho de todo Adepto da milenária Arte do Amor: a sinterização da Pedra Filosofal, artefato milagroso que era capaz de transformar metais comuns em ouro, e, ao mesmo tempo, elevar o espírito do seu produtor às esferas mais sutis da consciência superior. Pelo menos era isso que prometiam os velhos textos, e mestre Huang ia ver se tudo isso era mesmo verdade. Tinha superado a fase preparatória, que era a teoria. Agora partiria para a prática.
Mestre Huang começou por misturar, como um verdadeiro padeiro, ou um cozinheiro em sua cozinha, três materiais de estranha constituição, cujas características ele encontrou em um velho tratado escrito por um alquimista dos tempos dos imperadores Ming. O primeiro era uma espécie de minério ferroso, rico em arsênio e antimônio. O segundo um metal, ou metalóide, em cuja composição existiam vestígios de prata, ouro e principalmente mercúrio. O terceiro componente tinha que ter propriedades solventes, ou seja, uma espécie de ácido de origem orgânica, tal como o ácido cítrico ou tartárico.
Obtidos todos esses ingredientes ele começou a preparar o caldo. Usou para isso um almofariz de ágata, que ele mesmo fabricou com o cuidado de um primoroso artesão. “Quanto mais a obra estiver ligada ao seu autor”, diziam os velhos textos,”, “mas forte será a sua alma”. Por isso, mestre Huang procurou fazer com que tudo tivesse a maior participação possível da sua própria lavra. Que sua mente e suas mãos participassem de todas as etapas do trabalho, essa era forma de sacralizar o ofício e atrair para ele os influxos da energia universal, necessários para a obtenção do resultado.
Como a participação direta do operador nesse trabalho era muito importante, depois de moê-los num pilão de madeira, ele misturou os ingredientes com as próprias mãos. Depois colocou tudo em um vaso ovoide, feito de vidro resistente á altas temperaturas, e tampou-o hermeticamente, conservando a mistura descansando nas trevas do recipiente hermético, por vários meses. Estava assim pronto o “ovo filosófico”.
Alquimia é trabalho de mulher e brinquedo de criança, diziam os velhos mestres. Por essa metáfora, mestre Huang entendeu que ele deveria incubar sua mistura durante algum tempo, como fazem as mulheres com os fetos humanos. Assim ele deixou que a mistura ficasse no descanso do “ovo” durante nove meses. Depois desse período de incubação da matéria prima, ele começou a aquecê-la no athanor. Esse era uma fornalha feita de tijolos refratários, alimentada a carvão, que mantinha um fogo perpétuo, cujo calor ele podia manipular durante á sua necessidade. Colocou o “ovo” em uma cuba de madeira de carvalho, e durante três semanas, foi aumentando gradativamente a temperatura no seu forno de carvão, alimentado por foles. Cozeu e recozeu diversas vezes a mistura, até que ela se tornar uma pasta de cor ocre, de cheiro ácido e fétido.
Então, sob a luz polarizada de uma réstia de sol refletida em um espelho, ele dissolveu o conteúdo do seu crisol com uma espécie de ácido orgânico, que os antigos mestres chamavam de dissolvente universal. Em seguida, deixou evaporar o líquido em um alambique e recalcinou o sólido, uma, duas, três, dezenas, centenas, milhares de vezes, separando, em cada operação, as escórias que ficavam no fundo do crisol. Por fim, como resultado dessa paciente e interminável operação, sobrou uma espécie de pasta viscosa, escamosa, de um verde brilhoso, metálico. Era o que os antigos Adeptos chamavam de "Leão Verde" ou Escama de Dragão”.
Já fazia cerca de vinte anos que mestre Huang estava realizando o seu magistério. Já passara pelo magistério da fragmentação, que consistia em fragmentar, até o limite máximo, o corpo da sua matéria prima. Depois se dedicara ao magistério da consistência, a arte de engrossar ou coagular o caldo. Em seguida, vinha o magistério do peso, que era a arte de aumentar ou diminuir o peso da matéria prima sem alterar o seu volume; depois vinha o magistério da qualidade, que consistia na depuração do composto; e por fim, o magistério dos princípios, que era a fase mais sutil da Obra, na qual a mistura era decomposta em seus princípios vitais (separação do enxofre e do mercúrio). Era a fase em que o mercúrio filosófico era obtido.
Foi no curso dessa última operação que mestre Huang recebeu a visita do Imperador Kublai Kan, o grande monarca mongol, o homem mais poderoso da terra, comandante de um império que dominava três quartas partes do mundo conhecido. Kublai Kan era o neto do grande Gengis Kan, cujos exércitos haviam conquistado a China cerca de cinqeenta anos atrás e seu poder era ilimitado.
O imperador, além de ser um admirador do mestre Huang, também era o seu patrocinador, já que toda sua obra era financiada pelo tesouro real. Mestre Huang sabia que nenhum alquimista, dada a sua própria condição pessoal e as características do seu trabalho, poderia ter sucesso se não se dedicasse inteiramente a ele. Assim, precisava ter a subsistência garantida e os recursos necessários para a aquisição dos materiais, a montagem e a manutenção do laboratório, e os demais custos que a Obra exigia. Pedira então o patrocínio do Imperador, que logo se interessara pelo projeto, pois via nele uma forma fácil e perene de enriquecer o tesouro real, esvaziado pelas guerras custosas que ele fora obrigado a sustentar para defender o imenso império que seu avô lhe deixara.
Kublai Kan era mongol, e embora tivesse nascido na China e educado na cultura daquele país, não tinha adquirido a proverbial paciência daquele povo. Sabia que a Alquimia não era uma ciência exata e que comportava uma grande dose de incerteza. Como Imperador não podia embarcar na canoa dos sonhos loucos de um mago, e dele esperar um resultado garantido. Mas tudo era possível. Por isso apoiara o projeto de Mestre Huang e o financiara, pois além de não ser tão caro, sempre havia a possibilidade de dar certo. Afinal, a mãe natureza era tão cheia de segredos...
Mas vinte anos já era tempo demais.
− Então, mestre, como vai a nossa Obra? – perguntou o Imperador.
− Ainda está em preparação, Majestade – respondeu mestre Huang.
− Já não passastes demasiado tempo nessa fase preparatória, mestre? Afinal já não faz mais de vinte anos que estais a estudar os vossos livros e cozinhar esse caldo?
− A síntese final não depende de mim, Alteza − disse o Mestre.
− De quem, ou do quê, depende então? − perguntou, com certa impaciência, o monarca.
− Não sei vos dizer exatamente, Majestade. Os antigos textos são muito obscuros a esse respeito. Os mestres dizem que é preciso esperar por uma certa conjunção de fenômenos naturais, alguma coisa que tem a ver com raios cósmicos, magnetismo terrestre, alinhamentos planetários, não sei bem. Acredito que seja um sincronismo de forças elementares, enfim, algo que ninguém soube definir exatamente, mas acontecerá um dia, se tivermos a sagrada paciência de esperar que o espírito universal nos contemple, pelo menos uma vez em nossas vidas, com um desses eventos.
− Huuum − murmurou o imperador, não muito satisfeito com aquelas bizarras explicações. Essas eram coisas esotéricas demais para uma cabeça como a dele, que tinha que se preocupar com tantos assuntos práticos, como equipar e pagar um imenso exército, alimentar milhões de pessoas, administrar um batalhão de funcionários públicos e manter calados e à distância milhares de inimigos. Pensou no tesouro real, exaurido e minado por tantas despesas. Os otomanos avançando pelo Leste, os cristãos pressionando no Ocidente, as possessões na Índia e no Afganistão ameaçadas pelos talebans e pelos muçulmanos, a possibilidade de uma insurreição na China...
− O que é esse carvão que estais raspando com tanto cuidado no fundo do vosso crisol? – perguntou o imperador.
− Isso é resíduo resultante da mistura calcinada − respondeu o mestre.
− E esses dois outros pós de cor escura, que separastes da mistura, o que são?
− Isso é enxofre e nitrato de potássio, Majestade.
− Para que servem?
− Para nada, Majestade. Nós os jogamos fora.
− Por que devem ser separados?
− Os mestres dizem que é a presença do enxofre em sua composição que torna os metais impuros, Majestade. Por isso, temos que separá-lo da mistura, para que possamos isolar a sua alma, cujo núcleo é fundamentalmente, mercúrio.
− Por que estais a mantê-los separados com tanto cuidado? – perguntou o Imperador.
− Porque se o enxofre e o potássio forem combinados em um composto eles queimarão com um calor e uma força que será capaz de mandar este laboratório inteiro pelos ares, Majestade. Basta deixar cair uma fagulha sobre eles.
− É mesmo? Isso eu gostaria de ver − disse, interessado, o Imperador.
─ Posso mostrar-vos─ disse o mestre.
─ Pois mostre-me ─ ordenou o Imperador, com visível interesse.
Então Mestre Huang pegou um pouco dos dois pós misturou-os num almofariz durante alguns minutos, até o composto tomar a forma de uma mistura homogênea, de cor negra e cheiro desagradável. Depois colocou-a num canudo de bambu, socou-a com uma vareta até torná-la bem compacta. Depois inseriu no canudo um pavio de lampião, embebido em óleo.
Em seguida, levou o rústico artefato para o quintal e ateou fogo ao pavio, colocando antes um tacho de cobre em cima dele. Logo uma abafada explosão lançou o tacho a vários metros de altura.
− Que interessante – disse o Imperador, examinando o fundo do tacho, rompido pela explosão.
−Podeis fabricar esse pó em grande quantidade? − perguntou o imperador.
− Sim− respondeu o mestre. – Basta aquecer a mistura a uma certa temperatura e depurá-la. Em poucos dias se pode obter uma boa quantidade dele. Ele é um subproduto da matéria prima da Grande Obra. Nós costumamos enterrá-lo no quintal, pois é muito perigoso mantê-lo dentro do laboratório.
− Ótimo, ótimo − disse o imperador, com um suspiro e um olhar perdido na distância. Seus olhos flutuaram sobre o maciço bloco de montanhas que se descortinavam ao longe. Serpenteando entre elas, como uma imensa serpente de pedra, destacava-se a Grande Muralha.
─ Fazei uma quantidade substancial desse pó – ordenou o soberano.
− Mas, Majestade – protestou timidamente o Mestre. – Para fazermos isso teremos que conseguir mais matéria prima e recomeçar a operação desde o início. Além disso, teremos que aumentar a capacidade de produção do laboratório.
− Providenciai isso imediatamente – disse o Imperador, voltando-se para um dos seus acompanhantes, que parecia ser o seu ministro tesoureiro.
− Mas agora falta muito pouco para chegarmos à Grande Obra, Majestade. Na noite passada – disse Mestre Huang com um brilho nos olhos – os primeiros sinais de que estamos no caminho certo apareceram.
− Que sinais foram esses?- perguntou o Imperador.
− Já chegamos ao composto conhecido como Leão Verde. Na noite passada formaram-se cristais em forma de estrelas na superfície da mistura. É aquilo que os mestres chamam de Via Láctea. Esse é sinal que devemos agora amadurecê-la, preparando-a para a primeira morte. Depois virá a asa do corvo, sinal que a regeneração do composto começou a se processar – disse o mestre, excitado.
─ Depois é só decompor a mistura para obtermos o mercúrio filosófico─ completou mestre Huang.
O Imperador olhava para o alquimista com olhos vazios, como não estivesse ouvindo nada da sua explicação. Seu pensamento estava longe. Toda aquela conversa, que ele não entendia, começava, na verdade a aborrecê-lo.
− Leão Verde, Via Láctea, Asa de Corvo, Primeira Morte, Mercúrio Filosófico... ─ repetiu, de forma absorta, maquinal, o Imperador.
− Entendi, meu caro Mestre. Mas seja como for, fareis o que mandei fazer. Fabricareis o pó negro na quantidade que eu pedir- disse o Imperador.
− Mas e a Pedra Filosofal, Majestade? − perguntou, desconsolado, o alquimista. − Quando a tivermos terás todo o ouro que quiserdes. Não era esse o vosso desejo? Não foi por isso que me contratastes e me deixastes passar todos esses anos trabalhando dia e noite?
− Tendes razão – disse o Imperador. – Esse é um sonho que o homem persegue há muito tempo e um homem não deve desistir dos seus sonhos. Mas também é útil que ele saiba diferenciar entre o sonho e a realidade. Conseguiste já um bom resultado com o vosso trabalho. Vamos tratar de aproveitá-lo da melhor maneira possível.
– Mas e a Pedra Filosofal, Majestade? E O Elixir da Longa Vida? Não era também o vosso sonho possuir esses dois tesouros?─ insistiu Mestre Huang.
− Dissestes bem. Perseguimos um sonho − concluiu o imperador, pensativamente. − Continuai, pois a trabalhar nele à noite, que é a hora própria de sonhar, mas fazei-me o pó durante o dia, que é hora de trabalhar. Há tempo para sonhar e tempo para atender a realidade.
Foi assim que Mestre Huang passou a exercer o seu ofício de fabricante do pó mágico. Tornou-se concomitante técnico e filósofo. Durante o dia trabalhava para produzir o estranho e explosivo pó negro que tanto entusiasmara o Imperador. De noite labutava na procura da Pedra Filosofal e do Elixir da Longa Vida, sonho de todos os espíritos torturados pela doença da sabedoria.
No caminho de volta para o palácio, o ministro tesoureiro do Imperador, intrigado com aquela decisão do soberano lhe perguntou:
− Majestade, não entendi a vossa decisão. Agora que parece estar tão perto a realização desse projeto que Vossa Alteza perseguiu durante tantos anos, que é a posse do segredo de fabricar ouro, e viver uma longa vida com saúde, Vós agis como quem não acredita nele . O que se passa em vossa mente?
− Ouro é fácil de obter- respondeu o Imperador. − Há maneiras mais fáceis e seguras de tirá-lo de onde ele já existe quando se tem o poder para tanto. Soldados e mineiros operários podem fazer isso com facilidade. Basta equipá-los e mandá-los para os lugares certos, sob o comando das pessoas certas. Fazer isso é mais fácil e seguro do que investir num processo que jamais teremos certeza se vai ou não dar resultado. Quanto á uma vida longa, não tenho certeza se quero viver tanto. O peso da vida aumenta com os anos e não creio que exista medicina capaz de aliviá-lo.
− Entretanto, vós deixastes que Mestre Huang continuasse a desenvolver a Obra. Por que, se não tendes certeza do resultado?
− Deixemos que esse sonho continue a ser sonhado e incentivemos sonhadores como mestre Huang a nunca desistirem dele. Aproveitemos, entretanto, os resultados que ele já produziu – disse o Imperador, olhando ao longe as montanhas que se perdiam no horizonte.
− Se não o fizermos, outros o farão − concluiu ele, acompanhando o voo ousado de uma águia que planava, livre e altaneira, sobre a Grande Muralha.
Dizem que o Imperador nunca mais perguntou ao mestre Huang sobre a Pedra Filosofal. Mas todo mês mandava alguns soldados de sua confiança passar no laboratório do alquimista para pegar o misterioso pó negro que era produzido como resíduo do seu trabalho. A História registra que a pólvora foi usada pela primeira vez como arma de guerra pelos mongóis na guerra contra os húngaros em 1241.
Quanto ao alquimista, ninguém sabe se um dia encontrou a Pedra Filosofal, mas até hoje ele é reverenciado na China como grande sábio e filósofo. Diz a lenda que ele viveu centenas de anos e quando os mongóis foram expulsos da China ele ainda estava vivo e contava histórias sobre o tempo em que trabalhou para o grande Kublai Kan.
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 24/02/2014
Alterado em 24/02/2014