João Anatalino

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Capítulo 4
                                                      
As raízes Maçonaria
                                               Uma idéia
1. A Sublime Ordem dos Obreiros da Arte Real repousa numa idéia, numa prática e numa instituição.1.1 Como idéia ela é tão antiga quanto o processo de socialização do ser humano, pois ela está vinculada à necessidade de escolher, entre as pessoas pertencentes a um grupo social em particular, aqueles que nele se destacam por suas realizações, materiais ou espirituais.
2 Com eles é formada uma reserva técnica que servirá de suporte para essa própria sociedade nos momentos de necessidade. 21. Na Maçonaria, essas pessoas são as chamadas “Luzes”, os seja, pilares sobre os quais a sociedade repousa. 21- Por isso a Maçonaria é uma escola de aperfeiçoamento moral, na qual se erguem “templos á virtude e se cavam masmorras ao vício.”[1]
3 A ideia tornou uma prática comum e todas as antigas civilizações a cultivaram.31- Nasceria dessa prática o instituto da Confraria, que é a reunião de pessoas que comungam de um interesse comum.3,2 E as sociedades modernas continuam a preservar essa tradição, face á utilidade que ela representa.[2]
 
                                               Uma prática
 
4. Essa prática deriva da pró pria necessidade de defesa e preservação desses grupos sociais, pois se trata de constituir um fundo de reserva estrutural no qual a sociedade possa confiar as conquistas da espirituais da sua civilização.
5. Foi assim que nasceram as antigas Fraternidades, fundadas justamente  pela necessidade de aglutinar os elementos constituintes desse escol.
6. A prática é sempre anterior à teoria. 1 Isso porque as pessoas que comungam de interesses similares buscam naturalmente o agrupamento com os seus iguais.6. 2 - Essa é uma tendência que se observa na sociedade humana desde a aurora dos tempos.
7 Elas se associam em razão de suas profissões, de seus interesses sociais, de lazer, e até por conta de heranças biológicas ou culturais comuns.[3]
8 A associação é praticada até como forma de sobrevivência ou como necessidade de fortalecimento do grupo.
9  É dessa forma que nascem as associações sindicais, os diversos tipos de  clubes, os grupos, as Confrarias etc.
 
                                          Uma instituição
 

 9 A partir de um certo momento na vida prática do grupo, ele verifica que precisa de uma organização.
10 Esse é o momento da sua formalização como Entidade formalmente reconhecida.
11 A Maçonaria, como entidade formalmente reconhecida, remonta ao ano de 1717 da era cristã, quando os maçons lon-drinos resolveram formalizar a união das Lojas existentes na cidade de Londres.
12 Foi a partir dessa data que uma organização com esse nome e com essa identidade deu entrada no mundo jurídico.     
13 Como idéia e como prática, entretanto, a história da Maçonaria perde-se na bruma dos tempos.
14 Pois já existiam Fraternidades desse tipo no Egito pré-dinástico e há noticias de Irmandades semelhantes na Índia dos tempos míticos, na China pré-histórica e na Mesopotâmea de antes do dilúvio, cujos ecos remanescem nos contos, nas lendas e nas memórias desses povos.[4]
 
Moisés, o virtual fundador da Maçonaria
 

15 Em termos de tradição podemos que o fundador oficial da Sublime Ordem dos Obreiros da Arte Real foi Moisés, filho de Anri e Iochabel, que nasceu no Egito, no ano de 1283 antes do nascimento do Nosso Senhor Jesus Cristo. [5]
16 Pois foi a ele que o Grande Arquiteto do Universo ditou a sabedoria cultivada pelos Obreiros da Arte Real pela primeira vez.[6]
 
A Confraria dos Irmãos de Israel
 
17. Porque a organização que ele deu ao povo de Israel tinha a forma de uma grande Confraria, cujos Irmãos, unidos pelos laços do sangue e da religião, se comprometeram com uma causa.
18 Essa causa era a criação,  na terra,  da Humanidade Autêntica, ou seja, um povo escolhido, governado por leis e costumes ditados diretamente pelo Grande Arquiteto do Universo, e que os pudesse apontar como modelo para todas as nações da terra. [7]
19 E essa organização tinha como base legal e social uma sabedoria profana, que compunha o corpo jurídico das leis instituídas pela Torá e pelos costumes praticados pelo povo.[8]
20 Esses costumes foram admitidos como legislação consuetudinária pelo povo de Israel e orientou sua vida por todo o tempo em que existiu a civilização hebraica.
21 Depois continuou a servir de ordenamento legal para os judeus, herdeiros daquela aniga civilização.[9]
 
A sabedoria arcana
 
22 Porém, no inicio, a Confraria dos Irmãos de Israel era guiada por dois tipos de sabedorias:22.1- A primeira era uma sabedoria exterior, que permitia a um grupo em especial governá-la e mantê-la em  um
estado de harmonia e paz.
23  Essa sabedoria é aquela que contida no Grande Livro da Lei que Moisés, por inspiração do Grande Arquiteto do Universo, escreveu para deixar como legado a todos os povos que queiram saber a verdadeira Vontade Dele.
24 E uma sabedoria interior que contém as verdades que não podem ser reveladas aos homens comuns, pois que estes não saberiam fazer uso adequado desses conhecimentos.
25 Foi o conhecimento dessa sabedoria oculta que deu a Moisés e aos homens por ele escolhidos o poder para governar e consagrar os líderes do povo, bem como a ciência para fazer as maravilhas que fez.[10]
26 E essa sabedoria, O Grande Arquiteto do Universo só a comunicou ao seus ouvidos.[11]
27 Ela lhe foi ditada na língua dos anjos, que era a língua falada na terra antes da queda do homem.[12] 
28 Por isso é que muitas das coisas que o Grande Arquiteto do Universo disse a Moisés não foram relatadas nos livros que ele escreveu para ensinar aos Irmãos como o Grande Arquiteto do Universo gerou o mundo físico.
29 E como Ele quer que seus Obreiros trabalhem para construir o mundo moral, que é a missão que Ele delegou aos homens na terra. [13]
30 Mas mesmo que essa sabedoria fosse escrita as pessoas comuns jamais a entenderiam, pois que ela foi escrita em códigos só decifráveis pelos iniciados.
31 Essa é a razão porque muito do muito do que será escrito neste livro não será encontrado nos textos dos Livros Sagrados, pois trata-se de resquícios dessa sabedoria arcana comunicada por Deus á Moises. 31.1- E integra também os conhecimentos por ele adquirido no Egito, antes de ele fundar a Grande Fraternidade dos Filhos de Israel.
32. Porque antes de fundar a Confraria dos Irmãos de Israel, Moisés foi príncipe no Egito e sumo-sacerdote da religião de Aton, o deus-sol dos egípcios. [14]
33 Portanto a nação de Israel é lídima antecessora da Maçonaria, embora outras Confrarias merecedoras dessa primazia tivessem existido antes dela. 33.1- Porém, nenhuma delas organizou-se de modo a sugerir uma estrutura externa e interna tão semelhante á Ordem maçônica quanto o fez Moisés com os Filhos de Israel saídos do Egito.
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NOTAS
[1] Metáfora que designa o propósito da Maçonaria de servir como uma escola onde as melhores virtudes do ser humano são conservadas e compartilhadas pelos seus membros, ao mesmo tempo em que os vícios da sociedade da sociedade são combatidos de forma ativa e contumaz. Por isso, em todo empreendimento de interesse social é comum encontrar, entre seus idealizadores, ou realizadores, um maçom.
[2] Já nos referimos aos Antigos Mistérios, que nas civilizações da antiguidade, faziam esse papel. Modernamente, esse papel é reservado á Maçonaria, ás diversas seitas que são mantidas nas intimidades das confissões religiosas, aos clubes de serviços e associações de classe, onde se cultiva, de alguma maneira, a tradição corporativa. Todas essas organizações têm, como objetivo principal, a preservação de suas conquistas materiais ou espirituais. 
[3] Para o bem ou para o mal. Geralmente, as associações de classe, raça, ou interesses sempre buscam um objetivo legítimo, mas ás vezes, seus interesses corporativos falam mais alto que o objetivo pelo qual se reuniram. É o que acontece quando esse propósito é contaminado por paixões religiosas, étnicas, clubísticas, raciais, etc. Nesse caso, a virtude se torna vício e deve ser combatido.
[4] O mito da Atlântida é um exemplo dessas civilizações antediluvianas.
[5] Sobre a idade e a época em que viveu Moisés, veja-se a nossa obra, O Tesouro Arcano, Madras, 2013.
[6] Referências ao conhecimento de arquitetura e geometria espacial, ditada a Moisés para construção do Tabernáculo, e que foi usado depois para a construção do Templo de Salomão.
[7]“ E sereis para mim um reino sacerdotal, e uma nação santa.” Êxodo, 19,6.
[8] A Torá é o conjunto dos cinco livros que se supõe foram escritos por Moisés. Gênesis, Êxodo, Números, Levítico e Deuteronômio. Estes dois últimos livros contém as leis e costumes do povo hebreu que foram compilados para formar a sua antiga legislação.
[9] Considera-se civilização hebraica a nação de Israel até a sua separação em dois reinos, ocorrida após a morte de Salomão.
[10] Ver Êxodo, 28.
[11] Essa informação está registrada em Êxodo 25.16, quando Deus diz a Moises: “ E porás na Arca o testemunho que eu hei de te dar.”
[12] Alusão á doutrina contida na Grande Tradição da Cabala, que é uma interpretação mística da Bíblia, feita por um grupo especial de estudiosos da religião judaica. A queda do homem, aqui referida é a metáfora da expulsão do casal humano do paraíso, referida em Gênesis,3:23.
[13] Por isso é que os ensinamentos contidos na Cabala desenvolvem uma cosmogonia, na qual se mostra, através de uma simbologia extremamente complexa, como Deus constrói o universo, e uma filosofia humanista que integra a ação humana nesse processo.
[14] Ver a nossa obra O Tesouro Arcano, citado.


DO LIVRO -O TESTAMENTO DO MAÇOM- NO PRELO
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 12/07/2014
Alterado em 04/10/2014


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