João Anatalino

A Procura da Melhor Resposta

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PNL- HUMANITISMO
 
.   Existem dois tipos de conhecimento universal que antecede o advento do fenômeno da vida humana. Eles existem independentemente de você e eu existirmos, porque simplesmente não dependem de nenhum de nós para existir. A esses dois conhecimentos nós podemos chamar de alma individual e alma coletiva; ou de Enteléquia (conforme a terminologia da filosofia aristotélica e Inconsciente Coletivo ( segundo a terminologia de Jung).
      Enteléquia é a matriz energética inicial (ou seja, um programa matriz) que nos dá a conformidade biológica e física que assumimos em nossa existência terrestre. Ela nos diz se seremos um pato, um leão, um elefante ou um homem. E orienta também o nosso biótipo. Alto, baixo, magro, gordo, careca, cabeludo, etc. É claro que nessa orientação é possível interferir, mudando um pouco essa conformação. Enteléquia, em termos de tipos humanos, ou caráter, não conforma, apenas orienta. E ela se torna uma força tão mais ativa e potente quanto mais consciente dela nos tornamos. Ela é energia e energia pode ser captada para determinado propósito. As plantas captam energia do sol para orientarem seus crescimentos; o homem capta a força das águas dos rios para gerar energia elétrica; a energia elétrica é captada para fazer girar motores, iluminar cidades, acionar máquinas.
     A natureza é uma mãe cujo útero está prenhe de energia. Os seres humanos também. Há a energia que aciona a nossa mente e a faz fabricar pensamentos; há a energia que movimenta os nossos músculos e nos impulsiona nas nossas ações. Ambas são energias de potências insuspeitadas. Não se pode medi-las em quilotons, nem em cavalos de força, nem watts, ou qualquer outra medida técnica inventada pelo homem para medir as forças da natureza. Nós só sabemos que elas existem e que são acionadas quando um determinado interruptor é acionado. Então nos tornamos fortes ou fracos, ativos ou reativos, corajosos ou covardes. Isso é Enteléquia, a nossa força interior. Você a tem, eu a tenho, todos temos. Só precisamos aprender a usá-la.
      A outra força da qual falamos é aquela que Jung chamou de inconsciente coletivo. O inconsciente coletivo é um conhecimento do qual todos nós, em todos os tempos, participamos, mesmo ser ter consciência dele. É uma sabedoria que parecemos ter desde sempre. Algo assim como o instinto maternal, a capacidade de procriar, a tendência para o acasalamento, a busca do agrupamento, a necessidade de um ritual para atingir estados de consciência superiores, a crença em um divindade, etc.
       Essa é uma energia coletiva porque está à disposição da totalidade da humanidade e é como se fosse um gerador alimentado pelos comportamentos, reflexões e descobertas feitas pela humanidade em todos os tempos. Ela também é forte e pode dar um rumo à nossa vida. Mas ela também não é absolutamente conformativa. O que quer dizer que você não deixará de ser feliz se não acasalar, se não tiver uma religião, se não tiver filhos, etc. Mas tanto quanto a Enteléquia, a sua energia individual, você pode captar o Inconsciente Coletivo como força para orientar suas ações. É o que fazem os grandes líderes quando modelam seus heróis, quando observam as grandes leis sociais, quando fazem o conhecimento acumulado da humanidade trabalhar a seu favor.
       Você pode achar que tudo isso é misticismo barato. Mas não duvide de uma coisa. A humanidade (Humanitas, como dizia Machado de Assis), é um ser ontológico.[1] É um ente vivo, produzido pelo desejo do ser humano de viver. Desde que o primeiro exemplar da espécie humana fez a primeira reflexão, e o segundo aproveitou-a como conhecimento, nós a emancipamos. E desde então a lei que rege o desenvolvimento da humanidade passou a ser a nossa gestora. Nós só nascemos para fazer parte da Humanidade. Para servi-la e se integrar a ela como realização de um todo indissociável. Por isso nascemos e morremos. É somente a nossa imensa arrogância que nos faz pensar que temos uma importância maior do que aquela que ela mesma nos confere. Para a Humanidade nós somos parte de um processo. Nem mais nem menos. A verdadeira sabedoria consiste em descobrir qual é a nossa parte nesse processo e trabalhar para se encaixar nele o mais rápido possível. 
       
 
 
 
[1] Humanitas é a filosofia desenvolvida por um personagem de Machado de Assis- O Quincas Borba. Trata-se de uma grosseira interpretação do pensamento de Charles Darwin, segundo a qual a natureza é um ente vivo, que usa as espécies como degrau para o seu próprio desenvolvimento. Assim, a supressão do mais fraco pelo mais forte, longe de representar um fato condenável, é um ato ecológico da maior importância para o fortalecimento da espécie.
PNL- HUMANITISMO
 
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 22/07/2014


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