A DENGUE DA PAIXÃO
Meus dias são contas de um rosário,
Desfiadas em um claustro de solidão,
Na intimidade de um pobre santuário,
Onde se isolou o meu triste coração.
Nele só existe um único altar postado,
Onde a padroeira é aquela divindade,
Que foi diva, mas não foi canonizada,
Porque não era uma santa de verdade.
Entretanto, como nela eu sou crente,
É só para ela que eu tenho que rezar,
Para que cure o meu coração doente.
Já que só ela poderá fazer essa graça,
Pois que foi pelo contato do seu olhar,
Que peguei u'a dengue que não passa.
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 13/04/2015
Alterado em 14/04/2015