Pus o símbolo dos meus direitos de posseiro,
Nos teus lábios rubros e no coração exposto;
Coloquei nos limites do teu corpo por inteiro,
Várias marcas com meu nome e o meu rosto.
De ti levei mais que orgulho de proprietário:
Levei-te a alma, como um punhado de terra,
Que por lembrança se guarda como relicário,
Sem sequer pensar em tudo que ela encerra.
Mas um dia plantarei em ti os meus pomares.
Oh! minha amada, tu és como terra virtuosa,
Que só precisa de semente e chuva regulares;
Que derramadas na fertilidade do teu ventre,
Devolverão em troca uma colheita generosa,
Que farão de nós um país farto e florescente!
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 03/05/2015