Fecha esse olhar, menina, tão poderoso e fatal
Buraco negro, em torno do qual vivo a gravitar.
O que nesses olhos existe de tão fundamental,
Que deles os meus não conseguem se afastar?
Eles me atraem como á uma agulha imantada,
Que nunca deixa de apontar para o rumo norte.
E eu me sinto como uma mariposa aprisionada,
Por uma luz que vai lhe causar a própria morte.
Mas também, como vou viver sem o sustento,
Que promete essa fonte de prazeres infindáveis,
Que vejo no perigo desses olhos tão profundos?
Só quero neles mergulhar sem arrependimento,
Como alguém que pula em abismos insondáveis,
Para desfrutar de todas as delícias deste mundo.
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 02/06/2015
Alterado em 02/06/2015
