O advogado do Zé Dirceu disse que ele pode morrer na cadeia, mas não vai delatar ninguém. Que bonito! Seria tão bom se essa lealdade de capo mafioso existisse também nas relações normais da sociedade e não apenas entre parceiros do crime. Que legal se a gente encontrasse tanta lealdade entre parceiros no amor, entre sócios de empreendimentos , entre membros de equipes e clubes, entre colegas de trabalho e sociedades, onde a relação de confiança se faz necessária para que o empreendimento progrida e não apenas nas parcerias criminosas. Fico pensando: quem o Zé Dirceu delataria se ele se transformasse de repente, em um Tomasso Buscheta ( o nome dele é esse mesmo), aquele capo mafioso que foi responsável pelo desmantelamento da Máfia italiana na Operação Mãos Limpas. O Lula? A Dilma? Os seus colegas do PT que tem mandato? Os colegas do partido?
Quem é o seu chefe todo mundo sabe. E não há necessidade da sua delação, pois a quantidade de provas documentais e testemunhais que os procuradores da Lava a Jato levantaram já é suficiente para botar toda quadrilha petista na cadeia, inclusive o seu chefe.
Nesse sentido soa até meio patética essa bravata do advogado do capo Zé Dirceu. Até porque ele sabe que não ficará muito tempo na cadeia, nem corre o risco de morrer nela apesar dos seus já setenta anos. Como diz o velho ditado popular, não respeite os homens pelos seus cabelos brancos, pois os canalhas também envelhecem.
Nos anos sessenta a justiça americana, juntamente com o FBI, fez uma grande operação no sentido de desbaratar as famílias mafiosas que controlavam o crime organizado no país. Apesar dos esforços dos juízes, procuradores e agentes federais, eles só conseguiram alguns sucessos, como botar na cadeia a maioria dos “capos” e um número reduzido de “dons”. Dois deles foram o Lucky Luciano e o Carlo Gambino, poderosos chefões de Nova Iorque. Os outros escaparam porque seus “capos” não delataram seus chefes. Também, quem entregasse recebia logo o fatal “beijo da morte” ósculo que o “don” dava nos lábios do delator para dizer que a sua sentença de morte estava selada. E não havia cadeia nem proteção á testemunha que salvasse o cagueta da morte. Por isso ele preferia morrer na cadeia, protegido e sustentado pelo sistema, e sua família também recebia igual proteção. Muito melhor do que ficar sob a inepta proteção do estado, que nunca funcionava em casos como esses.
O esquema petista é claramente mafioso. Têm precedentes, até porque a sua base vem dos sindicatos e não há organização que utilize melhor os métodos da Máfia do que alguns sindicatos. De certo o Zé Dirceu, que conhece bem esse esquema, está contando com o sistema de proteção que essas organizações criaram para proteger suas atividades criminosas. É de se lembrar que o Al Capone, por exemplo, só acabou na cadeia por sonegar Imposto de Renda. Eis uma boa dica para os procuradores: que tal dar uma olhada no Imposto de Renda dessa gente toda do Lava a Jato?
Bom. Com certeza o Lula não vai precisar dar o “beijo da morte” no Zé Dirceu se ele resolver entregar o seu “don”. Não precisa. Afinal, o sistema penal brasileiro não é o americano nem o italiano. Aqui, gente como ele não morre na cadeia. Só os coitados que roubam para comer ou os infelizes que não conseguem pagar a pensão para as “ex”. Don Lula e Dona Dil(má ) podem dormir tranquilos. O “capo” Dirceu não vai abrir o bico. Nem precisa. Afinal eles têm o Lewandowky lá no Supremo.
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 07/08/2015
