Hora em diante meu prazer será lembrança
Porque entre nós como intruso, se erguerão,
Mil quilômetros de saudade e desesperança,
E meus braços, amor, tão curtos eles são!
Será que um dia vou ver de novo, andorinha,
Os seus olhos de estrela, de brilho tão farto?
Onde estará, será que lembrará, oh! valsinha,
Das horas mágicas que vivemos neste quarto?
Lerei o Neruda que você me deu de presente,
Pois que ali uma história de amor foi contada
Como se o poeta tivesse escrito sobre a gente.
Então eu me sentirei reconciliado com a vida,
Pois mesmo que ela jamais me dê mais nada,
O seu corpo terá sido minha terra prometida.
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 28/08/2015
Alterado em 28/08/2015