João Anatalino

A Procura da Melhor Resposta

Textos


Se você já foi a um banco pedir um empréstimo, o gerente puxou uma ficha de dentro de uma gaveta, olhou para você com uma cara de puta velha e disse que não podia lhe emprestar nada por que sua ficha indicava incapacidade financeira para pagar, então você sabe o que significa esse negócio que o noticiário está informando a respeito do rebaixamento da nota do Brasil no mercado financeiro mundial. Isso quer dizer simplesmente que o Brasil entrou no rol dos países quebrados, cuja situação financeira indica impossibilidade de honrar os compromissos que vier a assumir. Pode haver maior vergonha do que ser considerado um possível caloteiro?
Pois é. É isso que a Dona Dilma, o Lula e o PT fizeram com o Brasil. Há treze anos que eles estão por aí se gabando, dizendo que transformaram o Brasil em um país de classe média. Que tipo de classe média eles não dizem. Mas basta dar uma voltinha pelo interior do país, onde supostamente a ação “redentora” do PT se desenvolveu com maior força para saber.  Milhões de pessoas entraram no mercado de consumo adquirindo telefones celulares, tablets, IPads, além de comida, naturalmente. Agora muitos deles vão ter que vender os aparelhos para tentar continuar comendo.
Lembro-me, nos anos oitenta, quando o Lula era uma estrela em ascensão, de um amigo meu, petista roxo com carteirinha e tudo, que vivia fazendo discurso em todo lugar - até no barzinho do fim da tarde- pregando a filosofia lulista. “Estamos defendendo o direito que todo mundo tem de comer, vestir, passear, ter um pouco de lazer, etc.”.
Certo, esse é um direito que deve ser defendido e foi até recepcionado na Constituição. Mas nem o PT nem os constituintes disseram que a todo direito deve, concomitantemente, corresponder um dever. Dever de trabalhar, por exemplo, para merecer o salário recebido. Dever de produzir para merecer participar do resultado.
O PT, cuja base é o povo, desprezou a sabedoria popular que diz que quem quer se sentar á mesa deve pelo menos ajudar na cozinha. Mas não é só o PT que é culpado disso. Os ideólogos petistas só seguiram uma tendência que se observa no Brasil desde a sua colonização: o culto da vagabundagem, da malandragem, da esperteza, da vantagem indevida. Basta lembrar que toda a nossa estrutura econômica foi fundada em cima do trabalho escravo. Nossas elites econômicas e políticas fizeram a vida em cima do suor alheio e sempre cultivaram a filosofia do desperdício, da atividade econômica predatória, da ostentação. Nunca pegaram na enxada para cavar a terra, pois sempre tiveram escravos para fazer isso. E as suas rendas, nunca as investiram aqui, mas sempre preferiam gastá-las no exterior, importando as últimas novidades da Europa ou dos Estados Unidos ao invés de investir para produzi-las aqui.
Isso mudou um pouco com a abolição da escravatura e a chegada dos imigrantes. Devemos a eles o que temos de industria e estrutura desenvolvimentista. Mas essa mudança só fez diferença no sudeste e sul do país, onde a imigração estrangeira se radicou em maior número.
Onde a filosofia do fazendeiro escravocrata foi substituída pelo espirito empreendedor do colono, que acredita que o seu sustento deve ser ganho com o suor do rosto, o desenvolvimento veio. Mas no interior do país, onde o coronel, herdeiro dos antigos fazendeiros escravocratas ainda domina, a filosofia do clientelismo, da ajuda oficial, do messianismo salvador ainda prevalece. É nisso que o PT firmou suas bases e tem se sustentado. Na manutenção de um exército de Macunaímas.

Mas tudo tem limite. Dilma, Lula e PT não tem o direito de vir pedir ao povo brasileiro para fazer mais sacrifícios para sustentar a sua ideologia de coronel nordestino ou fazendeiro escravocrata. Já demos a eles tempo suficiente para mostrar a que vieram. Só provaram o contrário. Que o messianismo irresponsável só trás mais pobreza e ilusão. Está na hora de desmobilizar esse exército de Macunaímas que o PT montou e transformá-lo em um verdadeiro contingente de trabalhadores.  
 
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 10/09/2015
Alterado em 10/09/2015


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