Minhas mãos sentem saudades das tuas
Como se fosse amante triste e solitária,
Que se embrenhou na selva dessas ruas
E não viu alma que lhe fosse solidária.
Agora eu sei que está morta a esperança
De sentir as nossas mãos se encontrando.
Ainda assim me agarro á esta lembrança
E a noite toda estarei aqui te esperando.
Há pouco, quando pousei minha caneta,
Sobre a branca folha onde vim depositar
Minha confissão de tristeza e desalento;
Uma visão em forma de luz e borboleta,
Feriu-me os olhos e eu fiquei a imaginar,
Que eras tu a visitar-me em pensamento.
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 13/09/2015