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O RATO
Por Roberto Cavenatti
O rato.solitário,arrumou casa de taipapara sua moradia.
Um ninho quente,um tanto úmido, é verdade,era o que bastavapara suas necessidades.
O que ele não sabiaé que a parede de barro e paus,era parte da igrejinha,Patrimônio nacional.
O que dizer ao rato,que nem religião tinha,que, naquele espaço sagrado,bebia da água benta, todo santo dia.
Fez-se notícia em manchete,na rádio dominical,nos jornais e nas candinhas:─ Há rato na igrejinha!!!
Correria, pânico, confusão,prefeitos, vereadores, padre,filhos e filhas de Maria,todos contra o roedor.
Que iria destruircom enorme maestria,ofícios e paramentosda sagrada sacristia.
Reuniões na Câmara,com a comunidade presente,guerra contra o intruso,foi a solução urgente.
Colocou-se enfim o veneno,nas trincas do assoalho,nos buracos das paredes,nos furos das madeiras.
Nos degraus desalinhados,nas janelas capengastravas e ripas arqueadas,nas telhas destrambelhadas.
O rato, ouvindo, vendotodo aquele alvoroço,perdeu o gosto, mudou-se,foi morar no pau-oco.
A multidão em Graça,acendeu velas, soltou rojões,rezou novenas, em louvores,ao milagre, á unção.
O tempo foi derradeiro,não foi o rato, com siso,sim, o descuido havido,_______________Roberto Cavenatti, em 29 de abril de 2014 lançou seu primeiro livro individual, CHÃO DE TEMPO, na Faculdade Brás Cubas e no Casarão do Carmo na cidade de Mogi das Cruzes, Sp. O livro que foi condecorado pela Câmara Municipal de S.Paulo e selecionado pela Biblioteca Nacional em prêmio anual, comemora os 60 anos do poeta. O professor, jornalista e bancário, hoje aposentado, escreve ainda em Blogs e sites de Literatura, RECANTO DAS LETRAS e LUSO POEMAS, participa de diversos grupos literários, entre eles o Entremeio Literário de Mogi das Cruzes. Palestrante, ao se apresentar declama seus versos, seus poemas, sua vida. E-mail: cavenatti@ig.com.br
ROBERTO CAVENATTI
Enviado por João Anatalino em 28/10/2015
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