Waldik Soriano não morreu. Ou se morreu ressuscitou. Ou foi seu espírito que incorporou no Temer para escrever a carta que ele mandou para a Dilma. Em primeiro lugar, há o telefone; em segundo lugar o e-mail; em terceiro lugar o Palácio do Jaburú não fica tão longe assim do Palácio do Planalto, para que ele tivesse que escrever uma carta para a sua amada companheira de cinco anos de desacertos políticos e econômicos e outras trapalhadas circenses, que esse governo PT/PMDB vem fazendo. Poderia usar meios mais modernos ou dizer tudo cara a cara.
Temer não é, de modo algum, inocente nessa tragédia que assola o país. Ele ajudou Dilma a se eleger duas vezes e tem compartilhado com ela do desgoverno que estamos vivendo. E se vai dizer que também não sabia de nada do que seus correligionários estavam fazendo com a Petrobrás, então ele não tem nada que falar dos cegos e surdos-mudos Lula e Dilma, que não ouviram nada, não viram nada e sabiam de nada. Afinal, a maior parte dos investigados da Lava a Jato é do PMDB, partido sem voto, mas sempre cheio de cargos, tanto no governo do PT quanto no do PSDB.
A carta do Temer para a Dilma lembra a letra da música do Waldik Soriano, Paixão de Um Homem.. “Amigo, por favor leve esta carta e entregue aquela ingrata e diga como estou(...). Dramalhão puro, brega, e indigno de um professor de Direito Constitucional como ele. Parece cartinha de amante enganado sofrendo com dor de corno.
O que Temer quer, de verdade, é o impeachement da Dilma para ele ficar no lugar dela. Já deus claras demonstrações dessa trairagem, primeiro com o tal programa Ponte Para o Futuro, que ele propôs para substituir o catastrófico programa do PT. Se ele e seu partido tinham um programa para o Brasil porque não apresentaram isso na eleição de 2014 para dar ao povo brasileiro uma alternativa entre as mentiras do PT, a empulhação do PSDB e miragens da Marina e companhia?
Oportunista é o que o Temer e seus aliados são. Eu estou torcendo para que a Dilma seja defenestrada. O país não aguenta mais um ano de governo com ela. Mas não sei se quero o Temer e sua turma no lugar. Acho que o ideal seria novas eleições e um novo governo, sem nenhum desses que estão aí.
Por isso é que eu acho que deveríamos adotar o Parlamentarismo. No Parlamentarismo esse Congresso que aí está já teria sido desfeito há muito tempo. E um novo governo já teria sido formado. Tudo sem o trauma e as dores que já passamos este ano e vamos passar nos anos que virão, por causa das nossas más escolhas políticas. Com o caráter que os nossos políticos têm mostrado nós não podemos ficar esperando quatro anos para mudá-los.
Com tudo que está rolando acho difícil que o impeachement aconteça. Temer, o amante latino abandonado, vai mesmo é ficar cantando a letra do Waldik Soriano:
“Amigo,
Se essa cartinha falasse
Pra dizer àquela ingrata
Como está meu coração
Vou ficar aqui chorando
Pois um homem quando chora
Tem no peito uma paixão (...)
A paixão do Temer e seus amigos nós sabemos qual é. É pelo poder e todas as benesses que ele proporciona.
Quanto a nós, pobres expectadores que temos que ficar assistindo esse show de horror que eles estão nos proporcionando, que música nos seria apropriada? Talvez o velho bolero do Silvinho?
:“Esta noite, eu queria que o mundo acabasse,
E para o inferno o Senhor me mandasse,
Para pagar todos os pecados meus...”
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 11/12/2015
Alterado em 11/12/2015
